Academia negra

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

por Dariana Nogueira


Teve início ontem, dia 17, no Centro Cultural do Banco do Brasil, o II Festival Internacional do Filme de Pesquisa, com a temática “Escravidão, Memória, Heranças e Formas Contemporâneas”. Este ano, o evento conta também com o apoio da Prefeitura de São João de Meriti. O festival, itinerante, começou sua segunda edição em maio de 2009, na França, passando depois por Dakar, Abidjan, Cotonu, Lomé e Ngaoundéré, Porto Príncipe, Uagadugu, chegando esta semana ao Rio de Janeiro e São João de Meriti. Terminará sua viagem pelo mundo em 2010, em Toronto e Quebec.

Os filmes, de forma geral, tratam da escravidão, de suas formas de ressurgência contemporâneas, além das diversas manifestações culturais atuais, herdeiras de um passado escravista.

Sem contraindicação

por Hosana Souza

Manhã de segunda-feira: abandonar a cama é um ato complicado para várias pessoas, mas não para os dedicados mediadores de cultura do nosso municipio. Às nove da manhã todos já estavam no teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro, atentos a todas as palavras da dra. Betty Papelbaum.

Educadora há quarenta anos e psicóloga há quase trinta, a doutora carioca trouxe a proposta de um relaxamento profundo para os mediadores. “Eu imaginei uma porção de estagiários, que visitarão várias escolas e entrarão em contato com diversas crianças, submetidos a estresses e, ao mesmo tempo, com a responsabilidade de formar novos cidadãos”, conta, iniciando sua explicação. “Pensei, então, em um exercício que eles pudessem reproduzir com as crianças. Assim nós atingimos a fonte e ninguém vai precisar de terapia quando crescer”, diz em tom de brincadeira.

A psicóloga confessa que qualquer trabalho referente à educação não é fácil, e exige sempre um pouco mais. “O mundo é sempre muito rápido. Novas técnicas são estabelecidas. Às vezes, atualizar-se e desprender-se de coisas é duro e dolorido”, afirma. “Eu quero que eles entendam que pensamentos que não servem mais devem ser jogados no lixo e não guardados, formando um museu de ressentimentos. Pensamentos podem rodear nossas cabeças, mas nunca fazer ninho”, alega Betty, sempre lúdica.

 
 
 
 
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