Cheiro imperial

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

por Raphael Teixeira

Quem pretende tomar uma boa cerveja e ainda por cima ter ao lado vinis e um enorme sebo, num ambiente aconchegante e com cheiro do período imperial, as opções com certezas não são muitas. Mas a exceção à regra existe. O Al-Farabi, que fica na Rua do Rosário e ocupa um casarão centenário, bem pertinho do Paço, na Praça XV, oferece um cardápio para todos os sentidos. Cervejas nacionais e internacionais e preços que variam entre 4 e R$100 estimulam o paladar. Já para aguçar a visão, quadros expostos por todo o salão dão toque especial ao ambiente. Tudo ao som de bossas-nada-novas.

Lá, é possível trocar ideias com os atendentes sobre cervejas super caras e dicas de como se beber melhor. Mais comum em vinacotecas, explicam com o que beber cada tipo de cerveja. Nos momentos mais tranquilos, vale a pena folhear um livro e distrair. O espaço também oferece refeições de altíssimo nível de segunda a sábado e happy-hour de terça a sábado.

Guia da universalidade

por Raphael Teixeira
Na última semana, enquanto ouvia a reapresentação do programa da Mpb fm em que a entrevistada era a escritora e idealizadora do projeto Tramas Urbanas, Heloísa Buarque de Hollanda, lembrei que não fazia muitas semanas havia lido um livro que estava martelando minha cabeça.

Era o livro do cineasta, ator, secretário de Cultura de Nova Iguaçu e agora escritor Marcus Vinicius Faustini. Faustini, com a história que, essa sim, poderia ser a de qualquer um de nós, preenche, com o seu "Guia Afetivo da Periferia" (Tramas Urbanas), uma lacuna existente, mas que até agora estava sem um acabamento, talvez ainda no tijolo.

Muitos beberam de fonte parecida e tentaram identificar o verdadeiro brasileiro. Sérgio Buarque de Hollanda, com seu "Raízes do Brasil", fez um raio x da identidade brasileira. O filho, Chico, nas suas músicas, sempre buscou dar a voz que os excluídos nao tinham, tratando-os como personagens principais em seus versos. Roberto Da Matta cavucou os meandros da malandragem brasileira e descobriu cada jeitinho que, sendo da periferia ou não, tornava o Brasil um país único.

Então o que há de novo nesse livro que evidencia o real brasileiro? O ineditismo do "Guia(..)" é a ambientação e o trato dado às questões que, até então, não eram abordadas. Talvez o elitismo literário (sempre existente nas artes) esteja tentando – numa corrente que cresce não só com Faustini, mas também com autores como Écio Salles, entre outros - reverter esse estigma e falar de situações verdadeiramente brasileiras.

Não posso falar que, enfim, essa corrente irá trazer uma literatura genuinamente brasileira, despida de influências fúteis, num país acostumado a vestir-se de banalidade alheia. Mas é certo que buscando o nosso próprio jeitinho, nossa própria identidade, encontraremos a universalidade literária buscada por todo artista.

Assim, qualquer regionalismo será transcendido e, talvez, o livro se torne popular e realmente lido por todos. Aí, livros como Vale Quanto Pesa, de Silviano Santiago, não precisem mais serem escritos para evidenciar o tratamento ridículo que o livro se encontra no Brasil.

Vizinhos das celebridades

por Juliana Schiffler

Falar de um lugar tão sombrio nos faz lembrar imediatamente da morte, algo triste e melancólico. Mas em Jardim Sulacap, um pequeno bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, há quem considere que a morte proporcione vizinhos famosos. É que o Jardim da Saudade, um dos mais importantes cemitérios do estado, fica lá. E seus enterros são as únicas oportunidades que os moradores têm para ver de perto as celebridades que habitam as telas da tevê.

Foi no Jardim da Saudade que foram sepultados personalidades como a cantora Cássia Eller, a modelo Fernanda Vogel, o jornalista Tim Lopes e a cantora Dalva de Oliveira, que recentemente foi relembrada no seriado da Rede Globo “Dalva e Herivelto”. No meio da multidão ali reunida para se despedir do seu ídolo, há sempre um morador de Jardim Sulacap.


Calor do bairro

por Hosana Souza

O carnaval de Nova Iguaçu é hoje o segundo maior do Estado do Rio de Janeiro, perdemos apenas para a imbatível capital”, afirma o subsecretário de comunicação Rogério Costa, um dos principais organizadores da folia. O crescimento do carnaval no município, que coincide com o incentivo dado pelo Prefeito Lindberg Farias, movimentou ainda mais a economia local e fez com que a população começasse a preferir permanecer no município.

A mídia já percebeu o sucesso do carnaval iguaçuano e marcou presença no desfile das escolas locais em 2009, chegando ao ponto de a Bandeirantes, Rede Brasil, SBT e Record o transmitirem ao vivo. E temos, também, os expressivos números do último carnaval: 150 mil foliões em cada dia do evento, somando todos os bairros da cidade.

A falta que 'seu' Ruy faz

por Nany Rabello

O mundo dos poetas

Essa maneira autista dos poetas
Que se acastelam no esplendor dos sonhos
E fazer mundo à parte entre os ascetas
Pregando os coloridos mais risonhos.

Que a imagem sintetizam como estetas
Dando beleza aos surdos sons medonhos
E desdenham das lógicas diletas
Dos tristes empirismos enfadonhos.

E traçam lá do seu estranho mundo
Um caminho de luz e fantasia,
De sonho, de ilusão e amor fecundo,

E que vai transformando o horrendo grito
Em cristalinos sons de sinfonia,
Como estrelas vibrando no infinito...!

Ruy Afrânio Peixoto

Sabe, eu tinha cinco anos quando o conheci. Eu não sabia o que era um soneto, dois quartetos e dois tercetos, métrica perfeita da poesia. Nem sabia o que eram autistas, ascetas, e nem mesmo poetas. Mas eu sabia que gostava, pois ele era um poeta, e que o que estava escrito era lindo, e que passava horas repetindo, só pra ficar ouvindo os sons das palavras e as rimas. As rimas eu sabia o que eram, ahh se sabia! E também sabia qeu um dia eu queria ser como ele. Escrever como ele. Agradecer a ele.

Sabe, faz nove anos que ele se foi. Naquela época, eu não escrevia, não rimava, não sonhava. Naquela época, ele não era mais meu diretor. Não mandava mais me buscar na sala de aula, durante as aulas de inglês, só pra me mostrar um soneto novo. Não mais, não naquele ano. Só nos que vieram antes. Nos anos em que eu ainda não sabia o que era literatura.

Hoje eu gostaria de agradecer. Ele foi poeta, pintor, escritor, advogado, formador de opiniões, diretor do melhor colégio que uma criança poderia estuda, foi ídolo, foi inspirador, foi meu amigo. Hoje eu sinto falta dele, como sentia antes, só que doendo mais.

Hoje eu queria mais do que nunca que ele soubesse que eu estou bem. Que aprendi a fazer meus próprios versos, que descobri minha maneira autista e o mundo dos poetas. Que hoje tem um novo mestre na minha vida que me inspira a crescer e fazer sempre melhor. Mas cada texto ainda é pra você, professor. Obrigada por fazer naquela época que eu sentisse com seus textos o que sinto hoje com os meus: Vida. Obrigada por ter feito parte da minha. Você faz falta, 'seu' Ruy.

Surfando na lama

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

por Camilla Medeiros

Carnaval para muitas pessoas é sinônimo de brilho, samba e festa!
Mas para aqueles que não têm pique para cair na folia, fugir para um lugar de descanso é sempre uma boa.

Há quase dez anos acampo durante o carnaval com minha família. É uma oportunidade quase única de reunir todos e passar algum tempo perto da natureza.
Conforto? Quem quer conforto fica em casa.

Cansado dos humanos

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

por Wanderson Duke

Deve estrear no Brasil, no final de fevereiro, o longa Legião (Legion), que à primeira vista me pareceu ser um daqueles filmes religiosos cristãos, os quais vieram na onde de O Livro de Eli. Mas não é possível, porque aqui Deus é o vilão, já que se cansou dos humanos e resolveu nos destruir. Assim providencia um apocalipse, que só não fica pior porque um dos anjos chefes, Michael (Miguel), revolta-se contra ele e pede outra oportunidade. Mas seu irmão, que surge para matar a mulher, grávida de um filho que pode salvar a humanidade, não concorda.

Entenderam? Pois é, há uma espécie de parábola sobre José (no caso, o rapaz Lucas Black, que fez aquele s Velozes e Furiosos ambientado no Japão), que ama uma garçonete (que se faz às vezes de Maria, pois está grávida e não se sabe quem é o pai da tal criança que pode ser a salvação).

Hippie de boutique

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

por Robert Tavares

Os anos 70 influenciam a moda primavera-verão 2009/2010 trazendo à tona o estilo hippie de se vestir. Nessa temporada, os vestidos longos, as estampas indianas e as calças sarouel estão em alta, mas bem diferente de Woodstock. Agora elas surgem mais glamorosas, principalmente nos acessórios como óculos redondos e grandes, colares, brincos compridos e as faixas, que prometem fazer a cabeça das mulheres.


Não é novidade para ninguém que a moda hippie invadiu as passarelas e ruas da cidade. O movimento que aparentemente fazia a cabeça de "drogados e mendigos", como disse Ana Wintour, na década de 80, cresceu, ganhou forças e fez seus dreads, ideais e patchworks ficarem conhecidos no mundo inteiro.

Malucos belezas

por Tuany Rocha Santos
Na década de 60, após a guerra do Vietnã, nos Estados Unidos, surgiu um novo estilo de mobilização e contestação social: jovens de classe média passaram a defender ideias e a se comportar de maneira totalmente oposta a uma sociedade mecanicista. Era a Contracultura.

Um dos filhos da Contracultura foi o movimento hippie, cujos seguidores tinham como característica cabelos compridos, roupas coloridas, misticismo, drogas e seu próprio estilo de música.

Mas era só isso?

Para a surpresa do sistema, não...

Beijos garantidos

por Robert Tavares

"O circo, o rock e a cerveja gelada estão de volta!" É com essa frase imperativa que a Geração Delírio, junto aos Los Tchatchos Trupe, anunciam a volta do antigo Cabaré Viaduto, agora com o sugestivo nome Cabaré Beijoca.

O evento ganha um espaço novo, "muito maior e mais tranquilo", como afima Daniélis Heringer, uma das produtoras da festa. Para essa moradora de Mesquita, a mudança de point era inevitável. "Movimentos criativos como o Cabaré, que recebem gente grande, precisam de lugares grandes. A galera precisa transbordar, e esse novo local é lugar para isso".

Agentes da mudança

por Carine Caitano

Toda segunda-feira, rola no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, no centro de Nova Iguaçu, uma reunião com os responsáveis pelos Pontinhos de Cultura, a fim de moldar o trabalho da galera. Não entendeu? O Cultura NI explica.

Em Nova Iguaçu, os alunos das escolas municipais são contemplados com o horário integral. Em um turno, eles estudam as matérias regulares como história, matemática e geografia. E, no contraturno, participam de oficinas que podem ser relacionadas à cultura e ao esporte. Essas oficinas são ministradas por grupos com uma longa atuação no bairro, que por essa razão se credenciaram para criar um ponto de cultura dentro das escolas da rede municipal.

Pipoca na Central

domingo, 24 de janeiro de 2010

por Josy Antunes 
 
Durante 30 dias, iniciados em outubro de 2009, a estação Central do Brasil e seus arredores foram transformados num grande set de filmagens. Mais de 200 pessoas participaram da primeira edição do Festival Estética Central, munidas de celulares e câmeras digitais, que estiveram disponíveis no núcleo criativo estabelecido no interior da estação. Além dos equipamentos necessários, o estande possuía ilhas de edição e uma equipe de jovens aptos a oferecer o suporte necessário aos novos produtores.

Diversidade e beleza

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

por Fernando Fonseca

A mesa avaliadora, formada por um membro de cada uma das secretarias envolvidas no Bairro-Escola, teve muito trabalho na última quinta-feira. Das 9h às 17h, representantes de grupos culturais dos mais diversos bairros de Nova Iguaçu apresentaram ao longo de 10 minutos o que pretendiam levar para as crianças que frequentam o horário integral das escolas da rede municipal. O objetivo de cada um deles era convencer a banca a aprovar seu pontinho de cultura, uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu e o Governo Federal.

Participaram da concorrência tanto grupos já contemplados com pontos de cultura no edital anterior quanto atores que estão entrando agora no movimento social de Nova Iguaçu. Um dos destaques do edital foi o Grupo Iguaçuano de Acessibilidade (GIA), que nesta edição apoia sete projetos em diferentes áreas da cultura. A associação de projetos foi uma das estratégias encontradas já no primeiro edital para suprir a ausência de CNPJ, um dos requisitos para a inscrição, de grande parte do movimento social da Baixada Fluminense.

Repulsa e fascínio

por Wanderson Duque

Já houve um filme homônimo, de 1992, de Abel Ferrara, com Harvey Keitel, que contava a história deste mesmo personagem, chamado apenas de Tenente e que vivia drogado na cidade de Nova York. Vício frenético era um filme desagradável, mas não ruim.

O mesmo se pode dizer dessa remake, que é um roteiro novo, inspirado naquele personagem que agora ganha nome (Terence McDonagh), mas continua um grande mau caráter e que agora vive em Nova Orleans, justamente na época do grande furacão e catástrofe (na primeira sequência, num ímpeto, ele salva um prisioneiro que está morrendo afogado numa prisão).

A novidade é que esta nova versão é feita pelo diretor alemão – agora radicado nos EUA – Werner Herzog (aquele mesmo que andou muito pelo Brasil, onde fez Fitzcarraldo, na Amazônia, e até andou dirigindo ópera por lá).

Origem do Astro Boy

por Wanderson Duque

Não fez grande sucesso quando saiu nos EUA em outubro, mas tem chances de emplacar no Brasil até por causa de sua longevidade. O personagem foi criado em 1951, como herói do mangá chamado Mighty Atom. O criador é Osamu Tezuka, que na época era estudante de medicina. Virou série de tevê de desenho animado em 1960, ainda em preto e branco, depois em 1980 e de novo em 1983. Agora, este longa é dirigido por David Bowers (fez antes Por Água Abaixo) e no original tem vozes de famosos como Nicholas Cage, Freddie Highmore, Kristin Bell, Donald Sutherland, Samuel L. Jackson, Charlize Theron. Mostra as façanhas de um jovem robô voador.

Bicicleta nova

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

por Robert Tavares

Em outubro, enquanto a Ivi fazia sua viagem pela Europa, eu fui apresentado ao livro "Comer, rezar, amar", da Elizabeth Gilbert. De cara fiquei encantado por aquele que, pelo que parecia, seria meu futuro melhor amigo. Na mesma época recorri a diversos sites para fazer downloads, mas nunca dava certo. Era uma época difícil (adoro escrever "época difícil", me sinto maduro). Meu dinheiro era todo investido na hortinha que eu estava fazendo - que a propósito, nem existe mais.

Em novembro, fomos formalmente apresentados, com direito a todos aqueles detalhes que encontros amorosos nos proporcionam. O que fez minha vontade aumentar. Em dezembro, após meu cartão de crédito chegar, fui comprá-lo, mas o cartão não passou, eu havia gasto todo o meu limite com roupas e restaurantes.

Passou. Chegou janeiro, e com ele a ansiedade e vontade de ter aquele livro. Ontem fui ao shopping, e finalmente saí de lá na companhia dele. Eu parecia uma criança que acabara de ganhar a primeira bicicleta, o brilho nos meus olhos fazia com que todos percebessem que algo de muito incrível tinha me acontecido.

Agora estou na Itália, comendo - aliás, devorando. Logo em seguida vou para a Índia e como destino final tenho a Indonésia. Até mais.

New face

por Robert Tavares

Quem é a new face que vai despontar na moda? Esta é a pergunta que se faz a cada edição das temporadas de moda. Para peneirar entre tantos rostos estreantes na passarela, o concurso "Dant's Cara Nova" promoveu uma eleição. A vencedora foi anunciada no último dia de desfiles, no Píer Mauá. O evento foi apresentado por Paulo Borges, o homem por trás da semana de moda, e pela top Caroline Ribeiro.

Vinte modelos, entre homens e mulheres, foram indicados pelas agências mais conhecidas do mercado. Após duas votações, uma na internet e outra com um júri especializado (formado por Lilian Pacce, Ricardo dos Anjos, Daniel Ueda, entre outros), chegaram à vencedora.

Boas-vindas

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

por Hosana Souza

 Mais recente projeto da Prefeitura de Nova Iguaçu, o “Cidade Universitária” que pretende trazer jovens universitários para estagiar e interagir com a cidade. Os jovens estagiários se dividirão entre as oficinas de Cultura, Meio Ambiente, Esporte e Orientação Educacional do horário integral do Bairro Escola.

Para participar do Cidade Universitária, o candidato tem que ser morador de Nova Iguaçu, ter uma renda de no máximo um salário mínimo e ter estudado em escola pública ou em instituição privada com auxilio de bolsa. Eles receberão uma ajuda de custo no valor de R$300 e terão uma carga horária mínima de 12 horas, divididas em 4 horas de formação e 8 horas de atuação nas escolas.

Todos podem fazer arte

por Jéssica de Oliveira


Na manhã da terça-feira 19 de janeiro, a equipe da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu reuniu-se pela primeira vez com os estagiários do novo programa do município intitulado Cidade Universitária, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro. O objetivo do encontro era apresentar as propostas do projeto e ferramentas de que os universitários selecionados irão dispor nas oficinas de artes produtivas e de qualidade ao longo do ano.

O circo chegou!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

por Jéssica de Oliveira

A praça de eventos do Top Shopping está com novidades: Equilibristas, mágicos, contorcionistas, malabaristas e, claro, palhaços, estão fazendo das férias da criançada uma verdadeira festa. É a nova atração, chamada "Alegria, alegria! O circo chegou”, iniciada no dia 08 de Janeiro e vai até o dia 24 desse mês, funcionando diariamente, das 14 às 20hs. A atração está reunindo crianças de 03 a 12 anos de idade para mergulharem no mundo mágico do circo. A cada hora, uma nova apresentação enfeita a praça do primeiro piso do shopping, além de, nos intervalos, as crianças participarem de oficinas de pintura, desenho para colorir, malabares com bolinhas e tecidos. Tudo gratuito, seguro e bem diante dos olhos protetores dos pais, que, em volta do espaço, também se divertem e se encantam.

Maria Lúcia Cardoso, moradora do bairro Rancho Novo, levou seu filho de 6 anos, Matheus Cardoso para aproveitar o evento que dispensa gastos. "Eu, com certeza, aprovo a ideia. O grupo  circense é ótimo e dá pra ver que todo mundo se diverte muito, não só as crianças como também os pais", conta.

Revolução coletiva

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

por Josy Antunes

Boa parte das melhores instituições, que a gente vê atuando aí, passaram em algum momento pela formação da FASE”, declara o secretário adjunto de cultura de Nova Iguaçu Écio Salles. Pesquisador da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro – e ex coordenador cultural do AfroReggae, Écio acompanhou de perto a ascensão do grupo que se iniciou em 1993, após a primeira publicação do “AfroReggae Notícias”, um jornal que contextualizava o processo da cultura negra na época, cuja distribuição era gratuita.

Atualmente, o AfroReggae possui cinco núcleos – sendo um deles no bairro Nova Era, em Nova Iguaçu –, mas principiou suas atividades em Vigário Geral. Num momento em que a comunidade se encontrava abalada pela chacina ocorrida na madrugada do dia 29 de agosto do mesmo ano, tirando a vida de 21 moradores, os realizadores do informativo traziam à favela oficinas, promovendo educação, arte e cultura. “A FASE foi determinante”, enfatiza Écio. De fato, o apoio recebido pela Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional(FASE), aliado à sabedoria dos organizadores do AfroReggae, fez com que a recém criada ONG, que ainda dava pequenos e marcantes passos, passasse a dar grandes saltos.

Dedicação marginal

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

por Dariana Nogueira

A oficina “Cinema Marginal Brasileiro” que aconteceu durante a comemoração pelo primeiro aniversário do Cineclube Digital, feita no SESC de Nova Iguaçu, confirmou o sucesso do trabalho que foi desenvolvido durante este um ano de existência do cineclube.

Ministrada pelo estudante Matheus Topine, de 21 anos, a oficina abordou um pouco da história, forma e conteúdo do gênero que, apesar da riqueza e diversidade, é esquecido ou simplesmente ignorado pela grande maioria. Matheus fez questão de explorar o assunto, mostrando como tudo funciona na prática. Por isso, a oficina esteve quase o tempo todo ilustrada por trechos de filmes, entrevistas e trailers.

12 meses de descobertas

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

por Hosana Souza / Foto: Bruna Jacubovski

Em setembro de 2008, um grupo de jovens alunos da Escola Livre de Cinema foi convidado para participar de uma oficina de audiovisual, no SESC de Nova Iguaçu: mas aquela tarde de workshop não seria apenas mais uma experiência para o currículo dos jovens cineastas.

Valdomiro Meireles, produtor cultural do SESC, observou a oficina, conheceu o grupo e não perdeu a oportunidade, fazendo o convite: “Vamos montar um Cineclube?”. O "sim" que ecoou naquela tarde foi apenas o inicio de um sonho. Após muitas reuniões, foi montado o “Cineclube Digital”, que teve sua primeira sessão no dia 13 de janeiro de 2009.

Força do hip hop

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

por Fernando Fonseca

"Eu consegui atingir todos os meus objetivos", comemora Diego Tecnykko, curador do espaço de Hip Hop Enraizados e produtor do Oitavo Encontrão da ong que colocou Morro Agudo no mapa do rap mundial. "Reuni os melhores b-boys da Baixada Fluminense e ajudei uma galera a aprender o 'break' de verdade", acrescenta ele, no final do encontro que anualmente reúne os grandes nomes da tribo de Hip Hop Fluminense.

Realizado nos dias 8, 9 e 10 de janeiro, o projeto contou com workshops sobre grafitti (com o curador Dante), break (com o curador Diego) e rap (com o curador Dudu de Morro Agudo), além de pintura de painéis, batalhas e shows de break e rap, aulas de edição de música e a premiação dos melhores b-boys do ano no evento. "Aproximadamente 1.500 pessoas marcaram presença nos três dias de evento, um número que vem aumentando anualmente, e que é capaz de expressar a força desse grupo que se faz tão desvalorizado hoje em dia", afirma Diego, que também é DJ, professor de Hip Hop e coreógrafo.

Píer de Nova Iguaçu

por Robert Tavares

À medida que o final de semana vem chegando, o Píer Mauá começa a receber mais público em seus corredores. São fashionistas de todos os tipos, inclusive os que não o são. Gente muito animada que, logo ao entardecer, começa a bater pernas e a frequentar os lounges e pequenas festinhas, que se agigantam com a chegada da noite. Ontem, segundo dia de desfiles, foi o dia mais cheio deste Fashion Rio Outono-Inverno 2010, marca que deve ser superada hoje e, depois de amanhã, e depois, no encerramento do evento, para quando se aguarda ainda mais gente.

É difícil se destacar entre tanta excentricidade e bom gosto, mas para Carla de Oliveira, Fábia Klausmann e Renan Nascimento isso acontece espontaneamente. O trio fashionista de Nova Iguaçu tem chamado bastante atenção pelas plataformas do Píer. Prova disso são os (vários) cliques que a imprensa tem feito deles. “Eu não aguento mais tirar foto, aqui, toda temporada. Nós viramos celebridades”, diverte-se Fábia.

Cinema em festa

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Em parceria com a Cinequanon Produções, Cineclube Digital comemora um ano de existência, realizando o Sarau Cinematográfico.
por Josy Antunes

 
Para os cinéfilos da Baixada Fluminense, a segunda terça-feira de cada mês é garantida por uma nova programação do Cineclube Digital. A sessão de estreia, que lotou a sala de exibição do SESC Nova Iguaçu, completará um ano no dia 13 de janeiro. A comemoração trará ilustres “presentes” ao público, em oficinas e atrações que se estenderão por dois dias: 12 e 13, uma terça – mantendo a tradição – e uma quarta-feira.
 
O arquivo do Cultura NI e do Jovem Repórter contém registros sobre a trajetória do Cineclube, que é uma parceria entre a Belê Filmes e o SESC. Brunna Sanches, estudante de Produção Cultural e uma das integrantes da Belê, uniu o aniversário do Cine Digital com sua ideia de projeto final para a faculdade – a IFRJ, Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.

A partir de então, surgiram os primeiros passos do Sarau Cinematográfico. “A princípio, o meu grupo pensou em um evento menor, como uma palestra apenas, mas depois surgiu a ideia de fazer juntamente com o Cineclube Digital e com o SESC, realizando assim um evento de 2 dias, com variadas atrações, porém, todas relacionadas ao cinema”, detalha Brunna que, para a realização, criou junto com as amigas Monalisa Santana e Mariangela Augusto, a produtora independente “Cinequanon Produções”. “O nome surgiu numa aula de Arte Contemporânea”, explica.

A primeira oficina oferecida, intitulada “Curta-Metragem, do Roteiro a Prática” será ministrada por Miguel Nagle, na sala multiuso 1. Formado na Escola Livre de Cinema, em Nova Iguaçu, Miguel já realizou mais de 20 curta-metragens e hoje trabalha na maior produtora de cinema da América Latina: a “O2”. Além de fazer parte da Academia Internacional de Cinema, onde cursa especialização em direção cinematográfica.

Durante a aula, que se iniciará às 15:30, Nagle apresentará técnicas, linguagens e narrativas do cinema, levando os alunos a conhecer todo o processo criativo por trás de um filme. Usando de teorias e práticas, os participantes passarão por uma verdadeira experiência audiovisual.

No mesmo espaço de tempo, na sala multiuso 2, o público se aprofundará na segunda oficina: “Cinema Marginal Brasileiro”. Matheus Topine tratará da filmografia brasileira contidas na denominação do “cinema marginal”, trazendo discussões sobre as produções e cineastas da época. Matheus é graduando em História pela UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro –, onde desenvolve uma pesquisa sobre o “Chaplin-Club”, um cineclube fundado em 1928. Fundador do Cine Goteira, Topine é diretor de comunicação da ASCINE-RJ – Associação de Cineclubes do Rio de Janeiro -, com ênfase em projetos de memória.

As vagas para as duas oficinas são limitadas! A parte difícil é escolher entre as duas, porque para realizar a inscrição basta ligar para o número 2797-3426, ou entrar em contato pelo e-mail: saraucinematografico@gmail.com.

Ainda no dia 12, às 19 horas, será exibida no teatro a sessão “Produção Cinematográfica da Baixada Fluminense”, onde os realizadores locais ganharão total visibilidade sobre suas produções. Às 21:30, o dia se encerrará com uma apresentação do VJ Paulo China.

O dia 13 estará aberto para discussões – construtivas – brotarem, a partir das 19 horas. Haverá dois blocos de palestras e debates, mediados pela cineasta e antropóloga Andréa Falcão. Quem estará a frente do primeiro tema, “Produção Audiovisual da Baixada para o Mundo”, é Marcio Graffiti, coordenador e oficineiro do Coletivo Anti Cinema. Em seguida, 20:30, a “Retomada do Cinema Nacional” será o foco, tratado por Adailton Medeiros, fundador e diretor do Cinema Ponto Cine. 

Permeando a programação dos dois dias, no espaço Café Cultural, haverá exposições de cartazes de cinema da Rio-Filmes e de fotografias de Bruna Jacubovski.


 
 
 
 
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