Infância abençoada em 3D

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

por Wanderson Duque

Estreias da Semana - Toy Story e Toy Story 2


Os sucessos de animação em 3D fizeram com que a produtora Pixar resolvesse relançar sua primeira e bem-sucedida experiência nesse campo. Toy Story, e sua continuação , Toy Story 2 ganham uma roupagem à Século XXI. A Pixar pretende aproveitar os relançamentos e partir para mais uma empreitada: Toy Story 3.

Para os que não tiveram a infância abençoada por Woody e sua turma, cabe a mim relembrá-los desse antigo sucesso que tem tudo para atrair milhares de espectadores ao cinema novamente.

Casal vinte

por Robert Tavares

Com muita simpatia, respeito e cautela. É assim que o "casal vinte" da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu conduz a vida profissional e, claro, a pessoal também.

Há dez anos vivendo juntos e dividindo o mesmo ambiente de trabalho, Claudia Hollanda e Marcelo Cavalcante não se deixam abater pelas barreiras que a rotina impõe. Antes de trabalharem na Prefeitura, o casal trabalhou em uma empresa que não permitia relacionamentos amorosos entre os funcionários. Mas a paixão falou mais alto e eles decidiram manter o romance em sigilo, pois não queriam ser "misteriosamente transferidos".

O pontinho que dançou

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

por Hosana de Sousa

Quando foi anunciado o edital dos pontinhos de cultura, Gílson da Costa acreditava que enfim ia resolver os problemas financeiros da Escola de Dança, que desde 1994 funciona em frente à FAETEC. Criou então o projeto “Dança também é cultura no Brasil” e vibrou quando o prefeito Lindberg Farias anunciou seu nome na solenidade realizada no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, um pouco antes das eleições de 2008. A festa em seu coração ficou ainda maior com a receptividade dentro do Venina Correa Torres e do Monteiro Lobato, onde seu projeto atraiu 300 adesões. “Pensei que tivessem acabado meus problemas financeiros”, lamenta o diretor da escola. Ele só não contava que iria ser vítima de todos os problemas que a burocracia pode criar para um projeto e até hoje aguarda ansioso o depósito do cheque que pode salvar a escola que dirige. Seu projeto é o único que ainda não foi pago pelo convênio com o Governo Federal que está mundano as escolas municipais da cidade.

Fenômeno II

por Fernando Fonseca


Um dos maiores fenômenos da história do cinema mundial, ‘Tropa de Elite’, dirigido pelo cineasta carioca José Padilha em 2007, introduziu uma série de discussões até então inéditas na história da sétima arte. Uma dessas polêmicas foi sobre a superexposição da violência a partir da história do Capitão Nascimento, que estava procurando um sucessor a sua altura para poder se afastar BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e cuidar da sua vida pessoal. Outro grande debate suscitado pelo filme foi a chegada de uma cópia ao mercado informal alguns meses antes de sua estreia nacional. José Padilha esperneou, sem levar em consideração que a explosão do filme entre os camelôs só fez aumentar a propaganda para a obra.

As dificuldades da arte

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

por Lucas Lima


O mais importante e mais completo festival de teatro do país terá a presença e todo o talento da Baixada Fluminense em sua programação neste ano. O Festival de Curitiba chega à sua 19º edição no próximo mês de março, e a Cia Código de Artes Cênicas representará o Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense na mostra. “Será a primeira apresentação da Cia Código fora do estado do RJ e logo no festival mais importante do país", comemora o ator Jorge Braga Jr, presidente da Ong Grupo Código, da qual a Cia faz parte. O grupo participará da mostra paralela, que é mais abrangente e espalha diversos espetáculos dos gêneros mais variados por toda a cidade de Curitiba. O grupo da Baixada está analisando a experiência como uma oportunidade de trocar conhecimentos com artistas de todos os cantos do Brasil.

Rezadeiras virtuais

por Jefferson Loyola

Desde menino, ele e seus irmãos só iam ao médico pra tratar as “doenças dos homens”, como dizia sua mãe. As doenças espirituais da família eram curadas com rezas pela mãe, que colocava em prática a herança espiritual de suas bisavós, que eram jongueiras, parteiras e rezadeiras. “Estes são três ofícios para quem tem fé”, diz Geraldo Bastos, que como nunca aprendeu o cargo das benzeduras, curas e mistérios, resolveu dar sua colaboração pesquisando e divulgando o assunto. O Fundo Municipal de Cultura Escritor Antônio Fraga lhe deu R$ 8 mil para que criasse o site “Benzeduras, curas e mistérios”, onde relatará a história dessas mulheres que são vistas com muitos preconceitos pela sociedade brasileira, principalmente por adeptos das religiões pentecostais, chamadas de filhas do demônio, feiticeiras e praticantes de magias negras.

Mapa da cultura

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

por Mayara Freire

Foram quatro meses de trabalhos árduos, mas os 25 jovens da Escola de Pesquisa de Nova Iguaçu estão para lá de satisfeitos com o resultado. Na próxima segunda-feira, será inaugurado o blog com os 500 agentes culturais que mapearam. A solenidade será prestigiada por ninguém menos que Adriana Rattes, a secretária estadual de Cultura, durante o debate que ela coordenará com a classe artística de Nova Iguaçu para definir os projetos culturais da cidade. O secretário municipal de Cultura Marcus Vinicius Faustini, principal incentivador da ideia, também estará presente na festa marcada para as 18h, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro.

O trabalho, iniciado nas pré-conferências que prepararam a Conferência Municipal de Cultura, foi coordenado pela antropóloga paulista Marcella Camargo. ”Levantamos quem eram essas pessoas", conta a criadora da Escola de Pesquisa. "Além de traçar o perfil, fizemos registros audiovisuais sobre o que cada um entendia sobre o que é cultura. Ficou tão bacana que o secretário sugeriu que fizéssemos um mapeamento cultural na cidade”.

Fast fashion

por Robert Tavares

É impressionante a velocidade que a moda tem tomado ultimamente. Com tantos sites, blogs e vídeos de desfiles, a massa vem tendo acesso àquilo que há pouco fazia parte do cotidiano da minoria fashionista. Um bom exemplo disso são marcas Marc Jacobs, Calvin Klein e Louis Vuitton, que exibiram seus desfiles em tempo real na internet - aliás, live blogging e tweets em tempo real não são exatamente uma novidade na cobertura dos principais eventos de moda que acontecem no mundo. Todos os desfiles dentro da Somerset House, sede da London Fashion Week desde a última temporada, serão transmitidos em tempo real pelo site oficial do evento, assim como alguns dos outros desfiles que serão realizados em diferentes pontos da cidade. Assim sendo, todos estão mais antenados em tendências e em tudo o que está rolando nas passarelas de todo o mundo, o que aumenta a exigência do público consumidor.

Orgulho suburbano

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

por Camilla Medeiros


O subúrbio sempre me encantou por suas contradições. Apesar de próximo ao centro, não consegue receber os benefícios por isso. E não são poucas as pessoas que, além de não terem orgulho de viver no subúrbio, têm vergonha de sua área. Mesmo carente de recursos, o subúrbio não deixa de ser produtor de cultura, e de boa cultura.

Gledson Vinícius, um suburbano formado em comunicação social, criou o site Visão Suburbana com a proposta de apresentar o 'subúrbio visto de dentro', como diz o slogan do site. "Quando nos vemos em outro lugar damos valor à raiz, ao que somos de verdade e entendemos mais nossa realidade!", conta o coordenador do Cine-Celular, um dos pontinhos de cultura ministrados pelo coletivo LaboratórioCultural.

Belford Roxo em quadro

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

por Josy Antunes

No próximo domingo, dia 21, a cidade de Belford Roxo será modelo para muitos cliques fotográficos. É que o Centro Cultural Donana, reativado em 2009, realizará a primeira oficina do ano, a partir das 9 da manhã. A fotógrafa Bruna Jacubovsk ministrará a parte teórica, que será seguida por saída pelos arredores, quando os alunos serão acompanhados por monitores e terão câmeras disponíveis para a prática.

A oficina foi pensada a partir de um concurso realizado pela Bem TV, uma emissora de Niterói, o “Clique seu lugar”. Nele, adolescentes de 12 a 17 anos poderão concorrer a ingressos para um parque aquático ou cinema, de acordo com a classificação. O concurso abrange duas modalidades: câmera de celular ou câmera digital, com no máximo dois megas de resolução.

Clóvis de calçadão

por Josy Antunes e Marcelle Abreu

 
No século XIX, foi trazida pelos europeus ao Rio de Janeiro uma tradição carnavalesca conhecida como Clóvis, cujo nome deriva da palavra clown, que significa palhaço. Eram grupos de 2 a 100 pessoas, em sua maioria homens, entre 20 e 40 anos, que na época do carnaval saiam às ruas vestidos com sua fantasias e acessórios para festejarem.

Atualmente, esses grupos são encontrados em toda parte do Rio, concentrando-se majoritariamente na Zona Norte e Oeste. Na Cinelândia, há um concurso que ocorre na terça-feira de carnaval, que faz com que muitos deles se encontrem.

Carnaval de oportunidades

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

por Jéssica de Oliveira

Para a maioria dos brasileiros, o ano só começa depois do carnaval, pois só então são efetivamente retomadas as rotinas de trabalhos, cursos e escolas. Antes do feriado mais esperado e festejado do país, tudo o que se faz é resolver algumas pendências do ano que passou, planejar o que virá e o principal: aproveitar os quatro dias de folia.

Mas algumas pessoas não aproveitam o carnaval para se divertir, viajar ou descansar, existe uma galera que vê o recesso como uma excelente forma de se ganhar um dinheiro extra. Esse é o caso de Ana Paula Souza, uma moradora , de Comendador Soares de 24 anos, que trocou seus quatro dias de sombra e água fresca por um emprego temporário: "Eu pensei: 'Tanta gente estará gastando dinheiro, por que, então, eu não posso estar ganhando?' O trabalho é duro, mas vale a pena", explica essa estudante de Letras da UFRJ.

Neguinho de Nova Iguaçu

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

por Dariana Nogueira

Desde novembro de 1968, o G.R.E.S. Leão de Nova Iguaçu faz a alegria do carnaval iguaçuano. Passando por momentos de crise, mas também de glória, a Leão vem com tudo em 2010 para mostrar o que Nova Iguaçu tem de bom.

Em 1992 a escola teve a honra de desfilar entre as grandes escolas no grupo especial com o enredo “O Leão na Selva de Ilusões”, uma homenagem à escritora Janete Clair. Após esta vitória, a trajetória da escola tornou-se oscilante, passando por constantes momentos de declínio e ascensão, mas sem voltar ao grupo especial.

Lavô tá novo!

por Mayara Freire e Melissa Saliba 

No mundo do consumo da moda, há um paralelo pouco falado. Há pessoas que preferem não entrar em grandes lojas para comprar e não gostam de seguir tendências. O lugar mais adequado para quem procura exclusividade, preço baixo e bons achados é este chamado de brechó. Este tipo de estabelecimento, que ainda é interpretado pela maioria como um lugar onde vende roupas velhas, usadas e “cafonas”, está cada vez mais se sofisticando e são constantemente frequentados pelos amantes da moda. Depois de São Paulo, o Rio de Janeiro está em segundo lugar no ranking de ofertas de brechós no sudeste.

Leite do samba

por Nany Rabello

Uma pequena multidão deve se formar na tarde desta sexta-feira no entorno da Praça Zumbi, em Comendador Soares. É que vai ser de lá que vai sair, às 16h30, o bloco Vem Sambando que Eu Dou Leite, organizado pelos responsáveis pelo programa do Leite da Prefeitura de Nova Iguaçu.

Será a segunda vez que o bloco, que surgiu como uma brincadeira entre amigos, vai sair. O nome é uma referência explícita ao projeto no qual trabalham seus integranges. "São vocês que dão leite?", perguntam as pessoas por onde passam esses jovens que usam a caixa de leite doada pela Prefeitura para aproximar o governo da população.

Desmandos de Stalin

por Wanderson Duque

Acabei de ler A revolução dos bichos, um dos romances mais famosos do escritor inglês George Orwell. Duas ou três pessoas já haviam me indicado o livro, mas ainda assim me surpreendi com as qualidades dessa fábula, cuja crítica à Revolução Russa pode ser reconhecida por qualquer um que conheça o mais importante movimento social do século passado. Escrito em 1944, o livro mostra a desilusão do autor não com o ideal socilista, mas com o totalitarismo posto em prática por Stálin.

Escritor, jornalista e militante político, George Orwell participou da Guerra Civil Espanhola na milícia marxista/trotskista e foi um dos primeiros intelectuais de esquerda a se desencantar com os desmandos de Stalin, que assumiu a União Soviética após a morte de Lenin. Só conseguiu publicar A revolução dos bichos depois da guerra. Nenhum editor ousou publicar a sátira política, pois, na época em que foi escrita, Stalin era aliado da Inglaterra e dos Estados Unidos.

Centenário de Dona Leopoldina

por Hosana Souza

Uma vida inteira dedicada à educação. Assim pode ser resumida a trajetória de D. Leopoldina Machado, que completaria 100 anos no próximo dia 26 de fevereiro. Uma das fundadoras do tradicional Colégio Leopoldo, essa baiana de Cepa Forte fincou raízes em Nova Iguaçu, onde viveu até morrer de insufiência respiratória no dia 18 de março de 2000. A mulher de fibra, considerada por muitos à frente de seu tempo, veio para o Rio de Janeiro com a mãe, Anna Izabel Machado Barbosa, e os irmãos Leopoldo e José de Calazans para concluir os estudos. Foi criada pelo irmão mais velho, Leopoldo Machado, a quem sempre se referiu como “mais que um irmão, um pai”.


A família abrigou-se inicialmente no subúrbio do Méier, e com persistência Leopoldina formou-se em Ciências e Letras no Colégio Nacional. Descobriu a vocação para a eduacação numa filial do Colégio Nacional em Paraíba do Sul. Sempre dedicada, desdobrava-se onde sua presença se fizesse necessária, fosse na secretaria, na sala de aula ou até mesmo na portaria. Junto com o irmão Leopoldo e a cunhada Marília Ferraz Almeida Barbosa fundou em 1º de fevereiro de 1930 o Ginásio Leopoldo, que cinco anos depois conseguiria sede própria, no atual número 1074 da Marechal Floriano Peixoto.


Apenas diferentes

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

por Jéssica de Oliveira


Você já parou para pensar sobre as diferenças entre os homens e as mulheres? Já tentou entender porque alguns homens não conseguem deixar o tampo do vaso abaixado, enquanto algumas mulheres sofrem com a incapacidade de estacionar o carro junto à calçada sem no mínimo causar um arranhão na pintura? Nunca pensou nisso? Os especialistas em relacionamento e linguagem corporal Allan e Barbara Pease já e rodaram o mundo atrás de respostas que explicassem por que homens e mulheres têm modos, pensamentos, atitudes e até mesmo sentimentos tão diferentes um dos outros.

No livro Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor? (editora Sextante, 2000), Allan e Barbara reúnem "uma visão científica (e bem-humorada) de nossas diferenças", analisando o comportamento de ambos os sexos com base em estudos da ciência da evolução humana e pesquisas realizadas com milhares de pessoas. As conclusões apresentadas são baseadas na média populacional.

Papéis invertidos

por Luiz Gabriel

Enfim está chegando a hora do maior espetáculo da terra. Considerado uma festa profana, o carnaval fascina todos os povos.

Há muitos que afirmam que o carnaval já não tem tanta intensidade, como nos velhos tempos. Mas uma prova de que isso não é verdade são as marchinhas cantadas pelo povo e os coretos montados nos bairros, promovendo bailes populares. A infinita criatividade dos blocos carnavalesco é uma outra demonstração de que o espírito do carnaval nunca esteve tão vivo.

Personalidade do vestido

por Robert Tavares

A edição de carnaval do Buraco do Getúlio levou muita diversão, luzes psicodélicas, confetes e serpentinas para o Espaço Cultural Sylvio Monteiro na noite do último sábado. E para aguentar o calor veranil que tem feito em Nova Iguaçu, nada mais apropriado que roupas leves e confortáveis.

O público presente, de maioria jovem, vestia bermudas e vestidos, o que seria muito normal caso a indumentária feminina não fosse unanimidade no local. Para Ariadne Rabelo, essa é a melhor forma de se refrescar num período como o carnaval, em que ela só quer pular e se divertir. "Não quero me preocupar com tênis apertado ou a roupa desconfortável", diz.

Cabeça feita

por Michele Ribeiro e Luiz Gabriel

Trançar cabelo é uma técnica antiga, trazida pelos povos africanos, que vem ganhando cada vez mais adeptos entre os jovens com suas variações nagô, rastafari e dreadlocks. Muitos dos jovens que curtem hip hop são fãs dessas técnicas e adotam o mesmo estilo de cabelo para serem reconhecidos pelo grupo. “Chegaram a me chamar de patricinha do rap depois que comecei a usar tranças black”, conta a estudante Natália.



Boca de bêbado não tem dono

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

por Joaquim Tavares

Os blocos fizeram ressuscitar o interesse pelo carnaval de rua do Rio de Janeiro, no qual se destacam suas criativas e bem-humoradas marchinhas. É claro que nada se compara aos deslumbrantes e milionários desfiles das escolas de samba, que atraem milhões de pessoas do mundo inteiro. No entanto, os blocos (carinhosamente chamados de ‘bloquinhos’) possuem um charme único. Embora seus custos sejam significativamente inferiores, eles arrastam multidões por onde passa.

A onda dos bloquinhos já chegou aos bairros de Nova Iguaçu: um deles é o ‘Boca que não beija álcool nela’, idealizado por amigos de Comendador Soares que usavam o jargão durante o período de carnaval. “Sempre tinha um amigo nosso mais retraído, que ficava sem uma paquera durante as festas”, lembra Clayton Ramos, 25 anos, um dos seus criadores. “Dizíamos essa frase para fazer o sujeito se soltar um pouco.” Segundo Clayton Ramos, a “ajudinha do álcool dava certo na maioria das vezes.

Conflito de visuais

por Tuany Santos

A relação dos jovens com pessoas mais velhas sempre deu o que falar por causa de seus conflitos. A diferença de pensamentos, experiências e atitudes faz com que as gerações batam de frente para defender suas opiniões e escolhas.

A juventude atual, como nas gerações anteriores, tem a necessidade de viver intensamente e de buscar uma identidade através do estilo. A imagem diferente que alguns jovens assumem é uma das principais causas para o desentendimento entre as gerações. Por isso, jovens alegam sofrer preconceito nas ruas e de serem mal compreendidos pela família. “Se um headbanger, thrasher, punk ou afim, tatuados e pessoas com piersing acender um cigarro, já reparam pra ver se não é um baseado”, diz Rafael da Mata, de 19 anos.

Sem regras e exceções

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

por Juliana Schiffler e Mayara Freire


Amigos reunidos, bebendo cerveja numa mesa de bar, com o desejo de compartilhar suas ideias. Foi assim que surgiram grupos de poesias na Baixada Fluminense, como o Gambiarra Profana, de Belford Roxo, e Compulsores de Partida, de Duque de Caxias. Sérgio Salles Oigers, 33, criou a zine “Gambiarra Profana” em Belford Roxo, com o objetivo de produzir textos e expor o que era criado. Já Tubarão, Ricardo Villa Verde e Gordack mantêm o funcionamento do Compulsores com alguns encontros regados a cerveja gelada, churrasco e boa conversa, que lançam sempre no final de cada mês uma publicação de seus poemas, também com um zine. Com criações conjuntas ou individuais, essas reuniões de cada grupo têm um objetivo: produzir arte.

Alívio mortal

por Wanderson Duke

O mês de fevereiro trouxe alívio para os fãs da banda estadunidense de rock alternativo Dead Weather. É que Jack White, baterista, guitarrista da banda White Stripes e, ocasionalmente, vocalista da grupo, afirmou que o grupo está terminando de gravar as duas últimas músicas novo álbum do quarteto, que contará com a participação vocal do baterista.


Conforme disse em entrevista a uma rádio australiana, o novo cd ainda não tem nome mas deve ser lançado até abril. “Ainda não temos um nome central, mas estamos a todo vapor na fase de finalização do projeto”, explica White. O novo trabalho promete ser mais pesado que o anterior, Horehound, lançado em 2009.

O quarteto, que inclui a cantora Alison Mosshart (do The Kills ), o baixista Jack Lawrence (Raconteurs) e o guitarrista e tecladista Dean Fertita (Queens of the Stone Age), está trabalhando no álbum desde o segundo semestre do ano passado. Em 2010, além do novo disco, o grupo integra o line-up do festival Coachella, nos Estados Unidos.

Viciados em primavera

Texto por Jefferson Loyola // Fotos Robert Schwenk


Um canto de amor e liberdade - assim pode ser definido o musical “O despertar da primavera (Spring Awakening, no original)”, que ficou em cartaz no teatro Villa-Lobos, em Copacabana, do dia 21 de agosto de 2009 a 31 de janeiro último. Hordas de jovens superlotaram as seis apresentações semanais para acompanhar o rosário de temas tabus abordados no drama escrito em 1891 pelo dramaturgo alemão Frank Wedkind e transformado em um musical pelas mãos competentes de Steven Sater e Duncan Sheik: descoberta da sexualidade, a repressão sofrida pelos jovens no colégio e na sua família, o suicídio, as hesitações do corpo e prostituição.

O musical fez sua estreia mundial na Broadway em 2006 e, para surpresa de seus produtores, teve 11 indicações ao prêmio Tony, dos quais saiu vencedor em oito categorias, incluindo as mais importantes: melhores música e letra, melhor texto e melhor musical. O espetáculo foi montado em diversos países antes de chegar ao Rio de Janeiro, dirigido pela dupla Cláudio Botelho e Charles Moeller. “É incrível um espetáculo criado há mais de cem anos, e hoje encenado, ainda haver os mesmos tabus daquela época”, diz Camila Moraes, relembrando a cena em que os personagens Ernst e Haschen descobrem a sexualidade, aprendendo cada parte de seus corpos, juntos.

Elo entre gerações

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

por Lívia Pereira


A música é uma linguagem e, como tal, é transmitida de geração em geração. Segundo o livro “Viver bem com música”, uma publicação da Editora Melhoramentos, já na barriga, o feto tem a primeira noção de ritmo: o pulsar do coração da mãe. Ao longo da vida, as cantigas de ninar entoadas pelos pais vão marcando nossos passos. E há sempre aquela música que nos faz lembrar de quem gostamos ou de uma determinada época.

Há quem traga em sua história as influências diretas da família em ritmo, melodia e harmonia, mas há aqueles que sentem falta de tal ligação, fundamental para reforçar laços. Esse é o caso do professor de bateria Leandro Pires, um morador de Nilópolis de 29 anos. “Infelizmente, não há músicos na minha família ”, lamenta-se ele, que se iniciou no universo da música depois que sua avó o levou para a igreja que frequentava, quando ele tinha 13 anos. Fixou-se então sua primeira raiz musical: a música gospel.

Defesa final

por Hosana Souza e Jéssica Oliveira

Férias e sábado de sol. Ingredientes perfeitos e bastante convidativos para um dia de sombra e água fresca. Com certeza a escolha certa para milhares de pessoas, exceto para um grupo de ex-alunos da Escola Livre de Cinema. Espalhados pela biblioteca Cacá Diegues - com direito a calor que resistia ao ar condicionado - todos esperavam ansiosos pela chegada do momento em que os reunira ali: a chance de apresentar seus roteiros à banca avaliadora que decidiria quem seria o sortudo - e acima de tudo, competente - autor a ter sua obra transformada em um curta metragem a ser exibido no Iguacine do próximo ano, além de ser receber mil reais pelos direitos autorais.

Essa história começou no segundo semestre de 2009, quando onze ex-alunos tiveram a oportunidade de participar de um mês de aulas de roteiro com Gustavo Melo e Raul Fernando - feras do cinema - e depois produzirem seu próprio roteiro, baseados na cultura popular e nos avanços tecnológicos usados pela população iguaçuana.

Coreto armado

por Larissa Leotério

Apesar de o Carnaval 2010 estar prometendo fazer muito sucesso no Centro de Nova Iguaçu, os bairros vão dar o que falar e pular, é claro. Diversos artistas da cidade se reúnem para fazer a festa dos coretos de bairro.

E se engana quem pensa que a festa é no improviso: músicos como Luiz Camilo, Deni Batera e Edu Carval têm se reunido semanalmente desde o dia 25 com Daniel Guerra, para acertar detalhes como horário de início e término dos coretos, local e cachê.

Onde o sol nasce sorrindo

por Josy Antunes


Na última sexta-feira, 5 de fevereiro, compareci a um evento que, na minha mente, foi seminal: o lançamento de um livro em Belford Roxo. O autor de “Visões de um novo olhar – Fatos e fotos da Cidade do Amor”, José Américo Batista recebeu representantes da população local no Country Club da cidade, onde revelou seu trabalho de pesquisa e lançou a obra ao que promete ser uma jornada por bibliotecas e escolas.

Folheando um dos exemplares que estavam dispostos ao público, observei os agrupamentos do patrimônio histórico, material, natural e humano. Dentre as apresentações que me foram feitas naquelas páginas, “conheci” o Instituto Brasileiro de Arqueologia, do qual sequer havia ouvido falar em meus 19 anos de moradora do que o autor chama de Cidade do Amor. Vi retratado o Castelinho, acompanhado de uma descrição que saciou parte de minha curiosidade diária ao ver uma construção tão peculiar, no caminho percorrido pelo 206, Belford Roxo x Nova Iguaçu.

Falta de harmonia

sábado, 6 de fevereiro de 2010

por Wanderson Duque

Domingo à noite, aproximadamente 20h. Uma multidão de religiosos (cristãos protestantes) já está reunida há cerca de uma hora no templo da igreja Assembleia de Deus, em Morro Agudo, Nova Iguaçu, orando “em comunhão” e cantando “em louvor do seu Deus”. Porém, os louvores entoados não agradam a todos os presentes no local. Muitos cristãos são adeptos dos mais diversos gêneros musicais - mas claro, todos feitos por músicos igualmente cristãos. “Pode parecer contradição alguém que chega na igreja, canta aqueles hinos da harpa superchatos e, ao chegar em casa, põe um cd do Stryper, por exemplo”, conta Jorge Lima, de 17 anos. Para quem não sabe, a “Stryper” é uma banda norte-americana de metal-cristão - também conhecido como white metal, criada no condado de Orange em 1983, que, depois de um tempo de ostracismo, voltou a produzir em 2003.

Os motivos que fizeram Jorge “louvar em outro ritmo” são compartilhados por Ágape Martin, da Igreja Metodista Central em Nova Iguaçu. Mas, diferentemente de seu “irmão em Cristo”, Ágape tem preferência por um lado musical mais suingado: o axé. Ágape afirma ser muito criticado por isso, mas tem plena consciência de que não está indo contra nenhum dos preceitos reliosos que acredita. “Meus amigos, pastores e até meus próprios pais dizem para eu tomar cuidado. Onde já se viu? Não entendo como ouvir um gênero diferenciado, mesmo sendo de caráter altamente cristão, vá me levar para o inferno”, contesta Ágape.

Laboratório vivo

por Fernando Fonseca e Josy Antunes

Fevereiro de 2010. É neste mês carnavalesco que Laboratório Cultural completa seu primeiro ano de vida, mas o trabalho realizado por essa ONG faz com que todos pensem que ela é uma veterana. Só em Nova Iguaçu o grupo reúne cerca de 40 membros – isto é, sem contar com colaboradores de fora da cidade, que surgiram ao longo da trajetória –, provenientes dos editais dos Pontos de Cultura, dos quais participaram como pessoas físicas. “O Laboratório foi a união de jovens da cidade que pensavam a cultura”, explica Daiane Brasil, 23 anos, uma das raízes do grupo, enquanto ainda eram mediadores culturais do programa Bairro-Escola.

Juntos, já haviam formulado muitos projetos e os planos para formar uma instituição já permeava as ideias. “A gente tinha a possibilidade de se juntar a uma ONG ou criar a nossa. Aí veio a necessidade do CNPJ, que é o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, um número de identificação perante a Receita Federal Brasileira, permitindo uma série de ações pertinentes à instituições, como contratos e enquadramentos em editais.”

Du matu para o mundo

por Robert Tavares

Tiago Costta, esse é nome da pessoa por trás do fenômeno humorístico Vanessa Du Matu, que nasceu logo após uma oficina de interpretação com com o diretor e dramaturgo Domingos de Oliveira, no Sesc de Nova Iguaçu. Após alguns experimentos de textos e para substituir uma amiga que havia ficado acanhada em fazer uma personagem "depravada e insinuante", o ator e produtor cultural foi "intimado" pela diretora do espetáculo a fazer a tal moça sem papas na língua. "Ela chegou para mim e disse: 'é você que vai fazer!", lembra-se o jovem, que até então nunca havia se montado.

Ninfas japonesas

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

por Morgany dos Santos

Você conhece a moda Lolita?

Bom, o termo lolita surgiu depois da publicação de romance escrito por um escritor russo chamado Vladimir Nabokov, em que a história retrata a paixão de um professor de poesia francesa por sua enteada de doze anos, cujo apelido era Lolita.

Foi inspirada na delicadeza, inocência e doçura dessa personagem, que chegou aos cinemas pelas mãos do cineasta Stanley Kubrick, a moda japonesa chamada Lolita: as meninas usam roupas na altura dos joelhos, sapatos infantis com laçarotes e tiras transpassadas, meias até a altura dos joelhos e muitos outros frufrus.

No Brasil, a moda Lolita esbarra nos altos preços das roupas e acessórios, que só podem ser adquiridos através de exportação ou réplicas. Os privilegiados consumidores que podem pagar por essa moda fazem suas compras pela internet ou através de encomendas em boas costureiras.

Carnaval fashion

por Robert Tavares

Quando passam as festas de fim de ano e as semanas de moda do Rio e de São Paulo, a data mais aguardada pelos brasileiros é o carnaval.O motivo não é nenhum mistério. Afinal, quem não gosta de cantar, dançar e se divertir com os amigos?


Ah, mas você não gosta de calor, muvuca e agitação? Calma, o carnaval é democrático, tem espaço para todo mundo... Quanto ao calor, bem, se você vive em Nova Iguaçu, já deve estar acostumado com as regrinhas básicas do vestir para não derreter sob um sol de 48°, certo?

Mas vale reforçar: para que os seus dias de folia passem de forma saudável, optem por roupas leves e confortáveis, que não atrapalhem a diversão.


A cara da história

por Camilla Medeiros

Estudante de História tem que ser meio de esquerda”.

Foi uma de muitas frases que ouvi quando entrei na faculdade. Não sabia disso. Por ignorância mesmo, não sabia que dentro dos meios acadêmicos de ciências sociais existia isso. Mas existe.

Fiquei surpresa ao perceber que o curso de história tem uma 'cara' ao visitar outras universidades com os cursos como o que estou concluindo agora, na Rural. Eis uma descrição de um típico estudante de história do IFCS – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, a mais importante na área: os cabelos são compridos, sejam eles cacheados ou não; a barba, sempre por fazer, mas de preferência grande. Os óculos vintage, acompanhados de uma camisa de algodão de estampa xadrez, também são peças obrigatórias desse uniforme. O charme desses estudantes é completado com um cigarro no canto da boca.

Multiplicação dos pontinhos

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

por Hosana Souza

Há nove anos, a comunidade de Corumbá se organizou para tornar pública sua indignação com o poder público, pois seus moradores sequer contavam com uma escola municipal para alfabetizar suas crianças. “Organizamos manifestações, abaixo-assinados, levantamos a bandeira que infelizmente está estendida até hoje, já que a prefeitura ainda não resolveu essa situação”, conta Ezequias Alcântara. “Nesse mesmo período, então, criamos turmas de alfabetização, e também, projetos de incentivo aos jovens que eram analfabetos funcionais”, completa. Essa é a origem da Fundação Pé de Moleque, que hoje gerencia pontinhos de cultura nas escolas municipais de segundo segmento.

Marketing ambulante

por Michele Ribeiro e Wanderson Duque

Há pouco tempo, mercadorias expostas pelos vendedores ambulantes eram sinônimo de qualidade duvidosa e risco para os eletrodomésticos, além, é claro , de virem embaladas com o rótulo de atividade criminosa. Nem todos esses fatores sofreram maiores alterações. Tampouco a mudança na concepção das pessoas que ainda acreditam se tratar de uma atividade que alimenta o crime organizado. Mas a sofisticação dos meios de produção, compra e comercialização acabou chegando nesse nosso conhecido "comércio alternativo".

Vendedores ambulantes – mais conhecidos como camelôs - vêm se utilizando de diversas tecnologias que facilitam a compra e revenda de suas mercadorias. "Dvds,Cds, tênis, chinelos, roupas. Tenho mercadoria para todos os gostos", diz "X", que prefere não se identificar. As possibilidades, segundo ele, são inúmeras. "Tem comprador, conhecido meu ou de algum outro amigo, a quem faço até financiamento, acredita?".


Quintal Chic

por Josy Antunes / Foto: Mariane Dias

De quintal a espaço cultural: a história do nº 739, da rua Manoel da Silva Falcão, bairro Califórnia, poderia ser sintetizada assim. Em letras garrafais e coloridas, a frase permitiria visualizar todos os caminhos, escolhas, planos e pessoas que permeiam a trajetória do Na Encolha, para assim revelar o local que, só de forma oficializada, tem 3 anos de existência. “A minha casa sempre foi um encontro de loucos”, afirma Rafael Soares, o Nike – apelido que ganhou aos 15 anos, ainda na escola –, retratando-se em seguida: “Era encontro de loucos enquanto ninguém se entendia como artista”.

Carnaval com pimenta

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

por Larissa Leotério

O sucesso do reveillon, que atraiu 50 mil pessoas para a Via Light, animou a Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu a mudar o carnaval da Avenida Marechal Floriano. “O espaço ajudou muito”, afirma o misto de militante cultural e músico Daniel Guerra, um dos organizadores da festa que terá início no próximo fim de semana.

Mas a mudança de local está longe de ser a única novidade do carnaval organizado pela Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu. “Haverá muita música ao vivo no Terreirão do Samba”, anuncia o vocalista do Forró do Pimenta, uma das 14 atrações que levantarão a massa esperada para os dias de folia entre as 17h e as 21h, como uma espécie de esquenta para o desfile das escolas de samba. Noca da Portela é uma das atrações confirmadas para a noite de sábado.


Rumo ao Grupo C

por Dariana Nogueira e Fernando Fonseca

Há 46 anos, no bairro de Comendador Soares, os meses que antecedem o carnaval são sinônimo de trabalho duro e dedicação para os carnavalescos da G.R.E.S. Imperial, a escola de samba que há décadas faz a alegria da festa mais popular do ano não só para os moradores do bairro, mas para muitos outros vizinhos, que fazem questão de participar da folia. “Ao todo, a escola funciona com cerca de 350 integrantes”, afirma Cláudia de Oliveira, tesoureira e coordenadora do barracão.

Este ano a escola irá desfilar com o enredo “Ciganos e magia, a Imperial te contagia”, que tratará dos encantos da cultura cigana. O enredo foi definido pelo presidente Romildo Vieira em conversas com o carnavalesco Miro Freitas, que recentemente trocou a São Clemente pela escola de Comendador Soares.

O Japão é aqui

por Morgany dos Santos

Quem não conhece nenhum desenho japonês que atire a primeira pedra! Hoje em dia, é comum encontrar fãs de desenhos japoneses, conhecidos como otakus. Há dois tipos de desenhos japoneses: a animação televisiva, conhecida como anime, e as revistas em quadrinhos, os chamados mangás, lidos de trás para frente e da esquerda para a direita.

Os otakus estão ganhando cada vez mais espaço fora do Japão. Para quem não sabe, há espaços próprios para encontros de otakus, conhecidos como "Eventos de Anime". Esses encontros reúnem verdadeiras multidões para jogar videogames gratuitamente, comprar adereços personalizados e ver animes, entre outras coisas. Uma vez por mês, os otakus iguaçuanos se reúnem no Sylvio Monteiro para participar do Anime Shinta.

As novidades de Jacubovski

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

por Fernando Fonseca e Joaquim Tavares

Carismática, esforçada, bem-humorada e profissional. Notas que se tomam sobre Bruna Jacubovski, ao conversar com cinco minutos com essa jovem fotógrafa iguaçuana, de 20 anos de idade, qie se iniciou no mundo da fotografia em um curso no SENAC. "Em 2008, ano de decolagem da minha vida profissional, fiz um curso de fotografia profissional na SENAC, mas infelizmente não eu não tinha uma câmera profissional para fotografar", conta ela, que fez todo o curso com uma câmera fotográfia analógica e passou grande parte do curso no laboratório, aprendendo a revelar. Foi daí que surgir sua paixão pelas fotos em preto-e-branco.

Janela sobre um livro

por Hosana Souza

Uma mesa remendada, velhas letrinhas móveis de madeira ou chumbo, uma prensa que talvez Gutenberg tenha usado: cheguei à oficina de José Francisco Borges na cidadezinha de Bezerros, no interior do nordeste do Brasil. Eu vim à sua oficina para convidá-lo a trabalhar comigo. Explico meu projeto: imagens dele, suas artes, sua gravura, e palavras minhas. Ele se cala. Eu falo, explicando e ele, nada. E assim continuamos, até que de repente percebo: minhas palavras não têm música. O não-nascido não se explica, não se entende, se sente, se apalpa quando se move. E então deixo de explicar, e conto. Conto a ele contos, e este livro nasce”, assim Eduardo Galeano inicia seu livro As Palavras Andantes.

As Palavras Andantes é o 31º livro da carreira de Eduardo Galeano, escrito em 1994, e marcou a união do autor uruguaio com o cordelista pernambucano José Francisco Borges, que assina as gravuras do livro. Eduardo é jornalista, historiador e ensaísta, esquerdista esteve no exílio nas décadas de 70 e 80. J. Borges foi ceramista, carpinteiro, pedreiro, pintor de paredes, trabalhador rural e ilustrou cerca de 300 cordéis em 40 anos de carreira.

Da união de um dos maiores cordelistas da atualidade, com um dos maiores pensadores latino-americanos surgiu o livro que aborda temas como a criação do mundo, do tempo, das leis e das palavras. Eduardo Galeano vai contando as histórias e abrindo as janelas sobre a vida, o futuro e os sentimentos. As imagens de J. Borges trazem ao texto ainda mais proximidade com a cultura popular e as histórias que são passadas oralmente por gerações.

Como uma grande brincadeira, composto por pequenas histórias, pensamentos e filosofias, o livro de 316 páginas pode ser lido tranquilamente, não trazendo ao leitor a necessidade de uma leitura continua ou massante, misturando magicamente a vida e os contos pode ser apreciado em qualquer ordem e por qualquer idade, revelando-se com poesia e graça. Com um jogo de palavras exige certa concentração do leitor, é uma prosa cheia de poesia, deliciosa de se ler.

Era da reciclagem

por Wanderson Duke

Estreia : Nine
Nine (Idem) EUA, 09. Direção de Rob Marshall. Roteiro de Michael Tolkin, Anthony Minghella, baseado na peça Nine de Maury Yeston e Arthur Kopitt, baseado no filme Fellini Oito e Meio, de Fellini. Com Daniel Day Lewis, Marion Cotillard, Penélope Cruz, Nicole Kidman, Judi Dench, Kate Hudson, Sophia Loren, Stacy Ferguson (Fergie), Ricky Tognazzi. Produção Weinstein. 118 min.


Estreou na última sexta-feira o aguardado Nine. Fellini Oito e Meio é meu filme do coração, meu e de todo mundo que trabalha de alguma forma com cinema. Não apenas é a obra-prima de um cineasta genial como foi Federico Fellini, como também é o melhor registro da demência que é rodar um filme, a montanha-russa emocional que toma conta de forma avassaladora do autor e o retrato de um artista em crise, quando é incapaz de criar e pensa que não tem mais nada a dizer. Realizado de maneira genial, altamente original e criativa e, principalmente, autobiográfica. Ele foi buscar em si mesmo as raízes e fontes de sua crise pessoal e artística e transformou tudo numa grande festa circense, que termina positivamente com aquela grande dose de humanidade, que só o italiano (e o cinema italiano) era capaz mesmo de passar.

Por isso é fácil entender porque o filme exerce até hoje, quase cinquenta anos depois de sua criação, um inacreditável fascínio em todos os artistas, a ponto de levá-los (mesmo famosos como Allen e Fosse) a realizar paráfrases, coisa nunca vista e sem paralelo referente a uma obra relativamente recente.

 
 
 
 
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