Pontinhos de discussão

sexta-feira, 5 de março de 2010

por Fernando Fonseca

Era possível respirar cultura na noite da última quarta-feira, quando a secretária estadual do Rio de Janeiro venceu o engarrafamento da Linha Vermelha para lançar o PADEC no teatro do Espaço Cultural Sílvio Monteiro juntamente com o secretário municipal de Cultura Marcus Vinícius Faustini. A classe artística da cidade foi em peso prestigiar o evento, durante o qual foram anunciados investimentos de R$ 450 mil na cultura da cidade. Metade dessa verba será usada na recuperação do próprio espaço. Os outros RS$ 225 serão usados com base na orientação dos 15 delegados escolhidos em meio à plateia que superlotou o teatro, apesar da insistente chuva que caiu sobre a cidade.


Alguns desses delegados representam uma das grandes novidades introduzidas pela gestão do escritor e cineasta Marcus Vinícius Faustini. São os pontinhos de cultura, uma parceria entre o Governo Federal e a Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu que está promovendo um rico diálogo entre educação e cultura na cidae. Um desses representantes é Elizângela Melo, mais conhecida como Fofão, do projeto Cultura Viva nas Comunidades, do bairro Jardim Europa.

Fofão estava eufórica com a presença do público, no seu entender uma demonstração de que Nova Iguaçu está se unindo para abraçar as oportunidades surgidas com as parcerias criadas pelo Prefeito Lindberg Farias. "Se não soubermos abraçar nossas
causas, nunca teremos nada", disse ela, explicando sua candidatura para a maratona de reuniões iniciadas na tarde que seguiu ao lançamento do PADEC. Essas reuniões, que se estenderão até o próximo dia 12 de março, definirão as prioridades de investimento da verba para a cultura, que chegará à cidade a partir de junho.

Periferia

Uma das propostas que Fofão fará à comissão é a descentralização das ações do governo, que normalmente não chegam a comunidades como a que mora, na periferia de Nova Iguaçu. "Moro em Campo Belo, num conjunto habitacional classificado como uma área de alto risco de vulnerabilidade social. Quero apoiar locais como esse em
que eu moro!", afirmou. Para a agente cultural, a cidade corre o risco de "dar com uma mão e tirar com a outra" se não levar em consideração a realidade de locais como Campo Belo.

Outro delegado que representará os interesses dos pontinhos de cultura é Gledson Vinícius, do Laboratório Cultural, que atua em Austin e Três Corações. Para Gledson, a iniciativa de discutir com a classe artística o destino das verbas do PADEC é mais uma prova de que Nova Iguaçu está na vanguarda da discussão cultural no Rio de Janeiro. "Essa iniciativa é mais que válida e bem vinda, pois é a primeira vez na cidade que esse repasse será utilizado e a nossa cidade carece de
recursos." Gledson Vinícius, cujo pontinho ensina as crianças a fazerem filmes com telefones celulares, tentará garantir recursos para o audiovisual. "Eu investiria na criação de salas de cinemas populares", afirmou.

1 Comentários:

Anônimo disse...

belo texto!

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