Certo até no Iraque

quinta-feira, 29 de abril de 2010

por Dannis Heringer

Um grupo de jovens intitulados como Geração Delírio que vem de um trecho de uma música chamada “Uma canção p’ros Ratos” de SOFIAPOP, invadiu o Festival mais famoso do Rio, o Aldeia Rock Festival, foram 11 selecionadas de 80 inscritos, o evento ocorreu entre os dias 1, 2, 3 e 4 de Abril em Aldeia Velha, essa foi a 10º edição do festival que reúne – além de muito rock’n roll - milhares de pessoas dispostas a olhar para o futuro, com uma visão consciente e diferente do passado e, sobretudo, manter vivo o espírito de Woodstock. Um evento sem fins lucrativos, o festival tem participação de bandas da região, que se apresentam junto com artistas renomados do blues e do rock nacional, Aldeia Velha fica cercado de Mata Atlântica e fica entre os municípios Casimiro de Abreu e Silva Jardim o que atrai muitos jovens para o Festival.

Moda para princesas

por Morgany dos Santos

No Japão, a moda é mais do que uma moda: é um estilo de vida.

Existe uma moda chamada Hime Gyaru, aqui traduzida como moda para princesas, já que Hime vem de princesa e Gyaru é um outro estilo que consiste em "mudar" o paradigma oriental. Na prática, isso significa que essa moda tem como objetivo deixar as mulheres daquela região com um ar menos oriental. Os olhos puxadinhos e pequenos, a pele amarelada e o cabelo preto e liso são trocados por cabelos mais claros(não loiros, mas castanhos claro, cobre e afins). Os mesmos cabelos são submetidos a um tratamento de modo que fiquem mais encaracolado nas pontas.

Sincretismo feminino

por Larissa Leotério


Com pouca luz e muita expectativa , começam a cantar as “Mulheres de Jorge”. Ainda que seja muito parecido com uma ‘releitura’ das “Mulheres de Chico”, as de Jorge estavam para a abertura das festividades anuais da Igreja de São Jorge.

Segundo o padre Davenir, o projeto já era bem antigo, mas só pôde acontecer esse ano por conta de patrocínios. E a espera foi muito válida. O trio composto por Tereza Onã, Cyda Matos e Haoa Afrânio faz um tributo ao santo guerreiro com músicas populares brasileiras. Por conta do seleto repertório, todo o público canta junto músicas como “Líder dos Templários”, “Canto pra Ogum”, “Domingo 23” e “Tava Por Aí”.

Vitória da divulgação

por Larissa Leotério


“O que vai ser?” Essa pergunta me atazanou a mente por dias. Eu não podia mais ver meus amigos com a imagem contendo a dita pergunta nos seus perfis da rede de relacionamentos Orkut. A cada dia o número aumentava, me deixando muito intrigada. Mordendo os cotovelos de curiosidade.

Acreditem vocês que só de jovens repórteres deste blog que vos comunica, três possuem a imagem! Qual a solução? Perguntar. Falei com um dos colegas repórteres e tive mais ou menos uma solução: tratava-se da mais nova produção cinematográfica de um amigo em comum.

Lenda do CPU

quarta-feira, 28 de abril de 2010

por Hosana Souza


“Eu quero fazer faculdade por uma realização pessoal e principalmente para servir de exemplo, pois vejo muita gente desanimada, colocando dificuldade em tudo”, diz José Ribeiro de Amaral, 72 anos, ou simplesmente Seu Amaral, o mais novo graduando em Letras pela UFRJ. Mas antes de falar sobre essa conquista, contemos a história de Seu Amaral, que começou em União da Vitória, divisa entre Santa Catarina e Paraná.

Nascido em uma típica família do interior, Seu Amaral tinha apenas cinco anos quando começou a trabalhar na terra, na fazendinha em que seu pai desejava plantar café. “Como não deu muito certo, nós resolvemos plantar milho e criar alguns animais. Colhíamos e ajudávamos mamãe a fazer farinha para vender depois”, relembra ele, que aprendeu a ter autonomia com essa experiência.

Seduzidos pela imagem

segunda-feira, 26 de abril de 2010

por Jéssica Oliveira 

Ontem, dia 20 de abril, o Iguacine encerrou sua programação no Espaço Cultural Sylvio Monteiro com a Mostra Bairro-Escola para os alunos das escolas municipais Austregesildo de Ataíde, Herbert Moses, Flor de Liz, Janir Clementino Pereira, Professora Anna Maria Ramalho, Maximiano Ribeiro da Silva, Ivonete dos Santos Alves, Jaceruba e Caíque Coco. Mas além da pipoca e do suco servido a eles, a equipe do Iguacine também lhes reservou uma outra atração, que ficou por conta da compainha de teatro Tapetes Contadores de Histórias, representada pelo ator e contador de histórias Warley Goulart.

Mais Cultura

sexta-feira, 23 de abril de 2010

por Rodrigo Caetano


O Centro Cultural Donana abriu as portas para a exposição do Projeto "Mais Música", nessa última terça feira, dia 20 de abril, que mostra pinturas de artistas da Baixada Fluminense. A noite também deixou espaço para música e cinema.

Um dos convidados para bater um papo sobre a exposição foi Wilker França, coordenador cultural do SESC Nova Iguaçu, que falou sobre a importância de valorizar a cultura na baixada.“Somos a resistência!”, afirma ele em relação ao apoio que o SESC NI dará a diversos municípios da Baixada, inclusive Belford Roxo, lar do Donana.

Salve Jorge!

por Mayara Freire e Vinicius Tomas / Fotos por Mayara Freire

O meio cultural de Nova Iguaçu passou por agitações nas últimas semanas. No domingo, ao mesmo tempo em que o Iguacine acontecia, a poucos metros de lá, na Igreja de São Jorge, o espetáculo “Salva Jorge - o intrépido Santo do Povo”. Uma super produção que contou com atores de prestígio, um inventivo cenário, música ao vivo, dirigido pelo diretor Cadu Freitas e figurinos pelo artista iguaçuano Raimundo Mendes, que foi diretor de arte das minisséries “Pedra do Reino”, “Capitu” e “Hoje é dia de Maria”. Uma belíssima festa comemorando o Jubileu da paróquia, que aconteceu desde o dia 18 até ontem, quando começou a semana tradicional da Festa de São Jorge, aos arredores da igreja. E em uma parceria com a diocese e a Secretária Municipal de Cultura de Nilópolis, terá como palco hoje, dia 23, dia dedicado ao santo guerreiro, às 18:30h, na quadra da Escola de Samba Beija–Flor de Nilópolis.

Com a Igreja lotada, a historia começa a ser contada por uma trupe mambembe, que introduz e guia historia ao misturar circo, musica e balé interpretados por divertidos personagens. As belas músicas foram interpretadas por um quarteto de violino, violão, percussão e vocais.

Contrariando expectativas

quinta-feira, 22 de abril de 2010

por Hosana Souza

Quarta-feira, 21 de abril de 2010. Manhã quente e o início de um feriadão. Eram oito da manhã quando parti de Campo Grande. Confesso ter atravessado algumas horas repletas de desesperança, imaginando que chegaria em Miguel Couto e não encontraria ninguém além da produção do evento. E mais uma vez o Iguacine contrariou as expectativas, pois às dez da manhã já se reunia na Escola Livre de Cinema um grupo de 20 pessoas ansiosas pela próxima oficina, mesmo após sete dias de evento.

Epitáfio

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Critica de “O Último Retrato”

por Luz Anna 

Decifra-me ou te devoro”, diz a esfinge, mas para quem?
Passamos de longe, quietinhos e quem sabe ela ti vê?
Essa seria uma atitude bem cômoda e muitas vezes usada por nós, mas existem coisas que nos perturbam, nos inquieta e exige de nós.
A morte é uma delas.
O filme “O Último Retrato” de Abelardo de Carvalho, descreve o trabalho de um fotografo do inicio do século que dedicou a fotografar crianças mortas.
São 12 crianças entre meninos e meninas retratados em um momento único, eternizados como em uma tentativa romântica de manter a vida.

Samba do crioulo doido

por Lívia Pereira

Crítica Loucura suburbana

Em curtas-metragens de todo o Brasil, no dia 18 de abril de 2010, foi exibido o curta Loucura Suburbana. O documentário dirigido por Felipe Figueiroa retrata um projeto de integração da loucura à sociedade realizado pelo Instituto Nise da Silveira, localizado no Engenho de Dentro, RJ.

Inicialmente a imagem de um bloco de carnaval repleto de loucos saídos de um hospício causa um estranhamento muito grande.

Segundo o diretor do instituto, “a loucura estabelece uma relação de amor e ódio, aversão e fascínio”. É impactante ver fantasiados, alegres e, por que não, “de pé”, pessoas que, segundo a sociedade, são meros indigentes.

Cinquentona atraente

por Lívia Pereira

Crítica Cinco Vezes Favela

No último dia 18 de abril o III Iguacine exibiu o longa Cinco Vezes Favela 1 (1962). O filme, dividido em cinco episódios, conta com a participação de diretores de peso da primeira geração do cinema novo, como Carlos Diegues, Joaquim Pedro de Andrade e Leon Hirszman.

O filme trata da alienação exercida pela própria cultura popular, abordagem essa que esteve mergulhada no Centro Popular de Cultura (CPC) e na União Nacional dos Estudantes (UNE) através dos ideólogos da época e, de outro lado, da vanguarda dos cineastas responsáveis.

Iguacine em Síntese e Antítese

por Tuany Rocha 

Critica Iguacine
E termina o Iguacine como uma colcha de retalhos ou um mosaico de arte e cultura?
Nos cinco dias do evento se falou de vida, como no trabalho de Leonardo Sette em “Confessionário” e de cidade em “Polis”, de Marcos Pimentel. Falou-se de esperanças com “O presidente”, de Luiza Favale, e de sonhos como no curta “Ensaio de cinema”, de Allan Ribeiro.

Tivemos rostos consagrados como o de Cacá Diegues e Jorge Duran, e rostos em busca de consagração como o do jovem Ben-Hur, do filme “Sorte”, e de Getúlio Ribeiro com o curta “O que vai ser”, se brincou com Bruno de Oliveira em “A Infância de Margot” e com Elisandro Dalcin e Nélio Spréa em “Brincantes”, se inovou com “Recife Frio” de Kleber Mendonça filho, também nos apaixonamos com o curta “Carreto” de Marília Hughes e Cláudio Marques e até nos surpreendemos com a brandura da arte e beleza em uma nova visão da morte, como em o “Último Retrato”, de Abelardo de Carvalho.

A noite de premiação

por Tuany Rocha






Neste domingo, após o término do filme “Cinco vezes favela”, chegou o momento tão esperado por todos: era a hora de saber os grandes ganhadores. Sala cheia, torcidas animadas, enfim, uma mistura de pessoas, lugares e estilos diferentes, mas todos com um propósito: enriquecer as questões culturais que envolvem o cinema.
Logo de cara, além de Carlos Diegues, também foram homenageados Marão, o grande animador que tem suas raízes na Baixada Fluminense, e a equipe “Furacão 2000”, por ter feito um dos primeiros registros audiovisuais do funk carioca e para representá-la estava presente o fundador, Rômulo Costa, que ficou muito feliz ao receber o troféu, ele diz que se surpreendeu com o numero de pessoas presentes “pensei que fosse encontrar dez pessoas na platéia, no entanto o auditório está lotado.”, Rômulo gostou tanto do evento que disponibilizou dez minutos do seu programa para exibir os melhores momentos do Iguacine.

Na terra do nunca

por Fernando Fonseca


A beleza do visual, em sincronia perfeita com o áudio, se fez presente hoje no auditório d o Espaço Cultural Sylvio Monteiro, onde mais de duzentos e sessenta alunos da rede municipal de ensino de Nova Iguaçu pôde conferir a Mostra Bairro Escola. Nela, obras de Câmara Cascudo foram transformadas em curtas metragens de animação pelos alunos da Escola Livre de Cinema, juntamente com os alunos da Escola de Música Eletrônica.

Evolução desmedida

terça-feira, 20 de abril de 2010

apor Mayara Freire




Em meio ao dia de premiação do III Festival de Cinema de Nova Iguaçu, o secretario de cultura de Nova Iguaçu Marcus Vinicius Faustini fez um abalanço sobre a importância do Iguacine para o município, assim como para os realizadores de cultura e publico. Em uma rápida conversa descontraída, ele destacou o que considerou de mais importante e a projeção do evento.

Cultura NI: Qual foi sua avaliação sobre o resultado do III Iguacine?

Faustini - O festival é um ambiente, e a cultura precisa desses ambientes. Não é somente feito de objetos, como um filme e um objeto artístico. É necessário ter um ambiente de apresentação. Por isso, o iguacine  é um local de apresentação da Baixada para o Centro do Rio de Janeiro, o Brasil e vice versa. É um espaço para pessoas conversarem, criticarem. Isso sempre requer que se pense no festival. Quem acha que isso acontece naturalmente, na verdade não o é. Ele é sempre muito pensado. Acho que este ano está diferente em relação aos outros. Tem gente diferente, as estratégias deram certo, os artistas compareceram e realizaram coisas boas. A cidade está de parabéns, pois já compraram a idéia do Iguacine.  Sobretudo, isso mostra que a periferia não é lugar de carência e sim de potencia. Acabou esse conceito de que a periferia vai receber cultura. Agora ela também faz!

Cultura NI: Como você  vê a repercussão deste Festival?

Faustini- Observei que todos estão impressionados com o conceito do Iguacine.  Tenho certeza que o evento vai influenciar muitos outros festivais, muitas outras formas de fazer,  pensar, além de pensar ambientes. O festival não é formação de platéia apenas, mas sim um modo de ver o Brasil e a cultura brasileira. Eu acho que demonstra uma grande potencia. Estou feliz pois é resultado da minha gestão e de todos que estão trabalhando de maneira colaborativa. Acho que ajudou a superar o que a cidade tinha em alguns momentos: grupos culturais que brigavam entre si. Vejo que o evento acabou com isso, proporcionando misturar vários agentes culturais. Portanto, não estão mais separados e sim unidos.

Cultura NI: Quais foram as mudanças em relação aos outros festivais?

Faustini- Desta vez teve mais produção da baixada, mas ainda acho que devem produzir mais. Eu acho que o terceiro festival é o resultado das tentativas do primeiro e segundo. Definitivamente amadureceu. Saibam que o Iguacine não é feito pela Secretaria de Cultura de Nova Iguaçu, mas sim pela Escola Livre de Cinema, de Miguel Couto. E nós apoiamos a causa, participamos e ajudamos. Acredito que de modo geral coma minha saída, não se pode depender de uma pessoa em nenhum lugar. Esse é o momento de todos se unirem para garantir as mudanças que a nova gestão trouxe, e fortalecer mais ainda a sociedade civil de Nova Iguaçu para garantir as conquistas. Acho que a minha gestão foi boa para dar uma misturada, chacoalha e embaralhar o que era fixo. Acho que avançou o que começou. É muito bom ver gente com cara diferente. Teve gente com piercing a camisa de botão, trabalhadores, jovens a idosos;  de realizadores engajados a os que querem fazer filme de mercado. Teve de intelectual a pagodeiro, funkeiro. É isso o que eu acho de mais bacana: amistura. Essa é a potencia!

CulturaNi: Quais filmes que mais te impressionou no festival?

Faustini- No geral, sou apaixonado por “Recife Frio”, acho um filme contundente, e gosto de “O que vai ser?”.

‘Vai ser, foi e é’

por Nany Rabello


Na primeira vez que ele subiu ao palco faltaram palavras. Toda a equipe estava eufórica, se abraçando e sorrindo. Ele agradeceu muito e passou o microfone para outros que também desejavam agradecer. Da segunda vez que ele subiu ao palco já não havia nada a dizer. Dessa vez o abraço foi único, coletivo, e as lágrimas rolaram sem medo de tocar o chão. O microfone parou na mão do ator, que contou um pouco da história do grupo. E era nítido que Getúlio Ribeiro não acreditava ter ganhado os dois prêmios de sua categoria com o primeiro trabalho dele e do grupo.

O grupo, que ainda não tem um nome, mas tem a certeza de que não vai mais se separar, contou que se conheceu na Escola Livre de Cinema, de onde foram alunos, e depois de terminado o curso cada um seguiu seu caminho, até que alguns deles se reencontraram por acaso e resolveram ‘recrutar’ os outros para fazer um curta.

The winner is...

por Vinícius Tomas

Mais um prêmio na estante de Allan Ribeiro com “Ensaio de Cinema” se tornando o grande campeão da Mostra Competitiva Nacional do Iguacine 2010. O filme levou os troféus de melhor filme e melhor direção e um prêmio em dinheiro de 2 mil reais. É a consagração do cineasta que concorreu em todos os Iguacines e venceu pela primeira vez com o elogiado curta que brinca com a linguagem audiovisual e expõe uma análise sobre a atuação. Desde já aguardamos a 4ª participação de Allan no Iguacine e que sua marca de capricho se torne uma tradição nos festivais de Nova Iguaçu. Será bem vindo em todos, sem dúvida. Allan Ribeiro conversou com o blog logo após a premiação

Algumas risadas

por Jefferson Loyola 
Crítica Vida de balconista



Um filme para falar de outros filmes. Assim foi o longa metragem “Vida de balconista”. Gravado em apenas uma noite na locadora do próprio diretor, Cavi Borges, o longa surgiu após uma série feita para OI, logo assim que a mesma operadora lançou TV digital para celular. Histórias vividas por um balconista de uma locadora, onde é utilizado em sua filmagem, uma lente “olho de peixe”, aliás, um grande ponto positivo no filme.
Ao começar com uma senhora querendo ser atendida quando a locadora ainda não esta em seu horário de funcionamento e um cara que não quer pagar pelos filmes que está devolvendo. “Vida de balconista” é uma comédia que não deixará você embriagado de humor, mas dará umas doses necessárias para lhe manter atento com algumas sacadinhas e piadinhas bem elaboradas em seu texto.

Quase natural

por Wanderson Duke

Crítica Vida de balconista

Em "Vida de balconista", Cavi Borges constroi uma ponte entre o cômico e a tragicomédia do cotidiano. Com um filme curto, barato e totalmente despretensioso narra, com muito talento , as inúmeras mazelas sofridas por um balconista de videolocadora - Mateus, interpretado por Mateus Solano - em um único dia de trabalho.

Os personagens simples e engraçadíssimos dão um ar verossímil à trama, tornando-os muito realistas , sem a grandiloquência absurdamente forçada de algumas comédias . Em "Vida de balconista", o riso ocorre de forma espontânea e intensa. Quase natural.

Trilogia do Cavi: parte III - "O último filme é sempre o melhor"

por Josy Antunes

"Eu estou curioso pra ver lá no Iguacine. Não sei se vai estar cheio, por ser uma segunda-feira", lançou, sem muitas expectativas, Cavi Borges, um dos diretores de "Vida de balconista", exibido ontem à noite na III edição do Festival de Cinema de Nova Iguaçu. Como já era de se esperar, o palpite feito na última sexta-feira foi brutalmente esmagado pela gigantesca fila formada no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, pouco antes da sessão se iniciar, às 19 horas. Esmagados também foram comentários existentes de que o sucesso do filme se deve ao glamour e à projeção atuais de Mateus Solano, devido a seus trabalhos na Rede Globo: dentre os 40 primeiros espectadores da fila, apenas seis vinham com interesse específico em ver o protagonista, agora global. Dez deles alegaram a presença por amor ao cinema - entre eles estavam cinéfilos e realizadores. E o maior grupo, de 24 pessoas, declararam que o que as motiva é a realização do Iguacine e que, seja por curiosidade ou fidelidade, esse era o único e real motivo de suas presenças.

E na noite de premiações do III Iguacine...

por Josy Antunes e Larissa Leotério

Sobre continuar caminhando

segunda-feira, 19 de abril de 2010

por Nany Rabello

Crítica Utopia e Barbárie

utopia : u.to.pi.a
1 O que está fora da realidade, que nunca foi realizado no passado nem poderá vir a sê-lo no futuro. 2 Plano ou sonho irrealizável ou de realização num futuro imprevisível; ideal. 3 Fantasia, quimera.

Barbárie : bar.bá.ri.e
1 Estado ou condição de bárbaro. 2 Crueldade, selvageria.

Os significados dizem muito. Parece impossível associar ambas palavras em uma única coisa, mas o cineasta Sílvio Tendler o fez. Mais do que um documentário, o filme é uma aula de história do ponto de vista mais humano possível. Retratos de uma passado trágico, de meados do século vinte até os dias de hoje.

Mortes, guerras, exílios, ditaduras, torturas, memórias que jamais serão apagadas da história do mundo, contadas por quem de fato esteve lá. Um trabalho de uma vida inteira. "Não se faz um filme desse calibre como se pensa fazer um documentário, não é industrial", conta Sílvio no vídeo que precede a história.

Trilogia do Cavi: parte II - O balconista que virou médico

por Josy Antunes
Daqui a pouco o III Iguacine exibirá o filme "Vida de balconista", de Cavi Borges e Pedro Monteiro: O primeiro longa metragem pra celular do Brasil. "Esse filme foi uma historia muito doida", ri o Cavi, cuja obra, na verdade, foi originada numa série da TV OI para aparelhos celulares. "A gente já estava na terceira temporada".

Cada pequeno episódio narra situações vividas por Mateus, um balconista de locadora que tem por sonho ser cineasta, inspirando-se em Quentin Tarantino, que cursou a mesma trajetória. A única locação utilizada foi a própria Cavideo e o seu proprietário garante: "Tudo que você vê na série é real", diz ele, incluindo o cliente que, certa vez, pediu para "dar umazinha" entre as estantes de filmes. "As pessoas que frequentam aqui são muito doidas, por causa do proprio horário... gente bêbada, gente alternativa, de rock, teatro, dança... De noite aqui virava tipo um boteco, o pessoal chegava, sentava nas cadeirinhas e ficavam bebendo e conversando. Não era uma locadora que o pessoal alugava e ia embora. Era tipo um ponto de encontro, a galera vinha aqui falar de filmes e projetos", conta ele, descrevendo o ambiente e personagens - reais - do filme.

O monstro da animação

por Jéssica de Oliveira e Marcelle Abreu


Em 1972, nasceu em Nilópolis um menino chamado Marcelo. Sua mãe lhe dera este nome em virtude de um galã de novela muito famoso da época. Mas na escola, por um hábito da professora de chamar seus alunos apenas pelo sobrenome, Marcelo passou a ser mais conhecido como Marão.

O que vai ser do mendigo queimado?

por Jefferson Loyola




Uma noite de premiação e diversão. Assim foi este  domingo no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, localizado no Centro de Nova Iguaçu, onde ocorreu a apresentação dos curtas vencedores nas mostras Competitiva Nacional e da Baixada do III Iguacine. Apesar da tensão pela espera do resultado, o público que superlotou o teatro riu bastante com as piadas que os mais engracidinhos não paravam de contar.

Pai do funk

por Luz Anna



Transformar arte em realidade, essa é a meta, e essa tem sido a conquista da 3ª edição do Iguacine.

De portas abertas para a diversidade cultural, o festival recebeu no seu 4º dia de a presença marcante do produtor Rômulo Costa, secretário de Cultura de Belford Roxo.

O melhor e o pior de um homem

por Wanderson Duque

Crítica Incelença da Perseguida

Sinopse: O sertão nordestino abriga a história de Maria das Graças, dita como santa mas que se rebela em favor de um amor pecaminoso que desenvolve pelo filho do coronel da região. Este menino, depois de ser rejeitado na infância quando “cantava” um menina, cresce e se torna um homem de traços fortes e profundamente machista.

Como a população é pobre, ele se apodera desse fato para promover sua vingança contra todas as meninas da aldeia, possuindo-as uma a uma. Em troca, o rapaz fornece dinheiro às famílias das meninas, que veem essa troca de favores como fonte de alimento.

Marca universal

por Vinícius Tomas

Rodrigo Fonseca é repórter e um dos críticos por trás do famoso bonequinho do jornal O Globo. Professor da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, ele participou da primeira parte da Oficina de Interpretação. A leve e divertida aula foi uma introdução sobre métodos de interpretação e uma conversa sobre filmes e grandes atuações.

Sotaque mineiro

por Luz Anna


Na primeira noite da Mostra Competitiva Nacional do III Iguacine foi apresentado o curta “Fantasmas”, produzido pela produtora “Filmes de Plástico”, composta pelo diretor e roteirista André Novais de Oliveira e pelos atores e produtores Gabriel Martins e Maurílio Martins, ambos de Belo Horizonte, Minas Gerais.

A história começa com uma conversa jogada fora entre dois amigos e a princípio é uma receita simples. Porém, no decorrer de "Fantasmas", vamos percebendo que a mistura desses ingredientes é que dá o verdadeiro sabor que só uma obsessão pode despertar.

Cansado de esperar

por Mauro Vasconcellos

Crítica Céu Limpo

Escrito e dirigido por Marcley de Aquino e Duarte Dias, “Céu limpo” é um filme que retrata a difícil realidade vivida no agreste nordestino. Leôncio é um típico homem do sertão, desempregado, que vai até a cidade em busca de emprego. Ao voltar para sua casa, discute com a mulher (Chica) por causa de divergências quanto a sua permanência ou não nas condições de precariedade e seca da região onde moram.

O filme apresenta aspectos sociais e culturais fortemente presentes nos costumes dos habitantes dessas regiões do sertão, como por exemplo a casa onde mora o casal, precariamente construída, bem como a forte influência da Igreja na vida da população, que se apega na fé, a fim de superar os problemas decorrentes das péssimas condições de vida.

A indignação, ou o desespero, ou os dois fatores, derivados de todas as dificuldades por que passa o casal, sugerem, em seu desfecho, a falta de esperança e o cansaço de esperar que um milagre aconteça.

Curta sem intenção

por Jefferson Loyola

O calor brasileiro na ilha gelada da Islândia. Assim pode ser definido o curta “65° N” do estreante Lucas Gervilla. O paulista confessa que escolheu a Islândia pela velha curiosidade de ver a neve. “A ideia inicial era de um intercâmbio, poder conhecer uma cultura totalmente diferente”, contou. “Um fato engraçado na minha chegada foi a desconfiança local sobre minha nacionalidade. Como só conhecem o Péle, não acreditavam que eu era brasileiro, afinal sou branco”, relembrou entre risos.

Amizade pra todas as horas da vida

por Tony Prado

Crítica À minha amiga: um breve relato sobre nós

 “Um dia a história está diante dos nossos olhos, acontecendo ali mesmo. Naquele momento, a única coisa que temos na mão é uma câmera fotográfica digital e na cabeça a certeza de que aquela história pode se transformar em um filme”. Essa foi a premissa utilizada no curta “À minha amiga: um breve relato sobre nós”, do diretor André da Costa Pinto, que trouxe ao III IGUACINE uma grande dose de emoções a todos que o assistiram.

O curta relata a história de Carminha Costa, 90 anos, que cuida de sua amiga Inacinha Cabral, 85 anos, que perdeu a fala desde que sofreu um AVC. A amizade das duas, no entanto, tem experiências que jamais serão substituidas em tempo algum e por nenhuma barreira. Para Carminha, sua amiga, que conhece há 60 anos, é seu bem mais precioso. Compartilham histórias desde a mocidade: os romances de juventude, suas músicas favoritas, a melhor festa de São João, o batizado do primeiro filho, que inclusive foi dado à amiga para batismo.

Frio a 65°

domingo, 18 de abril de 2010

por Jefferson Loyola e Tony Prado


Crítica 65° N
Um brasileiro documentando a memória de pessoas a 65 graus norte, na Islândia. O curta metragem “65° N”, dirigido por Lucas Gerville, mostrou entrevistas de várias pessoas na cidade e dados da vida de cada uma, trazendo a cultura da Islândia, que é muito diferente do nosso maravilhoso calor brasileiro, para as telas do III Iguacine .

O cinegrafista entrevista um senhor, apelidado de “O velho”, que lhe mostra um álbum de fotografias com imagens do festival que ocorre na cidade, chamado de Dia do Peixe. Durante este evento, que é aberto pelo padre, todos da cidade comparecem para quebrar o gelo e com isso pescar. Ocorre também uma disputa entre quem traz o maior peixe, sendo que todos têm o hábito de comprar agasalhos novos para o dia. “Este rapaz comprou um terno novo no dia do festival”, disse o senhor no curta, apontando para a foto de um jovem no álbum.

Atitudes extremas

por Mauro Vasconcellos

Crítica Vela ao Crucificado

O filme apresenta o velório de um menino realizado em família, seguido do sepultamento deste por seu próprio pai, sem qualquer ajuda ou apoio de nenhum perente ou amigo.

No decorrer do processo velório/sepultamento, questões sociais e culturais são levantadas pelas personagens, como a descrença no ser humano e os conflitos religiosos por que passam as pessoas que se veem submetidas a todo o tipo de privações, bem como as consequências de tais privações, que levam as personagens a tomarem atitudes extremas.

Um breve relato de um drama que é fruto das más condições de vida no interior do Maranhão, um retrato do cotidiano do sertanejo brasileiro e um final forte e perturbador, além da excelente interpretação de Auro Juriciê (ganhador do prêmio de melhor ator desta edição do IGUACINE) tornam “Vela ao crucificado”, de Frederico Machado, um filme que merece ser apreciado.

Se roubaram os sonhos, devolveram a esperança

por Marcelle Abreu e Tony Prado

Numa demonstração fiel à imagem da rotina de adolescentes nas comunidades do Rio de Janeiro, o longa “Sonhos Roubados” realmente “roubou” a atenção dos espectadores do III IGUACINE, dramatizando a história de três jovens em suas complexas vidas, sob a direção de Sandra Werneck, deixando a todos, espectadores e cooperadores, deslumbrados com o filme.

Saindo completamente do clichê pobreza, violência e sexo, "Sonhos Roubados" apresenta um ponto de vista mais feminino, sensibilizando e focalizando o drama das jovens. “Foi maravilhoso mesmo com o tema triste. Foi feito por meninas e dirigido por meninas. Tem toda uma sensibilidade”, comenta Amanda Diniz, atriz do longa. E realmente foi necessário muitos toques femininos, já que as mulheres são as maiores vítimas da violência e da prostituição. “O mais difícil em fazer o filme foi saber que é uma realidade. Eu sofri não em fazer e sim em ter mais conhecimento, saber que realmente acontece isso”, declarou Amanda.

Ave em extinção

por Marcelle Abreu

Crítica Áurea
Um curta que mistura ficção e documentário, que surgiu a partir de uma noite num bar em que o diretor Zeca Ferreira havia ido curtir. Tudo mudou ao se deparar com Áurea, que, para muitos, é uma cantora anônima, mas, para ele, uma curiosidade. O curta foi inspirado na verdadeira Áurea.“Ela é como uma ave em extinção no universo da noite”, diz o diretor. “Ela é uma cantora que mesmo não tendo reconhecimento faz seu papel como ninguém”.

Como muitos bares no Centro do Rio, não há camarim onde ela se apresenta. A maioria dos cantores noturnos, inclusive Áurea, tem que se arrumar em qualquer canto, até mesmo na cozinha. “A noite é uma escola, você trabalha com as pessoas e o clima que tiver na hora, não há roteiro, é preciso saber fazer. E eles também têm a obrigação de fazer de maneira que agrade o público, que é pequeno porém fiel”, afirma.

A morte é fotogênica

por Tuany Rocha
Crítica Último Retrato


E prossegue o III Iguacine, uma festa da consagração à arte com inúmeros trabalhos surpreendentes. Um belo exemplo foi o curta exibido na tarde desse último sábado, “Último Retrato”, do escritor, artista, professor e diretor Abelardo de Carvalho.

O filme fala da morte de uma forma inovadora, onde em apenas sete minutos 12 crianças mortas são retratadas pela visão artística do fotógrafo Juca Pereira no inicio do século XX. Após a apresentação de seu filme nesse 3º dia de Iguacine, Abelardo nos falou um pouquinho da sua obra.

Vida que segue

por Nany Rabello 

Crítica Sonhos Roubados 
 

Crianças que não podem ser crianças, adolescentes que não têm a chance de agir como tal. É sobre essas meninas o filme “Sonhos Roubados”, de Sandra Werneck: três amigas, Jéssica, Sabrina e Daiane, que vivem na periferia do Rio de Janeiro e se prostituem para conseguir dinheiro.

Jéssica é mãe, aos 17 anos, e 'trabalha' para conseguir sustentar a filha e o avô, com quem mora desde que sua mãe morreu. Passa por sérios problemas quando o pai da menina tenta tirar a guarda da filha dela. Sabrina foi expulsa da casa da mãe, não sabe quem é seu pai e leva essa vida para conseguir dinheiro, mas acaba se apaixonando por um bandido, de quem engravida, e acaba sendo abandonada por ele. Daiane, de apenas 14 anos, é violentada pelo tio, com quem vive. Sua mãe sumiu e a deixou com a irmã de seu suposto pai, que nunca reconheceu a menina como filha. Ela conhece a dona de um salão de beleza e passa a aprender e trabalhar com ela para conseguir dinheiro e não ter que se prostituir.

Trilogia do Cavi - parte I: Vivendo pra sétima arte

por Josy Antunes

A Cavideo nunca foi uma locadora só. Cavideo é como se fosse quase um filho pra mim. Um lugar que eu quero pessoas maneiras, amigos, não é só por dinheiro, é muito mais do que isso. Cavideo pode estar me dando prejuízo que vai continuar a existir. Quando o VHS e DVD acabarem, vai virar museu, mas vai continuar”.
(Cavi Borges)





O que foi "O que vai ser?"

por Josy Antunes e Larissa Leotério

Entrevista exclusiva concedida ao Cultura NI, com Getulio Ribeiro e Desire Taconi, respectivamente diretor e assistente de direção do curta "O que vai ser", que está concorrendo na Mostra Competiviva Baixada. A esperada premiação acontecerá hoje à noite!

Sem tempo ruim

sábado, 17 de abril de 2010

por Vinicius Tomas

Crítica Recife Frio


Em tempos de mudanças climáticas, existe o temor da perda de hábitos e prazeres relacionados aonde se vive. Como o calor excessivo, que tira o prazer de se tomar um cafezinho, ou dias de chuvas tão fortes que impedem o exercício do direito de ir e vir, como recentemente aconteceu no Rio de janeiro. São situações isoladas: nem todo dia chove ou faz um calor absurdo. Mas o filme "Recife Frio" é uma visão de uma mudança radical, permanente e isolada de clima na capital de Pernambuco. Uma cidade que não sabia o que era frio passa a conviver com chuvas constantes e clima europeu após a queda de um meteorito. Em uma inteligente narrativa o diretor e roteirista Kleber Mendonça Filho conta a historia como um documentário de uma TV argentina que vem para analisar os efeitos da inusitada situação, questionando sobre como o repentino frio afeta a vida dos moradores.

Um presente de natal

por Fernando Fonseca / Vídeo: Josy Antunes


Crítica Rendez-vous

Natal, um pássaro enjaulado e muitos cigarros: assim é o cotidiano de um Papai Noel solitário, personagem principal do curta metragem 'Rendez-vous'. Seguindo uma vida rotineira, repleta de solidão e álcool, o Papai Noel vê sua vida mudar em uma tarde nada convencional, na qual recebe uma visita de sua amiga e vizinha.

Embalado pelos sons e símbolos natalinos que mantêm viva a memória de sua esposa, há anos falecida, e aproveitando de mais uma tarde na companhia de seu animal de estimação, o velho personagem de cabelos grisalhos recebe a visita de uma amiga, que, após anos, resolve ir visitá-lo com um prato de rabanadas. À primeira vista, uma simples visita a um senhor esquecido por muitos e há muito. Ou, se olhada de outro ângulo, a oportunidade perfeita de renovação.

A Saudade é um Filme Sem Fim

por Dannis Heringer
Quando o Diretor Rafael Almeida foi chamado para o IGUACINE ficou surpreso e bastante feliz, "Não conhecia o Rio de Janeiro, e cai diretamente na Baixada Fluminense, tô adorando, uma experiência formidável". Após seu curta monstrado na amostra competitiva, Rafael de Almeida, conta um pouco como foi sua expectativa sobre seu filme.

O curta conta sobre experiências que ele teve, sendo que de uma forma indireta, não usando de quaisquer forma imagens, videos, que sejam dele ou de sua familia "Na verdade é um curta experimental, conto histórias de outras familias focando em outras experiências que já tive". conta Rafael. As imagens exibidas no curta são de arquivo e de origem desconhecida.

Sensibilidade e atenção

por Larissa Leotério

Crítica A infância de Margot

Provavelmente um dos mais belos filmes exibidos na segunda sessão da Mostra Competitiva Nacional do Iguacine 2010 foi "A Infância de Margot", de Bruno de Oliveira. E mesmo assim, talvez por não ter sido compreendido pelo público, não foi aplaudido. As pessoas não souberam se o filme tinha terminado, ficaram esperando os créditos e se iniciou outro curta.


Numa boa

por Lívia Pereira

Crítica Cheirosa
 

O curta Cheirosa, de Carlos Segundo, foi exibido neste dia 17 de abril de 2010, na Mostra Competitiva do Iguacine. "Era pra ser uma experiência com um adaptador de lentes barato comprado em BH", conta o diretor, que hoje vê sua produção emplacar seu sétimo festival de cinema.

A história mostra a personagem, vivida por Valéria Gianechini, em uma perspectiva de uma mulher que não se deixa aborrecer nem por cantada barata no trânsito. Pelo contrário, a personagem dirige sua Brasília, troca seu pneu e leva numa boa a investida do motoqueiro que encontra pela rua. Mostra-se uma mulher moderna, que vive em meio a seus retoques de maquiagem em pleno trânsito da cidade, que encara a vida, em meio à fumaça, da maneira mais cheirosa possível.

O filme foi feito com poucos recursos. "É isso que o cinema faz através das ideias simples", ele comenta, referindo-se ao muito que pode ser feito diante do tempo "que nem sempre é hábil", à falta de recursos e à habilidade em transformar ideias em algo palpável, que se possa apresentar a um público e ver refletidas nele diversas interpretações de uma ideia inicial  que se mostrou hoje através do III Iguacine.

Bom até embaixo dágua

por Vinícius Tomas


Crítica Élliaoff


Na tragédia Hamlet, de Shakespere, a personagem de Ofélia morre afogada, em um aparente suicídio. Hoje, na segunda sessão da Mostra Competitiva Nacional, foi exibido "Élliaoff". É um retrato lírico da morte de Ofélia em curtíssimos dois minutos. O filme, dirigido em conjunto por Cecília Retamoza, que atua como Ofélia, Mariah Benaglia e Suellen Brito, responsáveis também pela fotografia, mostra um balé de morte imerso na água. A bela fotografia foca em closes do rosto e partes do corpo de Ofélia, frágil e belo como descrito na peça, e leva a dúvida presente em Hamlet: é uma dança ou um afogamento, um suicídio ou um acidente? Junte a isso a etérea trilha sonora de Erick de Almeida e se tem um belo curta que vai agradar os fãs de Shakespeare. Mas faz falta uma introdução a história, pois o curta se torna restrito aos já iniciados em Hamlet. Sobre a duração do filme, aí vai uma pergunta: quanto tempo é possível ficar sem respirar embaixo d'agua?


Assista o filme :  http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=9640

Caos urbano

por Michele Ribeiro

Crítica Pólis


Dirigido por Marcos Pimentel, com roteiro de Ivan Morales Jr e Marcos Pimentel e produzido por Luana Melgaço, Pólis foi um dos filmes apresentados na segunda sessão da Competitiva Nacional do III Iguacine, nesta tarde-noite de sábado.

Sobe, Sofia

por Robert Tavares


 O segundo filme exibido na sessão das 18h da Mostra Competitiva Nacional foi "Sobe, Sofia", dirigido por André Mielnik e Flora Diegues. A história narra a solidão de Sofia (personagem de Julia Stolker), uma jovem de classe média que, cansada de sua rotina, solidão e vazio existencial, conhece um usuário de drogas. O final do filme fica em aberto, e não conta se Sofia se rendeu ou não às drogas.

"Sobe, Sofia" participou do Curta cinema 2009 - Festival Internacional de curtas do Rio de Janeiro, além de ter participado de outros 11 festivais, incluindo um onde Julia recebeu o prêmio de melhor atriz. O curta-metragem tem duração de 15 minutos e seu teaser pode ser visto aqui:

Organização das cidades

por Wanderson Duque


Crítica Pólis

O termo “Pólis” designa a forma de organização coletiva das antigas cidades gregas, desde o período arcaico até o período clássico. Em contraponto a tal organização destas cidades, Marcos Pimentel nos descortina a insólita cidade construtível-destrutível habitada pelos seres humanos.

Vivendo em constantes fases de aperfeiçoamento, em uma linha contínua de destruição-restauração. Cenas que proporcionam uma reflexão bipolar do foco primordial do diretor, não deixam por se passarem em branco. Fica fácil identificar uma comparação cômica, que também não deixa de ser provocativa: cenas de animais e de seres humanos cuidando de suas aparências. Uma mostra simples do envolvimento social entra animais e seus donos que não fica tão claro assim.

Organização, ações e de costumes são captadas com demasiado ímpeto por Marcos Pimentel. O espectador pode, em algum dos diversos pontos culminantes do filme, participar de alguns dos milhares de personagens que emergem da cidade. Como os trabalhadores na estação ferroviária esperando sua condução ou, quem sabe, o operário que acorda cedo para realizar renovações na imensa pólis urbana.

Um filme provocativo, realista, mas que peca por sua longa duração, mesmo para um curta-metragem. Indo direto ao ponto.

(In) sanidade

por Joaquim Tavares



Crítica Vozes

Quem nunca se fez perguntas sobre a vida e a sua essência? De onde viemos? Para onde vamos? Qual a verdadeira razão para nossa existência ?

Porém, ninguém consegue achar as respostas para todas essas perguntas e isso é normal... ou não? O que é normal? Para que ser normal? Quem define a normalidade?

O curta 'Vozes' retrata essa vida de dúvidas e indagações vividas por pessoas com transtornos psiquiátricos diversos.

Eu queria ser meu pai

por Luiz Gabriel


Crítica Eu queria ser um monstro

Na animação “Eu queria ser um monstro”, podem-se constatar alguns hábitos típicos de uma criança, como, por exemplo, não gostar de tomar banho e uma imaginação extremamente fértil. O filme mostra o cotidiano de uma criança de Nilópolis, Baixada Fluminense, com bronquite.

O filme é uma declaração de amor do consagrado animador cultural Marcelo Marão, um dos grandes homenageados do III Iguacine, ao universo das crianças.


A obra é uma animação manual,feita por bonecos de massa de modelar, com arame por dentro e látex.

Seus aspectos positivos são a valorização da familia, a forma artesanal como o cenário foi feito e a precisão dos efeitos.

E o negativo é a dublagem, que deixa um pouco a desejar.

É um curta metragem infantil, que contagia os espectadores.


No final do filme, ele pensa e vê que realmente ele não quer ser como antes (um monstro com várias formas) e sim ser como seu ídolo: seu pai.

Vinte minutos de autonomia

por Joaquim Tavares


Crítica Brincantes

Que coisa maravilhosa é a brincadeira, ainda mais quando é vista pelos olhos da criança. É disso que fala o curta 'Brincantes', dirigido por Nélio Spréa e Elisandro Dalcin.

Sonho em verde e vermelho

por Mayara Freire e Jefferson Loyola


Ontem, aconteceu no Iguacine, às 18h, a mostra de curtas-metragens da Baixada Fluminense, com alguns filmes independentes, além de outros com parceria com o Mate com Angu e a Escola Livre de Cinema. O filme de ficcional “O que vai ser?”, dirigido por Getúlio Ribeiro, e produzido por Vitor Lopes - que também atuou -, Bruna Sanches, e Elaine Cristina, foi filmado em 2009, e neste ano é um dos cinco filmes concorrentes pelo prêmio desta categoria.

Segundo o diretor Getúlio, o processo de criação aconteceu dois anos atrás, quando um amigo o apresentou um conto e ele decidiu fazer o roteiro do mesmo em parceria com o autor.“Sem dinheiro nenhum tentei filmar uma vez, mas não deu certo. Desta vez, tivemos que pagar do nosso bolso o figurino, uma câmera adequada, além de parcerias para as locações. Por isso, conseguimos.”, disse.

Getúlio contou ainda que sentiu gratificado com o resultado e com a exibição no 3º Festival de Cinema de Nova Iguaçu. “Fiz o filme com a intenção de ter a estréia na nossa primeira participação do Iguacine. Estamos muito feliz com isso, pois estamos realizando e mostrando o nosso trabalho na nossa própria cidade. Nova Iguaçu está crescendo cada vez mais nesta área, graças a Escola Livre de Cinema e o Iguacine”, contou o jovem diretor.

Vitor Lopes, que atuou no papel principal, como o personagem Pierre, contou um para nós sobre o filme e sobre sua visão do cinema na Baixada. Confira!


vitor lopes - O que vai ser? from Cultura NI on Vimeo.

Novidades

por Jefferson Loyola e Mayara Freire



























Confira a programação no site :  http://www.escolalivredecinemani.com.br/iguacine2010/

Presidência embaçada

por Jefferson Loyola


Crítica de O presidente


Revolta por não usar óculos, que em sua opinião é um acessório indispensável para quem deseja ser presidente: essa é a essência do curta-metragem “O presidente”, que está concorrendo na Mostra Competitiva Nacional nesta terceira edição do Iguacine. Com direção de Luiza Favale, o curta tem como protagonista um menino que tem seus olhos sadios e que sonha em ser o Presidente dos Estados Unidos. O menino é Victor, que mora com sua mãe, que, por ser mãe solteira, deixa-o com a vizinha para trabalhar.

“Mãe, me leva para um outro oculista”. Essa é uma das frases iniciais do personagem Victor no filme, inconformado com o resultado do oftamologista ao qual acabara de ir, e de tantos outros que já fora. Nos 13 minutos desta ficção, o menino passa a maior parte do tempo com um par de óculos. Sua mãe, além de se ocupar com o sustento de seu filho, também vive uma intensa relação amorosa com um morador do mesmo condomínio onde mora.

O que que o Iguacine tem

por Rodrigo Caetano


Ontem foi o segundo dia do III IGUACINE no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, no Centro de Nova Iguaçu. Além da Mostra Bairro Escola, houve a Mostra Baixada e a exibição do musical “Alô, alô, carnaval!”, uma produção de Adhemar Gonzaga de 1936 restaurada recentemente.

Esse musical é protaganizado por grandes atores da era de ouro do rádio brasileiro, dentre eles a grandiosa Carmen Miranda, que começou a ficar conhecida a partir desse filme. Posteriormente, a Pequena Notável se mudou para os Estados Unidos e começou a ser a grande divulgadora da cultura brasileira através de seus filmes e canções.

Fazendo moda

por Robert Tavares

Quem passou pelo Iguacine - ou ainda passará - certamente notou o stand com duas araras repletas de roupas e bolsas bordadas e feitas com patchwork. Acontece que Claudia Pereira de Ciqueira, presidente da cooperativa Coosturart (Cooperativa de costura artesanal) trouxe para o Festival de Cinema de Nova Iguaçu o trabalho que ela e moradoras da comunidade Conjunto João XXIII desenvolvem há cerca de oito anos. 
 O intuito de Claudia desde o início é gerar renda para as moradoras locais através do trabalho manual e delicado que pode ser visto em suas peças.








Macaxeira mágica

por Vinícius Tomas

Crítica: Josué e o pé de macaxeira


Josué troca seu risonho burrico por um par de macaxeiras mágicas. A história parece familiar?

Através de uma inspirada animação, o diretor e animador Diogo Viegas adiciona tempero brasileiro ao clássico conto infantil "João e o pé de feijão" com "Josué e o pé de macaxeira". Em ágeis 12 minutos, o curta mostra a saga de Josué, que sobe ao céu através de um pé de mandioca gigante e lá encontra um galinha dos ovos de ouro protegida por um gigante.

Bem próximo à historia original mas pontuado por vários elementos da cultura nordestina (com direito a gigante cangaceiro e protagonista de chapéu de couro)e pela trilha sonora inspirada de Leonardo Mendes, que vai da música tradicional nordestina a canções de ninar tocadas com triangulo, sanfona e zabumba.

A animação é caprichosa, e os personagens cativantes mesmo sem diálogos. Vencedor do prêmio do juri popular no festival Anima Mundi de 2009, dentre diversos outros prêmios, "Josué e o Pé de macaxeira" agrada também o público da Baixada e sai como um dos mais aplaudidos da primeira sessão competitiva nacional do festival e esta disponível ao público na internet no endereço http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=9015.

Olhares no Iguacine

por Mayara Freire




A fotografia também teve espaço no III Iguacine. Os membros do Foto Clube Baixada ocuparam o corredor do teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro para exibir um belíssimo conjunto de fotos, que, como o próprio festival, primam pela diversidade. Entre paisagens da Baixada, pessoas, objetos, fotografias abstratas, o público se interessou em parar e observar cada um dos quadros expostos na mostra. O presidente do Foto Clube, Mazé Mixo, contou que foi importante a participação no evento e espera que as pessoas se interessem em integrar ao clube de fotógrafos. “O Foto Clube foi fundado em setembro do ano passado. Temos seis meses de projeto e essa oportunidade foi muito importante para nós e além do mais, fotografia tem tudo a ver com cinema”, disse.

Queimando a sociedade

por Rômulo Baptista



Mais uma vez o Iguacine aporta trazendo novidades para todas as pessoas, sejam elas fãs ou não do cinema. Já tivemos várias atrações, celebridades e noticias maravilhosas como a informação de filmes dirigidos por moradores da periferia carioca em Cannes, o festival mais charmoso do mundo.

Porém, o que mais chamou minha atenção foi a exibição do curta chamado QUEIMADO.

Alegoria da felicidade

por Wanderson Duke e Tony Prado

Com simplicidade e muita expressão, Tinho, personagem do curta “O Carreto”, trouxe aos olhos dos espectadores um lado profundo da inocência. O curta mostra o dia a dia de um jovem carreteiro, singular em sua rotina até encontrar os olhos de Stephanie, uma menina de sorriso doce e brincalhona. Enquanto Tinho auxiliava a mãe de Stephanie nos trabalhos locais, percebe que a menina tem uma deficiência física que dificulta sua locomoção. Quebrando os tabus sociais, “O Carreto” mostra, na humildade de uma comunidade, um misto de alegria, felicidade, carinho e solidariedade.

A falta de diálogos faz com que a expressividade dos personagens seja muito mais impactante e importantes a cada cena. Uma troca de olhar; um gesto; o sorriso ou desenho feito à mão, dado de presente, trazem um significado muito mais intenso que qualquer palavra que pudesse ser dita pelas duas crianças. Um pequeno gesto inocente impusiona uma vontade íntima de ajudar o próximo, com a recompensa mútua do início de uma linda amizade.

Sob a direção de Marília Hughes e Cláudio Marques, “O Carreto” traz o ponto de vista de que a satisfação pode ser encontrada em meio a ações simples e despretensiosas mas nem por isso menos recompensadoras.

 
 
 
 
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