O fim da juventude

sexta-feira, 30 de julho de 2010

por Wanderson Duque

BAÚ DO ROCK
Duas óperas rock que se tornaram filmes, onze álbuns de estúdio, performances inconfundíveis e inúmeras canções que marcaram época. Estes itens apenas resumem o currículo de uma das mais aclamadas e clássicas bandas imortalizadas na história do rock and roll.

Foi no verão de 1961, em Londres, ao ver um rapaz carregando seu contrabaixo nos ombros, que Roger Daltrey, guitarrista solo da banda ‘The Detous’ , resolveu convidá-lo para participar de sua banda. John Entwistle, que estava acompanhado de sua namorada no momento, aceitou a proposta. Logo no ano seguinte, com a saída de Reg Bowen, ficou vago o cargo de segundo guitarrista que, por intermédio de John, foi ocupado por um rapaz bastante magro e com um nariz de largas proporções: “Um nariz em um bastão”, foi como Roger descreveu o estudante de artes Pete Townshend. Com Townshend na segunda guitarra, John Entwistle tocando contrabaixo, Doug Sandom na bateria, Roger Daltrey como guitarrista principal e Colin Dawson nos vocais, o ‘The Detours’, que na época se apresentava em bares, logo sofreria novas mudanças: em 1963, inspirado por ‘Johnny Kidd & The Pirates’ , Daltrey demitiu Colin Dawson e assumiu o posto de ‘frontman’ , deixando a guitarra apenas para Townshend.

Os pecados da Rua José Luiz

por Ana Carolina e Luciana Moreira

O nome da rua é Rua José Luiz, mas é possível que nem mesmo seus moradores saibam disso.
Qualquer jovem que tenha entrado na puberdade em Mesquita sabe muito bem a razão para o incômodo de dona Ana Clara Correia com a rua na qual mora há mais de 30 anos: o poste em frente da sua casa vive com a lâmpada quebrada permanentemente. Escura e deserta, a Rua do Pecado é um paraíso para os freqüentadores dos eventos promovidos na Praça da Telemar, como por exemplo os pagodes dominicais. “Ontem mesmo tinha três grupos aí na rua e nem adiantou eu fechar minha porta, pois os barulhos eram insuportáveis”, queixa-se a dona de casa.

Poupe ficha

por Fernando Fonseca

O projeto ‘Livro Livre’ é uma das muitas experiências de ‘BookCrossing’(uma prática surgida nos Estados Unidos da Américas que consiste em deixar livros em locais públicos para que outros o leiam e voltem a libertá-los) implantadas no Brasil de que a Secretaria de Cultura de Nova Iguaçu transformou em política pública. “Fazer com que os livros não fiquem nas mãos de uma única pessoa, mas que circule livremente pela cidade, é a intenção principal do projeto”, explica o secretário de Cultura de Nova Iguaçu, Écio Salles.

Mesquita nova

quinta-feira, 29 de julho de 2010

por Luiz Gabriel e Taisa Lima de Souza

Festas para arrecadação de fundos estão super em alta nesse nosso mundo moderno.
Temos vários exemplos disso, como as dos universitários que precisam fazer sua formatura. Esse foi o caso da produção da ONG Mundo Novo da Cultura Viva, que no último sábado dia 17 de Julho promoveu o Arraial Cultural na Praça dos Camarões, na na Chatuba de Mesquita com o objetivo de construir a primeira sala de teatro da cidade.

Fase adiantada

por Taísa Lima de Souza


É cada vez mais comum o número de adolescentes grávidas. Isso acontece muitas vezes por falta de responsabilidade e até de informação. Esse é o caso de Ingrid, uma menina de 16 anos que mora em Vila de Cava e está grávida de 6 semanas. "Engravidei muito cedo", conta ela, que já começou a fazer seu pré-natal. "No início, fiquei com medo da reação principalmente do meu pai, mas no final ele aceitou melhor que a minha mãe."

O rap-pórter

por Hosana Souza



Andando pelas ruas de toda Nova Iguaçu, ele com certeza irá chamar sua atenção. Camelô,rap-pórter, estagiário e oficineiro em diversas ONGS, militante do movimento hip-hop. Baixinho, moreno, “cabecinha chata” e com um olho de cada cor – um castanho e outro azul. Pedro Alan é seu nome, mais conhecido como MC Peter, um homem pintado de sorrisos que com apenas 21 anos já possui histórias para um livro. MC Peter rapidamente conquista a todos com seu bom humor, suas rimas improvisadas e seu rap irreverente – já colocou até nosso editor para dançar e dividiu com o Cultura NI um pouco de sua vida.

Sangue bom

quarta-feira, 28 de julho de 2010

por Robert Tavares

No dia 23 deste mês, na Fashion Week de Amsterdam , dezoito jovens e inovadores estilistas aderiram ao movimento para fomentar a doação de sangue na Holanda. Eles criaram vinte peças e a coleção Red Rail funcionou assim: O interessado deveria escolher sua peça preferida e enviar um e-mail com a comprovação da sua doação de sangue, o pedido será arquivado e em Janeiro de 2011 será realizado um sorteio, o sorteado receberá em casa a peça. Esta moda, literalmente, não tem preço!

Pacote básico

por Hosana Souza


A equipe da Secretaria Municipal de Cultura está a todo vapor, preparando oficinas culturais para a volta às aulas da garotada do Bairro Escola. O tema das oficinas culturais do segundo semestre será a Biodiversidade. Elas se iniciarão na próxima segunda-feira – 2 de agosto – e serão encerradas com uma culminância no dia 7 de setembro, em um grande desfile cívico pela cidade.

Desassossegos da vida

terça-feira, 27 de julho de 2010

por Renato Acácio

Na noite da última sexta-feira o Espaço Cultural Sylvio Monteiro foi palco de uma bela e multimídia celebração tripla: o dia do escritor, o centenário da escritora cearense Raquel de Queiroz e o relançamento do terceiro livro do escritor carioca Julio Ludemir, “Lembrancinha do Adeus”. A noite foi aberta com a sempre bem humorada poetisa iguaçuana Lirian Tabosa, que fez uma breve palestra sobre aquela que no seu entender é a melhor escritora brasileira. “Jamais alguém escreveu sobre a seca como Raquel”, disse Tabosa, cuja admiração pela autora de O quinze sobreviveu inclusive à decepção com o apoio de Raquel de Queiroz ao regime militar imposto ao país em 1964.

Em seguida à apresentação de Lirian Tabosa, o público pôde assistir ao curta metragem documentário “Não me deixes”, que Cecília Araújo dirigiu para a série Mestres da Literatura da TV Escola, disponível no site Domínio Público. O documentário aprofundou a discussão iniciada por Lirian Tabosa, mostrando as influências e esquisitices daquela que foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras.

A verdadeira face

por Mayara Freire

Na noite de sábado 17 de julho, a banda Maldita esteve no Studio B, apresentando o show da turnê do novo trabalho, “Nero”. Com muita energia, a banda contagiou a todos com a expressividade dos integrantes da banda, em especial o vocalista Erich Mariani, que entre uma música e outra falava sobre as músicas apresentadas e sobre religiões de forma irônica. Nem pareciam com os rapazes gentis e atenciosos que entrevistei na noite anterior. O reduzido espaço do Studio B permitiu que os fãs da Maldita sentissem o “feeling” da banda bem de perto.

Quando entraram no palco, os quatro integrantes da Maldita estavam sem camisas, com a capa do álbum de fundo, com o bumbo da bateria com a imagem da Maldita, que existe desde o início da banda, e Erich, com uma máscara que foi retirada depois da primeira música. Não sabia o que esperar ao entrevistar uma banda que fala de sentimentos tão obscuros e contestadores. Entretanto, todos foram muito simpáticos ao garantir que jamais deixarão de ser uma banda underground.

Há cinco anos, eles tocavam em Mesquita, o famoso espaço debaixo do viaduto, que era dedicado a bandas de rock independentes. Desde então, a banda já tocou em grandes eventos, ganharam visibilidade e abriu shows para bandas famosas, além de ter emplacado alguns clipes na programação da MTV. Nesta nova turnê, a banda fará shows em São Paulo e Rio de Janeiro. E dizem com personalidade: “Não nos importamos em nos expressar como queremos. Há quem goste ou não. Temos o nosso público”.

Donos do pó

por Yasmin Thayná


Nas últimas noites de julho, a cidade de Nova Iguaçu tem tido várias lembranças. Na noite seguinte ao lançamento do romance ‘Lembrancinha do Adeus’, do escritor pernambucano Julio Ludemir, houve a ‘lembrancinha do Pó de Poesia e Entrelinhas.’

O Espaço Cultural Donana, em Belford Roxo, recebeu no último sábado amigos, poetas, escritores, músicos, enfim, artistas. Apesar de eventos como este contar sempre com adultos, dessa vez não foi assim. As crianças invadiram esse universo e viram os pós de poesia caírem sobre o chão daquele dia.

Além do poeta Jorge Cardoso, marcaram presença no sarau Sergio Salles, do Gambiarra Profana, e Márcio Rufino, do Pó de Poesia. O que mais chamou atenção do público, tanto infantil quanto adulto, foi a performance desses artistas, que recitaram seus poemas tão vontade como se estivessem em casa. Eles pulam, gritam, balançam as pessoas, caem no chão quando estão recitando. É uma dinâmica diferente e interessante que eles adotam, quebrando a monotonia da leitura.

Pernaoca da gema

segunda-feira, 26 de julho de 2010

por Breno Marques

Subsecretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu, compositor e vocalista da banda de forró Pimenta do Reino, o pernambucano Daniel Guerra conheceu a política no próprio ato de nascer, há 44 anos. "É que meu pai era do Partido Comunista e minha mãe, que estava grávida de mim, não resistiu a uma bomba que jogaram lá em casa", conta ele, que por pouco não morreu no parto.

Sete anos depois, a mesma política obrigou o pai a fugir para o Rio de Janeiro. “Meu pai era um grande comerciante lá na nossa cidade, mas teve que deixar tudo para trás por causa dos militares, que não paravam de caçá-lo", conta Daniel Guerra, que herdou do pai o desejo de fazer do Brasil um país melhor. "Viemos no ano de 1969, sem absolutamente nada. Chegamos num pau de arara.”

Frio na barriga

por Marcelle Abreu

Fazer moda na Baixada Fluminense é uma realidade um pouco utópica, pois há quem tem a vontade de fazer, porém não quem invista nesse campo. Pude ter a oportunidade de conhecer essa realidade de perto e dividir essa experiência com muitas meninas que têm o sonho de ser modelo, mas na hora de realizar, fica difícil não tendo oportunidades.

Ser modelo, assim como qualquer outra profissão, requer amor, dedicação, e para que isso seja posto em prática é necessário que o mercado abra as portas para que essas meninas possam correr atrás e alcançar seus sonhos.

Infelizmente, a Baixada não possui uma agência de modelos de grande porte. Na verdade, são poucas as agências de modelos aqui. Com o tempo elas estão indo buscar novos espaços no Centro do Rio ou em outros lugares onde há um investimento maior na moda. “Mudei para Copacabana tanto para crescer como modelo quanto profissionalmente, pois o mercado de trabalho na área da moda é maior por aqui”, afirma a modelo Rafaela Ruguenin, que desde cedo queria ser modelo e aos 15 anos começou a correr atrás do sonho e por algumas vezes pensou em desistir.

Crianças

por Yasmin Thayná 

Jogo da memória, pião, bola de gude, desenho animado, filmes infantis, livros infantis, contadores de história, boneca, boneco, carrinho, casinha, quebra-cabeças, futebol, polícia e ladrão, piques, (pega, esconde, alto, bandeira...) queimada, xadrez, dominó, lego, ping-pong, pipas. Toda e qualquer pessoa teve pelo menos um
momento vivido em sua infância.

Antigamente, brincávamos, não tínhamos responsabilidade, não tínhamos preocupações. Nunca fui uma criança que praticava suas brincadeiras na rua. Sempre brinquei dentro de casa. Foram poucos momentos fora do quintal da minha avó...

Diversidade da língua

por Abrahão Andrade

O Festival do Teatro da Língua Portuguesa, o FESTLIP entrou em sua terceira edição em terras cariocas. O festival reúne grupos de teatro de países da língua portuguesa, possibilitando um singular intercâmbio cultural promovido através da arte. A recíproca se mostra verdadeira em alguns grupo, que, ao mostrarem um pouco de seu país de origem no palco, se utilizam de elementos do folclore brasileiro. Além dos 15 espetáculos teatrais inéditos, houve exposição de fotografias, palestras, leituras, oficinas, mostra gourmet durante todo o período do FESTILIP no Restaurante 00 e uma festa com nomes importantes da música brasileira e dos países participantes no Teatro Odisséia, na Lapa, Centro do Rio.

Ofícios de fé

por Fernando Fonseca

O Instituto de Educação, Cultura e Ministério Educare, mais conhecido como Meduca, surgiu em função dos visíveis reflexos de esquecimento e descrença presentes no contexto social do bairro de Vila de Cava, uma comunidade pertencente ao município de Nova Iguaçu. O Meduca representa hoje quatro grandes movimentos de expressão cultural de nosso município. Os pontinhos de cultura que trabalham com fotografias, capoeira, grafite, danças e canto, sendo essas duas últimas as atividades presentes no pontinho de cultura que deu origem ao instituto, o projeto ‘Cultura Gospel’.

Coordenado pela irmã Cecília Onófrio, uma gaúcha que mora há mais de três anos no bairro de Vila de Cava, o projeto Cultura Gospel, realizado em parceria com a Escola Municipal Lucia Viana Capelli, atende 160 alunos do segundo segmento da rede municipal de ensino do bairro interessados em aprender mais sobre a cultura gospel, em especial a dança coreográfica e o coral.

Com três oficineiros e a grande totalidade dos alunos integrados ao projeto sendo da classe feminina, o projeto não opera com o objetivo de influenciar na formação escolar dos alunos, mas sim no intuito de fazer com que o aluno fortaleça sua identidade cultural no meio evangélico e com o movimento cultural gospel. “Nosso pressuposto é que a cultura gospel só terá participação na diversidade cultural
brasileira quando ela tiver sua identidade fortalecida, pois só existe
diversidade com identidade!”, diz Cecília.

Tribos delirantes

sexta-feira, 23 de julho de 2010

por Dannis Heringer

A artista multimídia Amanda Nevark, 21 anos, conheceu a Geração Delírio através do amigo Emerson de Souza, o Tchatcho, um dos principais organizadores dos eventos na Lapa que deram fama a esses jovens artistas da Baixada. São muitas as noitadas que marcaram a sua vida, mas nenhuma delas supera a roda punk formada no cabaré Beijoca na qual ela estava cantando alucinadamente uma música da Colômbia Coffee. “Me empurraram e eu caí de joelhos em cima do palco”, conta Nevark, cuja banda predileta, no entanto, é a Sofiapop, principalmente quando canta “Linda e Atormentada”.

Eu fui pra cadeia

por Jéssica de Oliveira

A manhã da última quarta-feira começou como qualquer outra. Me arrumei e aguardei a chegada da minha amiga pessoal e, também jovem repórter, Hosana Souza, que iria me acompanhar até a frente do Espaço Cultural Sylvio Monteiro, onde encontraríamos nosso editor Julio Ludemir para mais um dia de trabalho.

Chegando lá, seguimos para a base da Polinter de Nova Iguaçu. Hosana e eu cobriríamos uma ação do projeto Livro Livre, orquestrada pelo Secretário Municipal de Cultura e Turismo, Écio Salles, e que contava também com a presença de escritores e agentes culturais da cidade. O objetivo da ação era distribuir bons livros para alguns detentos e que, posteriormente, seriam repassados para qualquer outro preso que se interessasse pela leitura.

A minha expectativa quanto à matéria não fugia do comum. Em nenhum momento eu parei para refletir sobre o local a que me dirigia naquela manhã. Meus pensamentos se limitavam apenas nas perguntas que poderia fazer e no texto que posteriormente viria a escrever. Até que meus olhos abruptamente se abriram.

Nos encontros do EncontrArte

por Josy Antunes / Imagens extraidas do orkut de Tiago Costa e do EncontrArte

Tiago Costa, por Anderson Arcanjo
A nona edição do Encontro de Artes Cênicas da Baixada Fluminense – o EncontrArte – terá sua abertura realizada no dia 15 de setembro de 2010. Às 20 horas, no teatro do SESC de Nova Iguaçu, o Circo Teatro Udi Grudi, originário de Brasília, fará jus ao tema que abrangerá todo festival: o circo. Embora a data pareça distante, ela já fora planejada e trabalhada pelo mesmo grupo que, em 2002, iniciava os esforços de combate à máxima “a Baixada Fluminense não tem público para teatro”. Claudina Oliveira, Éverton Mesquita, Fabio Mateus, Mário Marcelo e Tiago Costa, produtores do evento desde a edição inaugural, carregam não só as lembranças das dificuldades e vitórias, mas a responsabilidade de fazer parte essencial na história do festival que já mobilizou 60 mil espectadores e 2.000 artistas e técnicos locais.

Família delírio

quinta-feira, 22 de julho de 2010

por Dannis Heringer
Mais uma vez, publiquei uma matéria sobre a Geração Delírio, dessa vez sobre seu início. E mais uma vez o blog bombou, recebendo uma chuva de comentários. Resolvi então conversar com essa rapaziada, com a qual me identifico. O primeiro deles foi Vinicius Farias, um ex-funcionário público de 21 anos que ouviu falar desse movimento cultural-existencial por intermédio do Paulinho da Sofiapop. Descobriu depois que a Geração Delírio é a mãe de todas as tribos da Baixada e que tinha muitos amigos que se identificavam com esse movimento.

culturani Como você conheceu a Geração Delírio?
Vinicius Farias – Para ser honesto, eu conheci vários “membros” da Geração Delírio ao longo das minhas voltas pelo Rio de Janeiro, porém muito mais na Baixada, Nova Iguaçu e Lapa. Mas a primeira vez que ouvi o termo Geração Delírio foi um tanto surreal. Certo dia, numa roda de conversa, o Paulinho da Sofiapop disse para um amigo: “Esse aqui é o Night, muvucador da Geração Delírio pela Baixada.”  E depois fui descobrindo que muitos amigos meus eram da Geração.

culturani Qual a banda que você mais se identifica?
Vinicius Farias Acho que a Sofiapop, tanto pela amizade quanto pelo fato de que me identifico muito com as letras das músicas. Mas acho que todas as bandas são excelentes e curti muito todos os shows que fui.

Em todas

por Larissa Leotério

“Não só de Escola Livre vive o Cinema de Nova Iguaçu”. E quem garante é a ex-aluna da ELC, Elaine Cristina Esteves, que juntamente com Vitor Clin idealizou a Produtora Levi. A produtora distribui e realiza filmes da Baixada, além de organizar o Concurso de Roteiro na Pontifícia Universidade Católica – PUC-RJ.

Elaine conta que, quando entrou para a ELC, percebeu que não se encaixava em ‘lugar algum’, porque não atuava, escrevia ou dirigia. Mas, durante a produção, antes de alguém pedir, ela já tomava a iniciativa e via locação, elementos de cena... Mesmo sem saber o que era, já produzia. Então, se deu conta de que produzia já na escola as apresentações do coral, as festinhas e o jornal. “Então, o meu caminho era esse, e não tinha pra onde fugir”, brinca.

Últimos pontinhos

por Tuany Rocha Santos

E aos poucos nossa Teia Baixada 2010 vai ganhando forma. O último ponto foi dado na quinta-feira 15 de julho, às 16h, em uma reunião no SESC de Nova Iguaçu. Estiveram presentes representantes de pontos e pontinhos de cultura de diversos locais da Baixada. Além da comissão executiva, formada por Anderson Barnabé, Claudia Perluxo, Samuel Azevedo, Lu do Rio e Kleber Moreyra, marcaram presença Marcelo Pelegrino e Rodrigo Sousa da Rádio Rua, Arlene do Cisin e Mônica do Luar de Dança.

Donas da mesa

quarta-feira, 21 de julho de 2010

por Yasmin Thayná de Miranda Neves

O Bairro-Escola já é uma realidade em todas as escolas da rede. Uma das suas forças está na oficina de Incentivo à Palavra, que desde 2005 oferece roda de leitura e empréstimo de livros tanto no turno fixo quanto no contraturno das crianças. Quem comanda esse trabalho na Secretaria de Educação de Nova Iguaçu são as pedagogas Vanessa Gnisci, Jussara Alexandre e Tatiane Elisa Gomes.

As oficinas de Incentivo à Palavra, que começaram com o nome de Sala de Leitura e entre 2007 e 2009 foram chamadas de Incentivo à Leitura, ganharam o nome atual quando passaram a trabalhar o tripé leitura, escrita e fala.

Croqui do Sesc

por Michele Ribeiro

No dia 9 de julho, os estagiários da Escola de Pesquisa de Nova Iguaçu iniciaram um trabalho de campo nas ruas próximas ao Sesc. O objetivo do trabalho era mapear agentes culturais nas imediações da instituição ao redor do Sesc de modo a incorporá-los no processo de construção da Teia da Baixada, o grande encontro coletivo dos 58 pontos e pontinhos de cultura que tomará Nova Iguaçu de assalto no primeiro fim de semana de setembro.

Ambiguidade sexual

por Ana Carolina Gomes

A bissexualidade consiste na atração física, emocional e espiritual por pessoas tanto do mesmo sexo quanto do oposto, com diversos níveis de interesse por cada um e independentemente da sua orientação sexual.

Os bissexuais são olhados de lado por alguns homossexuais, mas não há dúvida de que essa opção sexual é mais aceita socialmente. No entanto, tanto os homossexuais quanto os heterossexuais veem os bissexuais como os maiores transmissores do vírus HIV, responsável pela propagação da AIDS.

Outra face da bifobia se dá quando certos homossexuais consideram a bissexualidade pouco mais que um meio-termo confortável entre a heterossexualidade estabelecida e a identidade homossexual pela qual lutam por estabelecer. Além disso pessoas bissexuais podem ser alvo tanto de homofobia (por parte de alguns heterossexuais) quanto de heterofobia (por parte de alguns homossexuais).

Direito de todos

terça-feira, 20 de julho de 2010

por Hosana Souza

“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Art. 205; Título VIII; Capítulo III; Seção I; CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Segundo nossa Carta Magna, a educação, em todas as suas fases, é um direito e um dever de todos, contudo, tal afirmativa não condiz com nossa realidade. Dados comprovam que apenas 30% da população oriunda de classes sociais mais baixas conseguem chegar ao Ensino Superior, sendo menos da metade em grandes universidades públicas.

Estamos próximos a um dos períodos mais agitados da vida de todos os estudantes do país: os exames vestibulares. E pensando na desigualdade tão latente quanto ao acesso à educação no país, a Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro lançou na última semana uma nova proposta para o acesso aos cursos da Universidade.

Cinema dominical

segunda-feira, 19 de julho de 2010

por Josy Antunes

Meu caso com o Donana foi amor a primeira vista”, assume Vagner Vieira. Com a frase, o músico e integrante do Cineclube Digital - realizado no SESC de Nova Iguaçu - justifica o que o move a, todo domingo, deixar sua casa em Miguel Couto e rumar para Piam, um bairro de Belford Roxo. Às 16:30, a esquina de número 197, conhecida pelos moradores da rua Aguapeí como “a casa do Dida”, abre as portas para a sessão semanal do cineclube. Tapete estendido no chão, onde espalham-se aos montes almofadas vermelhas e amarelas, uma enorme case para equipamentos musicais servindo de mesa para o projetor fílmico e um telão, quase sempre rodeado de quadros coloridos, compõem o aconchego que já virou referência entre os frequentadores do local. “Junta a coisa de estar trabalhando com o que a gente gosta, com um lugar que é espetacularmente agradável. É um negócio inexplicável”, expressa Vagner, que há meses abraçou os projetos do Centro Cultural Donana ao lado de amigos que hoje trata como irmãos. Nessa história, o dia 26 de abril de 2009 ganha extrema importância por marcar o exato ponto de intersecção entre o representante do Cine Digital e a turma que dava os primeiros passos para consolidação como cineclube. O “Encontro Cineclubista da Baixada” reuniu representantes de grupos como o Anti Cinema e o Cine Goteira, com o objetivo de viabilizar uma integração no circuito de cinema na Baixada. 

Teatro contra a Xuxa

por Marcelle Abreu

Desde o dia 17 de julho, o Espaço Cultural Nós da Baixada, situado na Cerâmica, tem suas noites reservadas para Mostra de Cenas. O evento se estenderá o dia 23, sempre às 19h30m.

Cada dia cerca de oito mostras são encenadas pelos próprios alunos do espaço. O único dia em que não haverá mostra será amanhã, 20, quando o espaço exibirá o filme Efeito borboleta, escrito e dirigido por Eric Bress e J. Mackye Gruber.

Espírito de equipe

por Breno Marques

Alguns historiadores dizem que as festividades realizadas nos meses de junho têm origem no nosso período colonial. As danças que deram origem às nossas típicas quadrilhas vêm dos franceses. Os nossos fogos de artifício vêm de uma tradição chinesa, que foi o primeiro povo a fazer manipulação das pólvoras. As fitas coloridas no alto das festas, das barracas, e por que não dizer nas próprias roupas, são tradições dos portugueses e espanhóis.

Berço das quadrilhas

por Vinícius Tomás

Quem pensa que pra dançar em festa junina é só por um chapéu de palha ou um vestido de chita não conhece essas quadrilhas. Brilho, beleza, teatralidade, temas variados e coreografias ensaiadas, é isso que as quadrilhas juninas participantes do campeonato da Liga Independente das Quadrilhas Juninas de Nova Iguaçu (Liquajuni) oferecem para o público nos arraiás. Na quarta-feira 7 de julho, os líderes dos grupos de dança junina filiados e os organizadores de algumas festas caipiras reuniram-se para discutir as festas do mês de julho e o próprio campeonato.

Confesso ter chegado ao local da reunião, a sede do partido PSB em Nova Iguaçu, desconhecendo esse cenário cultural das festas juninas. Achei que seria um grupo falando sobre festa caipira apenas como lazer, uma brincadeira. Mas impressiona a organização do grupo. A LIQUAJUNI, que completou um ano de atividades no último dia 1° de Julho, data tambem conhecida como Dia do Quadrilheiro, é constituída como pessoa jurídica, tem presidente, conselho, tesoureiro e contador. São 16 grupos juninos de diferentes bairros e até de fora de Nova Iguaçu. Nova Iguaçu, aliás, tem uma grande concentração de grupos de quadrilha. Há em torno de 26 grupos organizados, muitos parados por falta de condições financeiras, principal reclamação dos quadrilheiros. ”Enquanto os grupos não puderem tirar um CNPJ e se legalizar para pedir ajuda financeira do governo, nós dependemos da Liga para entrar em editais e projetos estatais”, conta João Gomes, conhecido tambem como João do Xodozinho, presidente da LIQUAJUNI e coordenador de produção da quadrilha junina Xodozinho.

Tribo urbana

sexta-feira, 16 de julho de 2010

por Dannis Heringer

As tribos urbanas (ou metropolitanas ou regionais) são constituídas de microgrupos que têm como objetivo principal estabelecer redes de amigos com base em interesses comuns. Essas agregações apresentam uma conformidade de pensamentos, hábitos e maneiras de se vestir. Um exemplo conhecido de tribo urbana são os punks. Segundo Michel Maffesoli, o fenômeno das tribos urbanas se constitui nas "diversas redes, grupos de afinidades e de interesse, laços de vizinhança que estruturam nossas megalópoles. Seja ele qual for, o que está em jogo é a potência contra o poder, mesmo que aquela não possa avançar senão mascarada para não ser esmagada por este".

O homem mais feliz do mundo

por Marcelle Abreu

A copa do mundo terminou, e a Espanha foi campeã mundial pela primeira vez na história. Sei que isso não é nenhuma novidade, mas tive o privilégio de ver o jogo final ao lado de Juan Troncoso. Você deve estar se perguntando quem seria ele. Deixa que eu explico.

Com 84 anos, ele estava de alma lavada no fim do jogo. Ele, que veio para o Brasil quando ainda era jovem, nunca deixou de lado o sentimento pela seleção espanhola. “Vim para o Brasil com mais ou menos 20 anos, torço pelo Brasil e gosto do futebol que os meninos jogam, porém não posso negar que ao ver a Espanha chegando ao título me deixou muito feliz. E não podia ser diferente, né? Pois o sangue que corre em minhas veias é espanhol”, afirma ele.

Laranjas guerreiros

por Felipe Branco

“Try”, “tackle”, “ruck” são alguns termos que talvez você e muitos não conheçam (ainda), mas pra quem conhece e joga o rugby são termos bem comuns. Para quem ainda não sabe, esse é o segundo esporte coletivo mais praticado no mundo, que é jogado num campo parecido com o de futebol. É um esporte de contato, mas, como seus admirados defendem, não é um esporte violento. É muito confundido com futebol americano, porém é mais “solto”. Além de outras peculiaridades, a bola só poder ser passada para traz.

Quem mais querem?

por Clara de Assis Santos

Robson Gabiru irá lançar seu primeiro álbum ainda esse ano, no Espaço Cultura Sylvio Monteiro. Conversei um pouco com ele para saber como foi todo o desenvolvimento do projeto, quais dificuldades enfrentadas, quais suas perspectivas para o lançamento...

Robson e seus amigos realizaram uma apresentação ao vivo cujo nome era “Músicas que fiz e músicas que me fizeram” para um teatro lotado de admiradores, que foram matar saudade de suas performances sempre bem-humoradas. Apesar do sucesso, o projeto se modificou, e eles gravaram o SMD “Robson Gabiru quem mais querem”.

Com sangue, suor, lágrima e paixão

por Hosana Souza

“Ano passado executamos 1200 jovens aqui em Nova Era”, brinca Edílson Maceió, coordenador do CISANE; os dados comentados por ele são sobre a participação do CISANE no programa ProJovem Adolescente. Para quem não sabe, o ProJovem Adolescente é uma parceria entre a Prefeitura do Município de Nova Iguaçu e o Governo Federal. Ele é destinado aos jovens de 15 a 17 anos que façam parte do programa Bolsa Família e estejam devidamente matriculados na rede pública de ensino. O programa acolhe, também, jovens que estejam em regime educacional especial, como por exemplo, adolescentes enviados para o Conselho Tutelar.

Performance maldita

Banda Maldita premiará leitores do Cultura NI com o novo CD
por Mayara Freire

A banda Maldita se apresenta neste sábado, dia 17, às 21h, no Studio B, localizado na Av. Henrique Duque Estarda Mayer, 30 - Alto da Posse, com ingressos antecipados a R$ 10 reais e no dia do show será vendido a R$ 15. A banda de metal industrial carioca, após três anos sem lançar um novo álbum, está em turnê de lançamento do novo trabalho intitulado “Nero”. A banda levada por Erich Mariani, famoso por sua performance ensanguentada nos palcos com os álbuns “Mortos ao amanhecer”, de 2005, e com o “Paraíso Perdido”, de 2007 - este particularmente um cunho mais protestador - mostrará seu novo trabalho no sábado para os fãs. Para quem nunca ouviu o trabalho da banda Maldita, vale a pena conhecer algumas músicas de destaque dos dois primeiros álbuns como “Anatomia”, “Carne para uma rainha”, “Malachi”, “Embaixadores da Carne do Amanhã”, “Santos e Pecadores” e “Paraíso Perdido”. 

Cidade desconhecida

quinta-feira, 15 de julho de 2010

por Jéssica de Oliveira

Há tempos que o Cultura NI vem mostrando a você, leitor, a caminhada e as histórias de superação de vários Pontinhos de Cultura de Nova Iguaçu. Histórias essas que, para serem contadas, necessitaram passar antes pelo universo da dificuldade que todo artista e agente cultural enfrentam na luta pela concretização de seu projeto, mas que ao final dessa longa batalha fazem desses projetos sociais iniciativas de grande sucesso.

Família do circo

por Tony Prado

Respeitável público (e leitores), a cidade de Nova Iguaçu tem o prazer de apresentar um espetáculo inovador! Repleto de sorrisos, aprendizados, consciência e diversão. Um núcleo de garra e disposição com os mais variados números de responsabilidade, caráter e companheirismo. Idealizado pelo ator e produtor Lino Rocca e coordenado por Vânia Santos, este espetáculo conta com a participação de jovens e crianças que desenvolvem seus talentos nas mais variadas atividades de entretenimento: desde malabares e pernas-de-pau, até liras e cordas, sem falar nas mais variadas acrobacias. E é com orgulho que lhes apresento o Projeto Circo Social!

Vida da biblioteca

quarta-feira, 14 de julho de 2010

por Joaquim Tavares

Hoje, no teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro, às 11 horas da manhã, houve a apresentação de uma pesquisa sobre a Biblioteca Central Professor Cial Brito. Realizada pelos jovens da Escola de Pesquisadores de Nova Iguaçu, tinha como objetivo observar e analisar o dia-a-dia do lugar.

“Essa pesquisa serviu para fazermos um monitoramento do funcionamento da biblioteca. Fizemos um estudo piloto sobre a ‘vida’ dessa biblioteca, que é um referencial aqui em Nova Iguaçu", conta a antropóloga paulista Marcella Camargo, coordenadora do projeto.

Coexistência pacífica

terça-feira, 13 de julho de 2010

por Abraão Andrade

Há quem não acredite em mandingas, feitiços ou sortilégios. O senso comum é rico em separações muitas vezes imperceptíveis a respeito do uso de práticas ditas "pagãs" dentro da religião tradicionalmente cristã. Com 73,8% de católicos, o Brasil conta com um grupo de pessoas que assimilaram as tradições dos seus antepassados e atrelaram a ela o elemento fundamental que dá cara ao país: a diversidade.

Dentro desse contexto, surgem as mantenedoras da tradição popular, que também são agentes do sincretismo religioso. Majoritariamente mulheres e idosas, as rezadeiras são dotadas de uma luz divina capaz de curar as enfermidas espirituais e físicas.

A prática remonta ao período colonial, e estava ligada à ausência de médicos na zona rural, especialmente no nordeste, onde ainda há um grande contigente de rezadeiras.

A cura espiritual assemelha-se a uma consulta médica, podendo incluir “receitas” para a conclusão do trabalho, como óleos, chás e banhos de ervas.

Preparação da teia

por Tuany Rocha

Os pontos e pontinhos de cultura são um conjunto de iniciativas que reúnem agentes e projetos culturais da sociedade civil, reconhecidos por meio de editais do Ministério da Cultura que lhes dão o suporte necessário para impulsionar e estimular as ações culturais no local onde atuam. Desde as grandes cidades até as que se encontram em pequenos municípios, ao total, 27 Pontos e 31 Pontinhos de Cultura na Baixada Fluminense prontos para expor seus trabalhos, articular e crescer.

Projetos para a vida

por Marcelle Abreu

O Colégio Equipe Grau vem mostrando que não é apenas um colégio e curso de pré-vestibular de ótima qualidade. Ele vai muito além das salas de aula, envolvendo seus alunos com projetos que vão levá-lo a uma melhor aprendizagem.

Herdeiras culturais

por Yasmin Thayná
Caminhando pelas ruas de Nova Iguaçu em um dia comum do ano de 2006, Jussara Alexandre se encantou com algo inusitado que nunca havia visto na cidade: o Espaço Municipal da Terceira Idade, onde as senhoras praticam diversas atividades ligadas tanto à qualidade de vida saudável quanto à vida social. Ela, que já fazia parte da equipe do projeto Incentivo à Palavra, teve a ideia de conhecer e realizar outros trabalhos junto a essas frequentadoras do espaço.

Trupe dos órfãos

segunda-feira, 12 de julho de 2010

por Wanderson Duke Ramalho

No que diz respeito ao cenário musical, poético, cinematográfico e circense, a Baixada Fluminense – e principalmente Nova Iguaçu – sempre foi uma madrasta para aqueles que queriam manifestar sua arte. Estes mesmos artistas eram obrigados a se locomover para outras regiões a fim de difundirem seu trabalho: sentiam-se órfãos de sua terra-mãe. E inúmeros fatores contribuíam pra isso: a falta de apoio do governo da região e políticas públicas específicas voltadas aos primeiros fomentadores, da falta de um local que fornecesse visibilidade ao trabalho, ou mesmo a carência de uma cena independente, que ninguém acreditava ser possível construir em uma região conhecida por seus diversos problemas administrativos e, por isso, também não se tinha investimento do setor privado. Mas isso vem mudando.

Rua da Cultura

por Fernando Teixeira

Dia dez de julho de 2010, 14h00min, Rua Santos Filho, Miguel Couto - Nova Iguaçu. Hora do trabalho, hora da diversão! Aconteciam, ao mesmo tempo, duas grandes e aguardadas atividades no local. Eram elas: o início das aulas com as turmas de roteiro e animação na Escola Livre de Cinema e a movimentada festa caipira na Escola Municipal Ana Maria Ramalho.

Fronteiras da eternidade

por Renato Acácio

“Ninguém assistiu ao formidável enterro de sua quimera; somente ingratidão, essa pantera, foi sua companheira inseparável”. Com esse trecho de Versos Íntimos do poeta simbolista brasileiro Augusto dos Anjos, cujo trecho é um dos três títulos de que se tem notícia para o mesmo filme, é narrado por Glauber Rocha sobre o primeiro plano do filme Di. O plano em questão é um travelling em direção à direita de carro pelas avenidas do aterro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro, e convida o espectador a ir junto com o cineasta ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro para o velório do pintor Di Cavalcanti, onde se passa uma das cinco locações totais do curta-metragem. Em contraposição ao primeiro plano, é feito um travelling em direção à esquerda sobre o caixão coberto por rosas vermelhas, onde repousa o corpo do pintor, para a câmera finalmente fixar no rosto de Di Cavalcanti, que tem em sua face um aspecto risonho e tranquilo. Já na junção desses dois primeiros planos é anunciada a intenção do filme, que tem a morte contemplada com outro olhar como temática, não só creditada à feição do pintor, pouco comum e obviamente livre da intervenção do realizador, mas também explicitada pelo movimento de câmera contrário ao anterior, na busca de um caminho inverso ao tratamento que é dispensado ao ritual fúnebre e também o registro desse tipo de cerimônia. Não obstante, a própria documentação audiovisual carrega um tom pitoresco no tipo de retratação da morte; um tabu, e é isso que Glauber Rocha parece pretender não só com a montagem, mas com todos os outros elementos constitutivos do filme. Ele realmente quer homenagear o pintor Di Cavalcanti, mas também quebrar esse tabu.

Cultivador de pessoas

sexta-feira, 9 de julho de 2010

por Tony Prado

Nascido em São Cristóvão no seio de uma família humilde, o ator e produtor cultural Lino Rocca iniciou sua trajetória como qualquer jovem brasileiro da época. Estudava em escola pública, sua pretensão (ou a que tinham para ele) era seguir os passos do pai operário, testemunhou a consolidação da ditadura militar, se reunia com amigos quando podia e devorava livros, seu hobbie favorito durante a juventude. Muitos desses quadros poderiam permanecer intactos, se não fosse seu espírito revolucionário e seu coração abrasador, sem falar no “sangue político” presente em uma família onde há de representantes de moradores a militantes do movimento sindical.

A história de Lino Rocca, que hoje acumula o trabalho artístico e a militância com o emprego de subsecretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu, passou a sair das linhas da probabilidade ainda na juventude, quando, em meio a diversões e escolhas, encontrou em alguns amigos uma oportunidade única, mesmo em sua simplicidade, que o direcionou para sua atual figura, ou por que não dizer papel? Num momento de pressão política em cima de todo o Estado Brasileiro, Lino Rocca recebeu um convite de amigos para participar de uma peça teatral. "Era um projeto de apresentações de rua, onde primeiro trabalhei na produção e depois como ator", lembra Lino Rocca.

Big Brother do Candomblé

por Jefferson Loyola

Quem nunca teve a curiosidade de saber o que se passa dentro de um ritual de iniciação (epilação) no candomblé, mesmo não sendo uma pessoa da religião que ainda não é iniciada? Eu sempre tive esta curiosidade. Uma curiosidade reforçada devido nascer dentro de um terreiro de candomblé onde a Iyálorixa (Mãe de santo) era minha avó. Desde pequeno acompanhava os toques (festas), e sempre tentava saber o que acontecia quando uma pessoa recolhia dentro do sagrado, ou ronkó, para ter sua iniciação na religião.

Copa do Mundo portátil

quinta-feira, 8 de julho de 2010

por Joaquim Tavares

"Depois que você começa não quer parar mais, é viciante!’, diz Antonio Carlos Pimenta, de 24 anos, colecionador do álbum de figurinhas da Copa do Mundo 2010.

Esse é o sentimento evidenciado em todos que são adeptos desse ‘vício’. Ninguém se contenta só com um pacotinho de figurinhas e, enquanto o álbum está incompleto, a visita ao jornaleiro é quase como um ritual diário.

Todo o ano de Copa do Mundo é lançado um álbum com figurinhas das seleções e dos jogadores que estarão participando do evento em si. E, não tem jeito, já virou tradição para muitos.

O interessante do álbum é que ele não é somente destinado aos de menos idades; o que mais se vê por aí é muito barbudo comprando figurinha e correndo atrás de algum outro amigo que também tenha o álbum para trocar as repetidas. Isso gera uma grande interação e é como uma espécie de tarefa diária – ‘Hoje eu tenho que ir à faculdade, passar no banco e, depois, comprar as figurinhas da Copa. 

Nossa Adelaide Carrara

por Renato Acácio

Muito tem se discutido os rumos da cultura em Nova Iguaçu e da Baixada Fluminense. Tanto aqui no CULTURANI quanto nos eventos e lugares onde os artistas e produtores se reúnem para trocar ideias e experiências nos inúmeros eventos culturais da nossa cidade. Entretanto há um vazio que aos poucos vem se evidenciando: o lugar da prosa e da poesia que são produzidas pelos iguaçuanos para não só apresentarem a sua arte, mas também convidarem o público a contemplarem e incentivá-los a se expressarem da mesma forma.

Pontinho de leitura

quarta-feira, 7 de julho de 2010

por Felipe Branco
Há quem pense que as crianças de hoje não gostam de ler e se limitam à televisão e joguinhos eletrônicos. As crianças da Escola Municipal Luz de Lemos e os jovens do bairro Carmary mostram que são diferentes. Eles participam do projeto de incentivo à leitura “Leitura no Meu Bairro”, coordenado pela pedagoga Aline Velasco, do Núcleo de Educação e Ação.

Mesquita em roll

por Ana Carolina
Mesquita é conhecida com o encontro de rock, melhor dizendo encontro de tribos. No rock tem vários tipos de grupos: Emo, Punk, Skin Head, Metaleiro, New Metal, Grunge e Góticos, entre outros. Muitos desses grupos não podem estar no mesmo lugar porque entram em conflitos, e acabam gerando até morte. Talvez o exemplo mais gritante seja a rivalidade entre o grupo Skin Head e o grupo Punk.

Entre livros e bandeirinhas

terça-feira, 6 de julho de 2010

por Josy Antunes

Nos dias 03, 04 e 05 de julho, uma movimentação especial intrigou e convidou aqueles que passavam nas proximidades da rua Bartolomeu Fagundes, no bairro Cangulo – periferia de Caxias. As barracas, bandeirinhas e a música alta, oriunda das grandes caixas de som, confirmavam que uma antiga tradição era retomada: os festejos de São João. “Tem um histórico muito grande de violência nos últimos 15 anos. E havia um problema em organizar festa na rua, porque o pessoal tinha receio e acabava não investindo”, conta o professor e morador do local, Antonio Carlos de Oliveira Magalhães, idealizador da Biblioteca Comunitária Solano Trindade – a responsável pela segurança com que a comunidade abraçou a realização da festa.

Aranha da Baixada

por Lariss Leotério

“Uma aranha só não constrói a Teia da Baixada”. E é por isso que responsáveis pelos Pontinhos de Cultura de Nova Iguaçu e os Pontos de Cultura do Rio de Janeiro se reúnem semanalmente, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro. A ideia é criar um rede entre pontos e pontinhos de uma forma que eles se ajudem, trocando experiências operacionais e instituicionais. 58 instituições já foram contactadas pelos organizadores.

Prêmio Abadá

segunda-feira, 5 de julho de 2010

por Yasmin Thayná
Sérgio Sousa Oliveira, o mestre Nagô, é o fundador do projeto Abadá Capoeira. Além da óbvia referência à roupa usada pelos capoeiristas, o nome é uma sigla cujo significado é Associação Brasileira de Apoio dos Movimentos da Arte Capoeira. O CNPJ do projeto liberado no dia 30 de agosto de 2003, mas o Abadá já existia, com essa mesma designação, há mais de 15 anos. Não somente isso. O Abadá capoeira está em todos os estados do Brasil e em mais de 50 países. Por Sérgio Sousa ser de Nova Iguaçu, criou um espaço na cidade para tirar as crianças da rua por intermédio da capoeira.

Lanchinho solidário

por Yasmin Thayná
O ex-Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, lançou o programa Coleta Seletiva na Escola Técnica Estadual João Luiz do Nascimento na semana passada. Na prática, isso significa estimular os estudantes a colocarem o lanchinho servido todas as manhãs na escola em latas colocadas em locais estratégicos.

Intelectual orgânico

quinta-feira, 1 de julho de 2010

por Larissa Leotério

Écio Salles é o atual Secretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu. Quem ainda não teve a oportunidade de conhecê-lo, pode saber um pouco mais agora. E para falar dele, nada melhor que seus amigos e pessoas de seu convívio. E impressiona como todos os depoimentos são tão parecidos, reforçando suas características.

A capacidade de ouvir do novo secretário foi a característica mais lembrada pelos amigos que fizeram questão de prestigiar sua posse, na concorrida festa promovida no início deste mês no Espaço Cultural Sylvio Monteiro. "A característica mais marcante do Écio é essa capacidade de lidar com pessoas e ideias, um bom texto que permite que ele se comunique com quem quer que seja, onde quer que esteja", conta o poeta iguaçuano Jorge Cardoso, um dos mais antigos militantes da cultura da Baixada Fluminense.

Na garganta

por Ana Carolina

O termo beat box (que em inglês significa literalmente caixa de batida) refere-se à percussão vocal do hip-hop. Consiste na arte em reproduzir sons de bateria com a voz, boca e cavidade nasal. Também envolve o canto, imitação vocal de efeitos de DJs, simulação de cornetas, cordas e outros instrumentos musicais, além de outros efeitos sonoros. O beat box começou nos guetos de Nova york no início da década de 80.

 
 
 
 
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