Falta de harmonia

sábado, 6 de fevereiro de 2010

por Wanderson Duque

Domingo à noite, aproximadamente 20h. Uma multidão de religiosos (cristãos protestantes) já está reunida há cerca de uma hora no templo da igreja Assembleia de Deus, em Morro Agudo, Nova Iguaçu, orando “em comunhão” e cantando “em louvor do seu Deus”. Porém, os louvores entoados não agradam a todos os presentes no local. Muitos cristãos são adeptos dos mais diversos gêneros musicais - mas claro, todos feitos por músicos igualmente cristãos. “Pode parecer contradição alguém que chega na igreja, canta aqueles hinos da harpa superchatos e, ao chegar em casa, põe um cd do Stryper, por exemplo”, conta Jorge Lima, de 17 anos. Para quem não sabe, a “Stryper” é uma banda norte-americana de metal-cristão - também conhecido como white metal, criada no condado de Orange em 1983, que, depois de um tempo de ostracismo, voltou a produzir em 2003.

Os motivos que fizeram Jorge “louvar em outro ritmo” são compartilhados por Ágape Martin, da Igreja Metodista Central em Nova Iguaçu. Mas, diferentemente de seu “irmão em Cristo”, Ágape tem preferência por um lado musical mais suingado: o axé. Ágape afirma ser muito criticado por isso, mas tem plena consciência de que não está indo contra nenhum dos preceitos reliosos que acredita. “Meus amigos, pastores e até meus próprios pais dizem para eu tomar cuidado. Onde já se viu? Não entendo como ouvir um gênero diferenciado, mesmo sendo de caráter altamente cristão, vá me levar para o inferno”, contesta Ágape.

Laboratório vivo

por Fernando Fonseca e Josy Antunes

Fevereiro de 2010. É neste mês carnavalesco que Laboratório Cultural completa seu primeiro ano de vida, mas o trabalho realizado por essa ONG faz com que todos pensem que ela é uma veterana. Só em Nova Iguaçu o grupo reúne cerca de 40 membros – isto é, sem contar com colaboradores de fora da cidade, que surgiram ao longo da trajetória –, provenientes dos editais dos Pontos de Cultura, dos quais participaram como pessoas físicas. “O Laboratório foi a união de jovens da cidade que pensavam a cultura”, explica Daiane Brasil, 23 anos, uma das raízes do grupo, enquanto ainda eram mediadores culturais do programa Bairro-Escola.

Juntos, já haviam formulado muitos projetos e os planos para formar uma instituição já permeava as ideias. “A gente tinha a possibilidade de se juntar a uma ONG ou criar a nossa. Aí veio a necessidade do CNPJ, que é o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, um número de identificação perante a Receita Federal Brasileira, permitindo uma série de ações pertinentes à instituições, como contratos e enquadramentos em editais.”

Du matu para o mundo

por Robert Tavares

Tiago Costta, esse é nome da pessoa por trás do fenômeno humorístico Vanessa Du Matu, que nasceu logo após uma oficina de interpretação com com o diretor e dramaturgo Domingos de Oliveira, no Sesc de Nova Iguaçu. Após alguns experimentos de textos e para substituir uma amiga que havia ficado acanhada em fazer uma personagem "depravada e insinuante", o ator e produtor cultural foi "intimado" pela diretora do espetáculo a fazer a tal moça sem papas na língua. "Ela chegou para mim e disse: 'é você que vai fazer!", lembra-se o jovem, que até então nunca havia se montado.

 
 
 
 
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