Pontinho de Prata

quinta-feira, 25 de março de 2010

texto por Larissa Leotério e fotos por Tatiana Leal

Quem pensa que sábado é dia de ficar em casa ou de dormir até tarde não conhece o projeto “Ciranda Cultural”. E quem conhece, certamente estava lá, visto que o posto de saúde do Bairro da Prata foi tomado por jovens capoeiristas, grafiteiros, mães, tias e avós. Não havia mais espaço pra tantas ideias, nem paredes pra tanta criatividade.

A experiência, que a princípio seria apenas esportiva, surgiu em 2005, sob o comando de Eliel Júnior. Mas nada nunca foi institucionalizado e Eliel percebeu que daquela forma não daria certo. Resolveu, então, criar o GIA (Grupo Iguassuano de Acessibilidade) em 2008, a fim de andar com as próprias pernas. Assim, foi buscando um objetivo e algo que pudesse fazer a diferença: promover o acesso à cultura e à educação.

Vale tudo

por Dannis Heringer e Mayara Freire
Depois da grande revolução feminina, com a inovadora estilista Coco Chanel, que nos anos 20 introduziu peças masculinas ao vestuário das mulheres de todo o mundo, as ultimas tendências de moda estão mais democráticas do que nunca. Homens têm mais opções em variar seu guarda-roupa, enquanto as mulheres continuam com uma diversidade de possibilidades. Os estilos estão cada vez mais próximos. Ambos os sexos têm a possibilidade de dividir coletes de alfaiataria, calças, camisetas, lenços, chapéus e mais uma infinidade de peças. Nas grandes revistas de moda, os editoriais andróginos estão em alta. Já nas passarelas, grifes masculinas apostam em novidades como estampas e modelagens diferentes, que julgam perder um pouco a masculinidade conhecida até o século XX.

Para os consumidores que gostam de arriscar, as modelagens masculinas estão mais justas, enquanto as das mulheres estão mais largas. As famosas calças boyfriends, termo usado para brincar que a moça está usando a calça do namorado, já é uma grande referência de moda e, depois de serem adotadas pelas estrelas do mundo, já chegou às lojas de departamento. Camisas largas, blâzeres e chapéus panamá, até mesmo os sapatos, que começaram pelo modelo Oxford, são as influências mais fortes do mundo masculino para as mulheres.

Todo mundo pode mais

por Jéssica de Oliveira

No dia 22 de março, o CISANE (Centro de Integração Social Amigos de Nova Era), em parceria com o CDI (Comitê da Democratização da Informática), realizou, na Rua Sebastião de Melo, em frente à ONG do bairro, a 10° edição da Semana da Inclusão Digital com o tema "Todo Mundo Pode Mais". "Este ano, nós trouxemos esse tema como forma de dizer 'eu estou aqui' e mostrar que todos têm a capacidade de ser agentes transformadores", diz Edilson Maceio, gerente executivo do CISANE.

Várias atrações prestigiaram o evento, em sua maioria convidados pelo artista multimídia Nike: DJ Kilha, Ras Bernardo, Wilson Cigano - da Fundação Santa Sara Kali -, Mayara Landin - com performance de dança do ventre -, teatro do Espaço FAMA, Regis e Décio do Cavaquinho, o cantor Gabiru, o grafiteiro Dante e, é claro, um show à parte com a galera do Afro-Reggae. Todos tinham o mesmo foco: inclusão digital.

O evento também dizponibilou tendas tecnológicas culturais para a comidade. Na tenda 1, o assunto era saúde. Lá, qualquer pessoa poderia tirar todas suas dúvidas sobre a prevenção da tuberculose e da AIDS. A tenda 2 apresentava palestras sobre o mercado de trabalho; a chamada "Tenda Conexão". A tenda 3 era sobre o uso eficiente da energia elétrica, e a quarta e quinta tendas falavam sobre o acesso à Internet, oficinas de fotografias, atendimento social, esclarecimentos sobre o cadastro do Programa do Governo Federal, Bolsa Família e outros benefícios, além do cadastro do Programa Pro Jovem Adolescente.

Vencendo barreiras

Doze anos após sua criação e mais de oito mil estudantes formados na área da informática, o CISANE luta pela inclusão digital das classes menos favorecidas, levando a bandeira da utilização consciente e democrática do uso das tecnologias. "Nós estamos nessa batalha há muito tempo. São muitas as dificuldades, mas nós não desistimos; continuamos vencendo as barreiras", conta Edilson Maceio. Segundo ele, o evento, que é feito anualmente, já passou pelo Top Shopping, calçadão e estação de trem de Nova Iguaçu, pela praça Rui Barbosa e outras comunidades, mas neste ano ficou em casa. "Nós resolvemos fazê-lo em nosso bairro - Nova Era -, para que a comunidade participe e tenha consciência de que todo mundo pode mais", explica.

Assim como uma andorinha só não faz verão, o CISANE também não anda desacompanhado. Nesses anos de caminhada, a ONG, que já mudou a vida de milhares de pessoas, tem em seu currículo várias parcerias, que colaboram para que seus projetos funcionem e alcancem o maior número de beneficiários possível, como a CDI, que há quinze forma profissionais que atuarão nas comunidades, formando agentes transformadores. "Nós somos um comitê, presente em oito países do mundo, com o mesmo objetivo: usar as tecnologias para construir um mundo melhor, com menos exclusão social e mais inclusão digital", diz a gestora de acompanhamento Bruna Araújo, de 25 anos.

 
 
 
 
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