Apresentando a própria vida

quarta-feira, 31 de março de 2010

por Jéssica de Oliveira

Como é de praxe, todas as segundas-feiras do mês os estagiários do Bairro-Escola se encontram com o artista plástico Romano para a elaboração das oficinas que serão realizadas nas escolas do município no Horário Integral. Dessa vez, a ordem é fazer com que a criançada crie em si mesma um espírito indagador e formador de opinião. "Nós criaremos um 'lugar' para as crianças se expressarem livremente", encoraja Romano em um de seus guias de ação. "Esses encontros vão produzir uma intervenção para criar um espaço de diálogo livre entre as crianças e a escola, utilizando materiais reciclados".

Com alguns objetos simples, somados a muita imaginação e criatividade, Romano propõe aos mediadores culturais formas de fazerem com que os alunos manifestem seus pensamentos, gostos e vontades, dando a eles a importante função de "ativistas e transformadores". "O objetivo das intervenções é fazer com que as crianças enxerguem e interajam com a realidade delas", pontua.

O paraíso de Levi

por Hosana Souza

A máxima do cineasta Glauber Rocha “uma ideia na cabeça e uma câmera na mão” tem revelado grandes artistas. O jovem de 17 anos Levi Andrade Meirelles é um desses exemplos. “Minha imaginação não tem limites. Meu melhor presente foi uma câmera digital, que não largo nunca”, conta.

Aluno de escola pública, morador de Santa Eugênia e filho de uma professora da rede municipal, Levi sempre se destacou pela criatividade, embora alguns o percebessem apenas pelas dificuldades que carrega. O jovem possui uma doença conhecida como lábio leporino, que tem um tratamento muito caro e dificulta sua fala. “Eu odeio a minha voz”, diz o estudante. “Mas sei que o preconceito é apenas falta de informação sobre a minha doença, sobre a minha pessoa”, explica.

 
 
 
 
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