CulturaNI em números

sábado, 30 de abril de 2011

por Josy Antunes

Desde julho de 2010, a equipe de jovens repórteres do CulturaNI acompanha as estatísticas do blog através da ferramenta Google Analytics, que dá acesso a informações como "número de visitas", "tempo médio no site" e "origens de tráfego", além de uma série de gráficos que permitem ter real noção da capacidade de alcance de nossos textos.
Agora, no finalzinho de abril de 2011, ainda no clima da milésima postagem, faremos um passeio pelos 10 meses de "Analytics", relembrando as matérias mais lidas e conferindo os números dessa trajetória.
Vale lembrar que:
1. Os jovens repórteres de Nova Iguaçu utilizam o http://culturani.blogspot.com desde setembro de 2009, portanto, todos os números anteriores a julho de 2010 não estão contabilizados.
2. Antes do http://culturani.blogspot.com existia o http://jovemreporter.blogspot.com, com publicações desde agosto de 2007. E que houve ainda o http://minharuatemhistoria.blogspot.com. Mas, a partir daí, já são outras histórias, que estão resumidas em textos como o "Nossa milésima postagem", de autoria da Jésica Oliveira ou em "A dona do Sollyorks", que traça um paralelo entre a história do projeto e a vida da repórter Marrentinha.

Saudade do que ainda não foi

quinta-feira, 28 de abril de 2011

por Dandara Guerra


Foi em uma  quinta-feira, no dia  9 de  dezembro de 1992,  mais precisamente à meia-noite que a professora Aline dos Reis sentiu as primeiras contrações do parto. A placenta se desfazia em uma espécie de parto seco, sem que saísse água, apenas uma quantidade mínima de sangue.  Ela saiu correndo para a maternidade São José, em São João de Meriti com o pressentimento de que perderia seu bebê. Esse pressentimento durou os três dias que passou na sala de pré-parto, ouvindo as orações de uma irmã da Assembleia de Deus.

Nem Jesus salva

por Misael Campos

Uma educadora da classe de crianças entra na sala, cumprimenta a todos, e depois de algumas musiquinhas alegres inicia o estudo dominical: – Crianças, se alguém busca uma cura, é só ir à igreja “A”, se alguém busca uma libertação é só ir na igreja “B”, se mais alguém procura a salvação, é só vir à nossa igreja "C".

A professora cita o nome da igreja a que pertence com um largo sorriso no rosto e pede para que as crianças repitam em voz alta e com aquela sensação de "missão cumprida”. As crianças, brutalmente manipuladas, não perdem a chance de dizer aos coleguinhas das outras igrejas que “só na igreja deles é que Jesus salva”.

Mazé

por Rodrigo Caetano


Como tudo na vida não é um mar de rosas, ter uma banda de Rock também não é. E isso os caras da banda Mazé sabem bem. Mesmo com apenas três anos de estrada, a banda já passou por momentos maravilhosos e momentos terríveis.

Talvez o lado mais difícil de se ter uma banda seja a falta de tempo. Isso acontece com a Mazé de forma violenta, e faz cinco meses que a banda não ensaia mais por conta disso. Com cinco integrantes fica difícil de fazer o tempo livre de cada um colidir com os ensaios, pois todos na banda trabalham, estudam ou estão prestes a se casar.

Mas a falta de ensaios não parece ter feito tanto mal a essa banda, que terá suas próximas apresentações na Mostra de Artes da Favela, que acontecerá na favela da Maré no próximo sábado e no Centro Cultural Donana. E que já tocou no SESC São João e até mesmo no Clube dos Democráticos, na Lapa.

E as dificuldades de uma banda na Baixada Fluminense não param na falta de tempo para ensaiar, mas também na falta espaços de qualidade que deem oportunidade para os músicos mais sérios se apresentarem. Existem casos de bandas que são da Baixada que são bastante conhecidas na Zona Sul e até mesmo em outros estados, mas que aqui são meros desconhecidos.

Muitas das vezes esse é o panorama dos artistas da Baixada Fluminense, que mesmo com um trabalho extraordinário são pouco valorizados.

A luz no fim do túnel

quarta-feira, 27 de abril de 2011

por Leandro Oliveira de Aguiar


Qual cidadão não sonha ou já sonhou em tirar a carteira de motorista? Afinal, sempre cultivamos a imagem de poder sentir o vento da estrada em nosso rosto, assim como nos filmes hollywoodianos que invejamos por uma vida inteira. Tentar reduzir o tamanho da cidade, outrora enorme e cansativa, acaba sendo uma doce tentação. "Passei minha vida toda andando de ônibus e tendo que me virar com transporte público", desabafa o estudante de direito Rafael Vieira, 22 anos, que conseguiu sua carteira na primeira tentativa. Ainda bem. Porque ele quer mais do que tirar uma onda pilotando. "Cansei."

Violinista, graças a Deus!

terça-feira, 26 de abril de 2011

por Joyce Pessanha


“Igreja só rouba dinheiro do povo!” Quantas vezes você já ouviu essa afirmação? Ou quantas vezes você mesmo já pensou assim? No entanto, as igrejas da Baixada Fluminense vêm provando o seu valor através de um grande serviço prestado à comunidade em que está inserida. Através da música, a igreja influencia jovens a optarem por escolhas saudáveis evitando até entrarem nas estatísticas catastróficas da criminalidade.

Igrejas, geralmente de pequeno porte e com fiéis de baixa renda, disponibilizam cursos que são ministrados por professores que aprenderam sozinhos ou com amigos. Ninguém de que se possa apontar uma especialização, graduação ou intercâmbios internacionais. Mas que através do compartilhar do pouco que sabem, despertam em crianças e jovens o amor pela música ao lhes dar a oportunidade de terem acesso a esse conhecimento. Talvez algumas pessoas nunca teriam acesso a essa arte se não fosse a oportunidade desse “compartilhar” que as Igrejas vêm disponibilizando à sua comunidade. E, através dessa oportunidade, vem se notando o crescimento de músicos de excelência, que estão inseridos no mercado musical, e que saíram da periferia e da baixa renda para o mundo.

A salvação da lavoura

por Michele Ribeiro

Cada vez aumenta mais o número de pessoas que procuram um emprego em que tenham estabilidade. Junto com essas estatísticas, cresce os cursinhos para os concursos públicos, com vagas para nível fundamental, médio e superior. As oportunidades podem ser para todos, mas passar na prova exige dos candidatos total dedicação e empenho.

Quem está procurando uma vaga para o Tribunal de Justiça, ainda que a prova não tenha sido marcado, é a estudante de direito Joseane Alvez, 18 anos. A dificuldade para entrar ganhar a vaga pode ser medida pela sua dedicação. "Estudo seis horas por dia", orgulha-se ela, que sabe o quão grande é a concorrência pelas cadeiras sempre lotadas do cursinho em que se prepara.

Clube das crianças

por Jefferson Loyola



Cerca de 30 educadoras se reuniram na terça-feira 12 de abril no Espaço Cultural Sylvio Monteiro para participar do Primeiro Encontro de Incentivo à Leitura, organizado pela Rede Comunitária de Formação e Estágio, que oferece formação para educadoras de centros de educação infantil comunitária em programas de incentivo à leitura, artes, saúde e educação pela paz.

Iniciado às 10 horas da manhã, o evento começou com uma roda de conversa com o escritor Zé Zuca (José Carlos), que contou sua trajetória de vida até se tornar autor de literatura infantil. Foi uma longa história. "Quando era criança, cantei uma música em uma festa na escola onde cada pessoa apresentava o que sabia fazer", lembra ele, que como não conseguia gravar o poema a que se propunha recitar, acatou o conselho da professora a que pediu ajuda. Quando viu a escola cheia, ficou tão nervoso que mal acreditou ao ver que a plateia estava aplaudindo-o de pé. “Pensei que eu tinha cantado muito mal, mas quando vi todos lá aplaudindo, fiquei feliz”, contou ele, afirmando que sua mãe sempre diz que ele já nasceu cantando.

O herdeiro de Comendador Soares

quarta-feira, 20 de abril de 2011

por Dine Estela

O mais novo conselheiro de cultura de Nova Iguaçu tem apenas 23 anos, mas uma longa história de vida. Daniel José Soares Correa é da família do famoso Comendador Soares, que deu nome a um bairro da cidade também conhecido como Morro Agudo. Oriundo de uma família que também foi perseguida pela ditadura militar, o estudante de artes cênicas e designer gráfico aprendeu desde cedo a lutar pelos seus direitos. Mora sozinho e com sua segunda faculdade já tem uma “certa” independência financeira, como ele mesmo ressalta. “Não dá para viver de cultura neste país. Mesmo trabalhando direto, para garantir meu pão de cada dia, ainda preciso contar com a ajuda de meus pais”, destaca.

Nossa milésima matéria

terça-feira, 19 de abril de 2011

por Jéssica Oliveira

Pensei muito em como escreveria esta matéria. Pensei em ser a repórter que todos esperam que eu seja: imparcial, sucinta, clara e que informe apenas. No entanto, resolvi que não quero ser apenas isso. Hoje eu simplesmente resolvi me dar o prazer de desenhar estas linhas partindo da primeira pessoa do singular, deixando-me levar pura e simplesmente pelas minhas memórias, por aquilo que me é peculiar, me toca e que ganha valor sob minha perspectiva. Eu resolvi usar a maneira Jovem Repórter que aprendi a ser para contar um pouco de nossa história

Em 2008, a Escola Agência de Comunicação abria suas portas para todos que quisessem fazer parte dela. Foi com a chegada do blog Minha Rua Tem História, onde, de 30 repórteres, viramos 300. Eu cheguei nesse momento.

Quem tem um sonho não dança

por Leandro Oliveira de Aguiar


O sonho é uma palavra que possui significados distintos, porém é sempre um substantivo que nos remete a algo longe, inalcançável. ”Quem nunca sonhou em ser um jogador de futebol?", pergunta uma famosa música do grupo Skank. Para inúmeros jovens, é um doce momento de devaneio para esquecer as injustiças de nosso país, que cultiva as maiores desigualdades sociais ao mesmo tempo que se autointitula o “pais do futebol”, ingredientes perfeitos para encher o mercado europeu e mundial de craques.

Estádios lotados, torcidas ensandecidas, glamour, fama e mulheres bonitas! Realmente mexem com a cabeça de qualquer mortal , mas o caminho para chegar a esse glamour não é nada fácil e esconde uma verdadeira maratona de sangue, suor e lágrimas. As famosas peneiras são um exemplo do tortuoso caminho, pois nada mais são do que um processo seletivo em que os clubes de futebol de maior ou menor porte organizam jogos e testes para descobrir novos talentos para as chamadas categorais de base.

Jura por Deus

por Hosana Souza

Religião (do latim: "religio" usado na Vulgata, que significa "prestar culto a uma divindade", “ligar novamente", ou simplesmente "religar") é um conjunto de crenças sobre as causas, natureza e finalidade da vida e do universo, especialmente quando considerada como a criação de um agente sobrenatural, ou a relação dos seres humanos ao que eles consideram como santo, sagrado, espiritual ou divino. (Fonte: Minidicionário Soares Amora – Editora Saraiva, 2006).

Há de perceber por toda a história humana a influência da religião sobre a vida em sociedade. Aqui em Nova Iguaçu, mais precisamente no Conjunto Residencial Ouro Preto – em Morro Agudo/Comendador Soares –, tal influência é além de mista e difusa, fonte de grandes informações e indagações. O conjunto residencial, mais conhecido como Condomínio da Marinha, em seus trinta anos de histórias sempre foi povoado, em sua maioria, por cristãos protestantes. “Senti uma grande diferença ao me mudar para cá, pois nunca havia morado em um lugar em que todos os meus vizinhos fossem protestantes e que achavam que eu tinha distúrbios mentais por não o ser”, explica Maria José Abranches de Souza, 48 anos, esposa de um marinheiro hoje aposentado.

Clube dos livros

sábado, 16 de abril de 2011

por Marina Zuqui


Maicla Moura não tem apenas um nome estranho. Ela, que neste momento está lendo a "A cidade do sol", de Khaled Hosseini, também tem a estranha mania de trocar livros com as amigas da escola, com as quais forma uma espécie de clube. As amigas que frequentam este clube são Maria Carolina Loubak e Karine Bastos, que conheceu ao ingressar no ensino médio, há dois anos. "Quando Maria levou um de seus livros para a escola, eu, que sempre gostei de novidade, pedi emprestado."

O feijão e o sonho

por Dandara Guerra

Muitos sonham, mas é quase impossível viver da arte neste pais. Principalmente para um morador da Baixada.   Quem nunca se perguntou o que ia ser quando crescesse? A vida tem  fases - uma das quais é a angustiante escolha da profissão, durante a qual procuramos uma forma de ganhar dinheiro e ao mesmo tempo ser feliz. No meio do conflito, admitimos que nem tudo o que desejamos está ao nosso alcance.

Os amantes da arte conhecem a beleza de um quadro, da melodia das músicas, da interpretação de um ator ou simplesmente do equilíbrio de uma bailarina.  Integrar-se nas fantasias desse universo é algo semelhante a um vício, do qual é complicado desligar-se. 

São diversos os casos de pessoas que colocam arte em segundo plano, em prol de um retorno financeiro melhor, ou seja, de uma vida estabilizada.  A sensação não chegar a ser de perda total quando o artista abre mão do sonho  para se profissionalizar em áreas distintas da sociedade.

Sebastião de Oliveira, 47 anos, um morador de Mesquita, conhecido no meio artístico como Sabá, com seu jeito cativante e simples, sempre esteve envolvido em movimentos culturais ao longo da sua estrada, iniciada quando tinha apenas 13 anos. “O meu pai, senhor Antônio de Correia, era músico da maior qualidade, que tocava nas noites da Baixada. Me recordo como se fosse hoje da sua paixão pelo seu instrumento musical", diz ele, que  inicialmente foi proibido de tocar o violão do pai, sempre escondido dele. 

A estratégia utilizada por Sabá para dominar o instrumento tocado pelo pai  foi pegar uma caixa de papelão do supermercado e imaginei  quais seriam as posições das notas, que dedilhava igual um louco. O esforço do menino foi devidamente recompensado pelo seu Correia, como seu pai era conhecido. ”Ele viu que eu levava jeito, e me deu um violão."

Com o passar dos anos, Sabá formou-se músico na tradicional escola de música Villa-Lobos, no  Rio de Janeiro, além de ter participado em  variados festivais e ter tornado frequentador e músico de bares como Daniel’s Bar e Esotéricos Bar. “Foram momentos  maravilhosos que vivenciei nestes bares", conta ele, que tem uma lembrança particularmente boa do Daniel’s bar, onde conheceu pessoas incríveis e adquiriu experiência. 

Entretanto, há horas que a vida nos obriga a dar um rumo  profissional. No caso de Sabá, ele se viu dividido entre abraçar a carreira artística ou prestar vestibular para engenharia civil. “Meus pais me pressionaram", lembra ele, que se inscreveu num cursinho pré-vestibular com um enorme aperto no coração. "Tive exemplo em casa, onde pude  enxergar  a luta do meu pai."  O violão acumulou poeira até ele se tornar engenheiro, mas tão logo se formou ele voltou a tocar em bares da Baixada e, mais recentemente, da Lapa.

Outro exemplo é o da bibliotecária e professora de inglês Malena Xavier,  uma moradora de Comendador Soares de 44 anos que canta desde a infância, quando, com apenas nove anos, deu inícia à dupla com sua irmã Maria, que mais tarde chegaria em segundo lugar em um festival de Paracambi. Ela cantou na noite iguaçuana e chegou a gravar um cd, mas houve um momento em que abandonou a carreira e foi estudar na Universidade Federal Fluminense, onde a música ganhou o status de hobby. "Eu cantava no coral da universidade e nas festas dos meus amigos de faculdade", lembra a mãe do jovem repórter Lucas Xavier. 

É verdade que, ao lado do amigo Márcio Aquino, foi aplaudida de pé nas apresentações em bares em Maricá e no Flamengo, durante as quais cantava um repertório que ia da MPB à canção romântica francesa, pelas quais recebia R$ 150 por noite. Mas é com convicção que ela coloca a carreira musical em quarto plano, depois do duro ofício de mãe e dos igualmente duros ofícios de bibliotecária e professora de inglês. “Eu amo cantar, pois alivia o estresse de todo o meu cotidiano. Mas utilizo a música como um refúgio e não como profissão." Uma das poucas ocasiões em que se preparou como uma profissional foi na noite de 23 de julho do ano passado, quando comemorou os 50 anos do escritor pernambucano Julio Ludemir  e o centenário de Rachel de Queiroz com sete canções nordestinas, cantadas com o auxílio luxuoso de Marcelo Peregrino. "Só dei um intervalo em si”, brinca.
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O ator Társio Coelho, um morador de Nilópolis de 39 anos, também foi obrigado a trocar o sonho de uma carreira teatral pela luta comezinha pelo pão de cada dia. "Com meus 22 anos, cheguei a entrar em uma companhia de teatral, mas depois tive que arrumar um emprego", conta ele, que descobriu o prazer de atuar no palco na lona cultura da Barra da Tijuca.  Quis o destino, no entanto, que ele tivesse que se aposentar aos 37 anos, em consequência de um grave acidente automobilístico. e, com o horário vago, ele retornou para o teatro ainda mais animado. “Hoje em dia, estudando na escola de teatro Tim Lopez, me sinto contente por reviver este sonho, porém tenho plena consciência das dificuldades deste campo.” 

Sabedor das dificuldades da vida artística, Társio Coelho decidiu retornar também para a faculdade, matriculando-se no curso de direito da Estácio de Sá. “Não vou parar de lutar, mesmo aposentado. Sei que posso adquirir conhecimento", diz ele, que hoje atua na  companhia Encenadores Teatrais. "Nunca abandonei a arte. Só dei um tempo."

A diferença entre gostar de sexo e ser puta

sexta-feira, 15 de abril de 2011

por Yasmin Thayná

 "Eu não sou famosa, ponto." Com a foto da melancia e o rosto de quem está sofrendo, é bem difícil não reconhecer essa figura do Twitter.

Camila Moraes, mais conhecida como harpias, tem 25 anos, é formada em biomedicina pela Uni-Rio e faz mestrado em Oncologia no INCA. "Eu trabalho e estudo no Inca, mas isso não vai para minha carteira de trabalho."
Nascida em Bangu, Zona Oeste, Camila passou para a universidade e foi morar com o irmão no Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro. "Eu moro com meu irmão mais novo e a gente se dá muito bem. A gente não parece irmão. Ele é alto, sarado, moreno, lindo, muito diferente. Meu irmão é vida louca. Ele que me apresenta os funks que eu posto", disse.

Ne me quitte pas!

por Renata da Costa


Em tempos em que o conhecimento de idiomas é um requisito básico para conseguir um bom emprego, o francês vem ganhando espaço em um mercado que já considera que o inglês e o espanhol fluentes não são mais diferenciais no currículo. A procura é crescente e 80% dos alunos são jovens entre 20 e 30 anos. Aline Casado, 23 anos, estudante de jornalismo da PUC, estuda francês na Aliança Francesa do Norte Shopping pelo seu interesse em jornalismo internacional, já que o francês é a segunda língua para relações internacionais e na ONU. “O bom de poder estudar uma nova língua é aprender, ao mesmo tempo, a cultura. Então estou satisfazendo tanto meu lado pessoal quanto profissional”, diz Aline. No mundo, o Brasil é o país com o maior número de alunos que estudam o idioma fora da França.

A soma de todas as artes

por Fernando Fonseca


Inicia-se hoje mais um processo político de grande importância para a cidade de Nova Iguaçu: A IV Conferência Municipal de Cultura. Um evento que reunirá a classe artística iguaçuana, instituições e representantes políticos hoje e amanhã. Em sua quarta edição, a conferência surge como uma ação que projetará para a sociedade iguaçuana um importante mecanismo de mobilização social para a discussão e implementação do futuro Plano Municipal de Cultura.

Chapa quente

quinta-feira, 14 de abril de 2011

por Yasmin Thayná



“Oi, gente! Eu sou a Suh Bombom Pimentinha e estou aqui de novo para mandar pra vocês, o top, opa, pêra aí: que top que nada patricinha na balada. Anda de salto Pink, sainha apertada, blusinha de neon a patricinha na balada e ela passa rebolando, descendo até o chão olha só a patricinha ao som do tamborzão. Cuidado: eu sou patricinha, mas no fundo eu sou perigosa. Toda patricinha no fundo é perigosa. Pepe perigosa...”

Frequentadores de redes sociais, ao ouvir esses versos, já sabem de quem se trata: a Top na balada.

Top na Balada, ou Suh Bombom Pimentinha, @SuhBBPimentinha tem um objetivo enviar os vídeos por intermédio dos quais dialoga com os 7 mil internautas que a seguem no microblog Twitter: “eu me aceito do jeito que sou.”

Já?

por Joaquim Tavares


O mundo do futebol é algo bem incomum e vive das suas próprias particularidades. Quando se pensa o que é uma carreira extremamente vitoriosa e cheia de conquistas dentro desse meio, estamos falando de no máximo 20 anos de prática, o que é muito pouco. Qual outra carreira teria uma bagagem parecida com essa? Um professor, por exemplo, precisa de muito mais que isso para poder se aposentar. E, quando se trata de aposentadoria de jogadores, as particularidades continuam.

Grandes nomes desse esporte desfilaram no gramado durante vários anos. Escreveram seus nomes na história e se fizeram muito conhecidos dentro de um tempo relativamente pequeno. No entanto, isso não acontece com todo mundo. Existem aqueles que mal são reconhecidos nas esquinas e se veem obrigados a parar. É nesse lado ‘esquecido’ que surge um ponto muito negativo do futebol. Aquele onde para um fazer sucesso e despontar, outros quinhentos têm a difícil tarefa de se afastarem de seu sonho.

O que o amor constrói a faculdade destrói?

por Juliana Portella


Chopadas, barzinhos, happy-hour depois da aula, festas com direito a concurso da camiseta molhada. Quem hesita em acompanhar uma vida badalada dessas? Depois que se entra pra faculdade a vida muda. A rotina acadêmica, além de trazer muita responsabilidade e uma carga de estudos puxada, é um verdadeiro convite ao pecado. Que namorado/namorada segura o ciúme em deixar seu par solto nessa selva chamada universidade?

Verdade seja dita, muitos romances não sobrevivem à vida acadêmica. "Essa é a idade que ninguém gosta de ter limites. Quem deixa de viver essa fase da vida depois se arrepende", afirma o estudante de matemática da UFRRJ, Bruno Knupp.

O novo universo do Nós da Baixada

quarta-feira, 13 de abril de 2011

por Marcelle Abreu



Quem disse que precisa ser profissional para escrever um belo texto, capaz de emocionar e prender a atenção de todos?

Não basta ser profissional se não há talento , como o grupo Nós da Baixada bem o prova com o espetáculo “A noite que ele não veio”, cujo roteiro foi escrito pelos próprios alunos com supervisão do diretor Anderson Dias e da codiretora Ana Paula Pinheiro.

Mulheres de fé

terça-feira, 12 de abril de 2011

por Dine Estela


Com a força de canções que tem o dom de encantar, a banda Mulheres de Jorge arrepiou o público do Espaço Cultural Sylvio Monteiro, em Nova Iguaçu, neste sábado, 10 de abril, em show homenageando São Jorge, o santo guerreiro. Cyda Matos, Haoa Afrânio e Tereza Onã, três cantoras da Baixada Fluminense, voltaram a se reunir em torno de um mesmo símbolo de devoção, São Jorge, para encantar multidões. O show acontece novamente neste domingo a partir das 20h. O Espaço fica na Rua Getúlio Vargas, 51, no Centro de Nova Iguaçu. A entrada custa R$ 8.

A primeira canção é apresentada pelas mulheres vestidas com o manto da Virgem Maria num tom de oração, mas engana-se quem pensa que o ritmo vai continuar assim. A partir da segunda canção, as Mulheres de Jorge esquentam o público com sambas, toadas e até mesmos ritmos candomblecistas. É possível observar o sincretismo que no Brasil é feito com santos da igreja católica e orixás africanos, mas as meninas encontram o feeling para que o show fique o mais ecumênico possível e possa se encaixar perfeitamente em qualquer ambiente. O repertório é composto por vários representantes da Música Popular Brasileira, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Fernandinha Abreu, dentre outros que contam a história do Santo.

A moda do coveiro

por Yasmin Thayná



Morador de Mesquita, colunista de moda, professor, 20 anos, ex jovem-repórter, Robert Tavares, conhecido como Mexicana Bêbada no mundo dos tuiteiros, é um personagem que transforma o caos da sua vida real em humor nas redes sociais.

Aos 15 anos, Robert e a família, formada por mãe, pai e um irmão, encararam uma mudança de localidade quase traumática para ele: morar na Baixada Fluminense depois da morte do avô, que deixou a esposa sozinha numa casa de grande dimensão. "Minha avó ligava para minha mãe todo dia para pedir pra irmos pra lá", lembra ele.

Todos somos capazes

por Michele Ribeiro e Lohane Pignatara


No dia 11 de abril de 2011, o Espaço Cultural Sylvio Monteiro abriu as portas do seu teatro para o lançamento da campanha Por uma infância sem racismo, uma campanha da UNICEF - Agência Nacional das Nações Unidas.

A  Coordenadoria de Política de Promoção da Igualdade Racial de Nova Iguaçu é um órgão criado em 2005 com a missão de consolidar políticas públicas que promovam a igualdade racial e o fortalecimento da cultura da cidade de Nova Iguaçu. O apoio  total da Secretaria de Cultura e Turismo, Secretaria de Educação, Secretaria de Ação Social e Prevenção a Violência e ainda a Secretaria de Trabalho e Renda, todos esses órgãos e instituições da sociedade civil  contribuíram com seus instrumentos operacionais  e representando suas respectivas secretarias. A solenidade foi aberta com a exposição “Olhares Iguaçuanos”, uma mostra fotográfica coordenada pela Professora Ana Paula Cerqueira que abrangeu as escolas da rede municipal de Nova Iguaçu.

Lindas e falidas

domingo, 10 de abril de 2011

por Hosana Souza


“Por que as mulheres compram? Por que somos loucas desvairadas, essa é a verdade”, diz entre risos a publicitaria e moradora de Comendador Soares Glayciellen Gomes. Para algumas mulheres, a palavra comprar é praticamente sinônimo de existir. Ainda mais quando envolvidas pela lógica capitalista e suas ‘meigas e conhecidas facilidades’, como cartão de crédito.

Algumas, mais controladas, compram apenas por necessidade. Outras não resistem às tentações e no meio da matemática feminina - que envolve as palavras liquidação e seis vezes sem juros - terminam lindas e falidas. “Eu não sei explicar, meus olhos simplesmente brilham quando vejo uma roupa nova, ou algum acessório”, explica Glayciellen. “E não poder comprar é um suplício, uma frustração. Passei na C&A essa semana – que está com coleção nova – e tive que subir para pagar o cartão olhando apenas para o piso. Do contrário não resistiria”, completa Jéssica Oliveira, nossa companheira de redação.

A produção do joão sem braço

por Josy Antunes

Durante a mais recente edição do Iguacine - o Festival de Cinema de Nova Iguaçu - ocorrida em abril de 2010, jovens repórteres do Cultura NI estavam agitados em meio a entrevistas e publicações no blog. Em ocasiões como o evento, a equipe tem por sede a biblioteca Professor Cial Brito, que fica dentro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro. É de lá que acontece a cobertura em tempo real, sobre as sessões de filmes, acontecimentos inesperados e a programação como um todo. É lá onde se concentram cerca de 30 jovens para rápidas e objetivas reuniões de pauta coordenas por Julio Ludemir. Neste clima de produção intensa, Rodrigo Caetano, então com 20 anos, surgiu com seu black power, se apresentando como músico e produtor cultural. De súbito, recebeu uma pauta: Cobrir a exibição de “Alô, alô, carnaval!”, de Adhemar Gonzaga. E assim começava uma das primeiras experiências de Rodrigo com produção "séria" de textos.

Transfusão lo-fi

quinta-feira, 7 de abril de 2011

por Vitoria Tavares


No último sábado dia 2, no estúdio improvisado em um apartamento no Leblon, entre intervalos de gravação do disco da banda Cretina, conversei com um dos caras mais sacados da cena roque na Baixada Fluminense: Lê Almeida, rapaz de 26 anos, com muitas coisas a dizer sobre música, roque e discos. Lê, juntamente com uma galera, diga-se de passagem igualmente esperta, legal e sacada, criou em 2004 o selo independente Transfusão Noise Records, que foge de tudo que você vê no já desgastado mercado musical careta de domingo.

O selo foi idealizado, segundo o próprio Lê, “para criar uma identidade que pudesse representar as minhas bandas e as dos amigos”. Desde sempre, Lê acha o máximo a ideia de selo independente. "Achava superlegal quando lia em uma revista que o disco tal de banda tal era independente. Foi aí que tive a ideia de fazer o selo 'para nós mesmos'”. No início, era o próprio Lê quem gravava tudo, mas com o tempo o pessoal foi embarcando e formando o coletivo.

Alma cheia

Rodrigo Caetano

Depois de meses (ou anos, em alguns casos) de estudo para passar no vestibular, milhares de jovens brasileiros começaram agora seu primeiro ano numa faculdade. Toda a família e amigos ficam felizes ao saber do resultado positivo. Mas será que o jovem de fato conhece bem o curso que irá fazer? No inicio dos vinte e poucos anos, todos procuram um lugar no mercado de trabalho. Deveria ser mesmo essa a motivação para se iniciar uma vida acadêmica?

Outro pensamento que os vestibulandos têm pode se traduzir em “o que importa é entrar”. E nessa linha acabam entrando em qualquer curso, mesmo não o conhecendo. Esse caso é muito comum entre os diversos calouros do curso de produção cultural no campus Nilópolis do IFRJ.

A dor de uma nação

por Fernando Fonseca

Pessoas se aglomeram na porta da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo. Foto de Gabriel de Paiva/ Agência O Globo

O Rio chora em luto. Um luto proveniente de uma ação completamente doentia, onde crianças de doze a quatorze anos de idade são exterminadas dentro da Escola Municipal Tasso de Oliveira, em Realengo, na Zona Oeste do Estado do Rio de Janeiro, na manhã de hoje, sete de abril de 2011. No ocorrido, um ex-estudante, identificado como Wellington Menezes de Oliveira, bem-vestido e sem levantar suspeitas, tirando proveito do processo seletivo que a escola estava fazendo com antigos alunos a propósito dos festejos dos seus 40 anos. Em poucos minutos, vinte e nove estudantes, de idades entre 12 a 14 anos, que se encontravam entre nos dois primeiros andares da escola, foram brutalmente atacados. Saldo provisório da estupidez: nove meninas e um menino foram assassinados.

Um mundo a ser editado

por Rodrigo Caetano

Ela é editora de vídeos, adora fotografar, é amante de redes sociais e está escolhendo seu vestido de noiva para se casar este ano. Essa é Josy Antunes, que começou sua jornada de formação pessoal e profissional muito por conta da Escola Livre de Cinema. Frequenta a igreja batista desde que estava na barriga de sua mãe. Seus pais trabalham com um buffet fazendo festas de aniversário e festas de casamento, mas nunca deixaram de investir na educação de Josy, que estudou até a 8ª série em escola particular e terminou o ensino médio na escola pública fazendo o curso de normalista.

Quando Josy começou a fotografar, pediu uma câmera ao pai, que comprou uma câmera de plástico analógica na época em que todo mundo estava usando uma digital. “Foi uma frustração, eu queria colocar fotos no Orkut como todo mundo na época e meu pai me traz uma analógica. Meu celular era preto e branco, tinha câmera ainda”, lembra Josy.

Guerra de classes

quarta-feira, 6 de abril de 2011

por Lucas Xavier

Sou morador do bairro de Comendador Soares desde meus dois anos. Nesse bairro tão marcado pela pobreza, cresci com uma condição social muito confortável – mesmo não sendo rico – e convivi com pessoas com uma renda muito abaixo da minha. Com três anos, fui matriculado no IESA (Instituto de Educação Santo Antônio), e lá fiz pessoas que tinham uma condição financeira muito parecida com a minha.

Meus amigos em Comendador Soares são os mesmos de muito tempo. Conversando com um deles, mostrei uma foto onde estávamos eu, meu amigo do IESA (Marcus Vinícius) e sua então namorada; uma menina muito bonita. Ao se surpreender com a beleza da garota, meu amigo de CS falou: “Com certeza ela só o namora porque sabe que ele tem dinheiro.” Aquilo me intrigou. Afinal, sem conhecer Marcus, aquilo seria um pré-conceito.

Mulher Bombril

por Yasmin Thayná

"Eu sou boazinha, mas não sou idiota."
Moradora de Ramos, candomblecista, formada em marketing com especialização em marketing pessoal, monitora da árvore, dançarina de charme, personal sex trainee, colunista do Jornal do Lavradio, cineasta e produtora da Black Music, Joana Cardozo tem 31 anos e muita história para contar.

Seu pai sempre achou que ela devia fazer administração de empresas, por ter um mercado amplo. Largou a faculdade ainda no primeiro período. "Estava certa de que tornaria um pai feliz, mas não uma profissional," comenta.

Foi atrás do sonho comunicação social e se tornar jornalista, matriculando-se na antiga UNI-SUAM no mesmo período em que desistiu de fazer administração. Três períodos depois conseguiu uma bolsa para a Facha, uma das faculdades de jornalismo mais tradicionais do Rio de Janeiro. "Estudei muito longe da minha casa por conta de duas matérias. Mas eu ia mesmo assim para Botafogo."

Claustrofobia

terça-feira, 5 de abril de 2011

por Leandro Oliveira de Aguiar


Os cariocas amantes do futebol que estão acostumados com os jogos imemoriais no Maracanã hoje têm de se adaptar a uma nova realidade no Engenhão, nome popular do estádio João Havelange, localizado no bairro Engenho de Dentro, na Zona Norte carioca e que ainda sofre alguma resistência de alguns torcedores. A impressão é que sempre falta alguma coisa, incluindo transportes públicos e segurança no seu entorno. ”Eu morro em Jacarepaguá e para mim fica difícil vir aos jogos, principalmente quando são no meio de semana e à noite“, diz Ruan Queiroz, torcedor vascaíno que trabalha como vendedor, que só vê seu time jogar nos fins de semana.

Construído para os jogos Pan-Americanos de 2007, o estádio poliesportivo é um ponto estratégico para os jogos olímpicos no Rio de Janeiro. Projetado com áreas bem delimitadas e sem zonas mistas para as torcidas, o Engenhão acabou com o velho costume do torcedor de ir com um amigo ou namorada de times rivais. Quem planeja esse tipo de aventura deve se sacrificar e assistir à eventual partida na zona rival. Tricolor desde que me entendo por gente, passei por uma situação um tanto tensa no último domingo, quando fui ver o jogo contra o Vasco no último domingo com minha namorada. "Vamos ver o jogo juntos", desafiou ela.

O desafio do chuveiro

por Joaquim Tavares

Era uma vez um menino, que já se dizia homem crescido, chamado Fernando, mais conhecido como Fernandinho. Ele era um rapaz muito maduro e independente, pelo menos ele achava isso. Gostava de fazer tudo por conta própria e era dono de sua própria vida, assim pensava.

Nosso garoto estava se dando muitíssimo bem na vida: cursava uma boa faculdade, que, além de pública, lhe dava uma bolsa. Paralelamente ao sucesso acadêmico, Fernandinho dava seus primeiros passos profissionais. “O emprego não era nenhuma Brastemp, mas dava para o gasto”, conta Fernando Fonseca.

A sua família era muito orgulhosa de tudo que ele fazia e o estimulava sempre a crescer ainda mais, sobretudo seu pai e sua mãe. Davam todo o apoio de que ele precisava, mas eventuais brigas e discussões eram inevitáveis. Fernandinho era teimoso ao extremo e dificilmente dava o braço a torcer quando errava. Lutava por sua ‘liberdade’ e queria que seus pais não enchesse tanto seu saco! “Eu me sentia uma criança quando eles me pediam satisfação da hora que ia voltar, com quem ia sair”, desabafa.

Coisa de macho

por Jonatan Bissoli

Tem que ser muito macho para ficar a noite toda num salto de 24 cm de altura.

Preconceitos, baixos cachês e um mercado de trabalho restrito são os problemas mais comuns enfrentados pelos artistas performáticos, mais conhecidos como ‘Drag Queens’.

Wallace dos Santos, 25 anos, morador de Nova Iguaçu, conta como através de uma brincadeira passou de mero espectador a artista e, hoje em dia, se divide entre Wallace e Lanna Wolkman. “Duas personalidades completamente diferentes”, explica ele.

Retratos da vida

por Fernando Fonseca

Alegrias, tristezas, lembranças, memórias e nomes. Conquistas, idades, valores, significados e pensamentos. Tantas coisas perdidas, esquecidas ou ocultas em uma fotografia. Momentos registrados aos quais jamais serão contados em sua totalidade por quem os presencia. Contudo, estão ali, prestes a serem decifrados, relembrados, interpretados. É neste mundo de interpretações que vive Carlos da Silva Rodrigues.

Folclórico personagem de Nova Iguaçu, fotógrafo há mais de trinta anos, Carlos é funcionário da mais conhecida loja de fotografias de Comendador Soares, em Nova Iguaçu, a Loja Objetiva. Nascido e criado em nosso município, nosso personagem carrega em seu rosto e em seu discurso as marcas do peso e da paixão de se viver no mirabolante mundo da fotografia, em pleno século XXI. “Trabalho aqui há mais de cinco anos e, há três, trabalho com câmera digital. Os recursos da câmera digital são melhores, sem dúvida, entretanto, mudanças nunca são simples. Trabalhamos, especialmente, com fotos 3x4 e venda de películas para câmera fotográfica analógica”.

Quem tem medo da intimidade?

domingo, 3 de abril de 2011

por Saulo Martins


Sempre me interessei pelas relações humanas. Pra mim são, e sempre foram, muito interessante os laços que as pessoas criam baseados em palavras, ações e sentimentos. Esse interesse é um ingrediente importante quando eu procuro algum filme ou livro, e talvez tenha sido esse o motivo da minha identificação com Quem tem medo de Virginia Woolf? (Who's Afraid of Virginia Woolf?, 1966), do diretor Mike Nichols.

Logo no seu primeiro longa-metragem, Nichols conseguiu a façanha de ser indicado para todas as categorias do Oscar que ele poderia, vencendo cinco (Melhor atriz [Elizabeth Taylor], Melhor atriz coadjuvante [Sandy Dennis], Melhor Fotografia Preto-e-branco, Melhor figurino preto-e-branco e Melhor direção de arte preto-e-branco). É quase possível comparar o filme e o diretor com Orson Welles e seu filme de estréia Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941), indicado para sete categorias do Oscar e considerado o filme mais importante na história cinematográfica. As duas obras têm uma importância histórica e qualidades inovadoras, dignas das suas indicações ao Oscar.

Um apaixonado pela vida

por Marcelle Abreu

6 de outubro de 1989. Nasce um bebê lindo e saudável e que recebe o nome de Joaquim Tavares Junior. Nome forte segundo sua mãe Suenin Tavares, além de ser o mesmo nome de seu pai, porém esse poderia ser trocado caso Joaquim não gostasse. Ele gostou e nunca teve problemas. “Fora a diretora do colégio onde estudava que cantava uma musiquinha que não me recordo muito bem e as pessoas que falavam que era nome de velho, nunca me importei. Respondia que ninguém nasce com 50 anos, não é verdade?", conta ele, hoje com 21 anos e dono de uma autoestima elevada de contagiar a todos ao seu redor.

Joaquim foi uma criança gordinha e que se destacava por sua inteligência, que lhe rendeu até umas boas palmadas. Aos dois anos, desenhou numa folha uma lata e ao lado escreveu LATA e logo tratou de chamar sua mãe para ver o feito, porém essa não acreditou que tivesse sido ele o responsável pelo desenho e muito mais ainda da associação do nome com objeto. Antes de pedir que refizesse, brigou com ele e lhe deu umas boas palmadas. “Ela perguntava quem havia feito e eu respondia que tinha sido eu, mas nada a fazia acreditar. Apanhei por isso e só depois que ela resolveu pedir que eu fizesse de novo que se orgulhou e me encheu de beijos. Ser inteligente nesse caso foi algo ruim”.

Mínimos detalhes

por Juliana Portella

Nos seus cinco anos de atividades, a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu vem mudando a vida de jovens e crianças através do audiovisual. A Escola, que era mantida pela prefeitura desde o ano de 2006, passa a contar com um aliado de peso para dar continuidade a seus trabalhos. Através de recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (ICMS), a ELC ganha patrocínio da Petrobrás para dar continuidade ao sonho de investir na capacitação de crianças e jovens da periferia.

Palavra, corpo e território. É nessa trilogia que está focada a revolução no ensino audiovisual que propõe a Escola Livre de Cinema desde a sua formação, pelo cineasta, escritor e diretor Marcus Vinicius Faustini. A cada ano o ensino é baseado em uma metodologia. Em 2009, as produções basearam-se nos contos de Câmara Cascudo. Em 2010, os alunos tiveram o desafio de produzir um vídeo autorretrato, com apenas um minuto, sem poder mostrar o próprio rosto. Toda essa didática compõe a cena estética da escola . Este ano a metodologia é baseada na ficção. Sendo o cinema um retrato da realidade do mundo, com esse tema como principal, mundos inventados estão por vir.

O underground nunca vai morrer

sexta-feira, 1 de abril de 2011

por Dannis Heringer

Está na cara que os pernambucanos Keops e Raony são de longe a cara do novo rock no Rio de Janeiro, cidade na qual passaram a morar depois de uma passagem por São Paulo. Mas são poucas as pessoas que sabem que o primeiro contato com música se deu por intermédio da banda de Dudu Valle, um dos seis integrantes da banda Medulla. “Uma das minhas grandes inspirações quando toquei meu acorde foi o Dudu”, admite o vocalista da banda, que tem 23 anos. A convivência com artistas que tocavam a música da antiga banda de Dudu no rádio deixou-o cheio de esperanças.
Um dos maiores fenômenos da cena underground, a formação do Medulla teve como epicentro o estúdio que o Dudu tinha na Tijuca, também frequentado pelo baixista Rodrigo DaSilva, que na época tocava em uma banda de bossa e trabalhava com produção cultural. O guitarrista Alan Lopez estava sempre presente nos ensaios e na corrida da banda antes mesmo do primeiro CD lançado pela Sony/BMG. Já o baterista Daniel Martins tinha feito parte de uma banda quando os gêmeos eram pivetes.

Trote cabra da peste

por Joyce Pessanha


Este foi o primeiro ano que a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro aceitou as notas do ENEM como critério de aprovação para ingresso nos cursos de graduação que oferece nos campi de Nova Iguaçu, Seropédica e Três Rios. Com isso, centenas de alunos de outros estados e até de outros países procuraram as disputadas vagas da Rural, como é carinhosamente chamada.

A pernambucana Raíze de Jesus Souza é um exemplo desse fato. Com uma enorme vontade de viver aventuras e adquirir conhecimentos variados, viu na habilitação em jornalismo sua melhor escolha profissional. “Jornalismo é uma coisa linda, no curso e na profissão poderei investigar, viver aventuras e ter acesso constante a novos conhecimentos”, diz ela, que em janeiro deste ano trocou Recife pelo campus de Seropédica.

 
 
 
 
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