Pânico nos trilhos

terça-feira, 30 de agosto de 2011

por Joaquim Tavares


É bem cedo. Há uma multidão se empurrando em busca de um valioso lugar sentado durante a sua viagem. Muitos se agridem de todas as formas possíveis, outros passam mal, choram e até desmaiam. O clima de revolta e descontentamento é geral. Sabe onde se passa esse filme? Isso mesmo, nos metrôs e trens espalhados por todo o Rio de Janeiro e parece que não sairá de cartaz nunca!
Com uma rotina que começa dessa forma, não há tranquilidade e bom-humor garantido. E esse é apenas o começo de um difícil dia na saga de vários trabalhadores e estudantes. Literalmente, é começar com o pé esquerdo, que, geralmente, é pisoteado.
“Como eu consigo chegar à faculdade sorrindo, tendo passado por tudo isso já a essa hora da manhã?”, se questiona a estudante Mariana Sampaio, que enfrenta o metrô diariamente há dois anos e desabafa: “O metrô me cansa mais do que as aulas chatas e os professores irritantes!”.
Encarar uma situação assim vai desgastando rapidamente sua paciência, que, ao longo do dia, será exigida mais uma dezena de vezes e, por já ter sido ‘desabastecida’, acaba gerando, em algumas situações, discussões e desavenças desnecessárias. Um exemplo disso é a fala do operário Pedro Campos, que pega o trem lotado indo e voltando do trabalho. “É preciso muita garra para aguentar isso, tenho certeza que muita gente só tá aqui porque precisa mesmo. Já chego trabalho estressado e distribuindo esporro.”.

O Sucesso do Dosvox

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

por Diogo Jovi


O Espaço Silvio Monteiro realizou no dia 22 de agosto eventos da  Semana Nacional da Pessoa  com Deficiência Intelectual e Múltipla. O evento contou com uma série de atividades de inclusão às pessoas portadoras de necessidades especiais ; apresentou aparelhos eletrônicos que podem ser úteis  para melhor comunicação e melhor comunicação com o mundo.

O evento foi realizado pela Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla (SEMDPDEF) e contou com a presença de várias escolas municipais da região, além de autoridades do município e especialistas no assunto. Houve inúmeras atividades de inclusão, como exibição de filmes em que os expectadores videntes – os que possuem a visão - recebiam uma espécie de venda para assistirem, e terem a sensação de como uma pessoa com deficiência visual assiste um filme.  Teve também oficina  de contação de histórias, além de uma oficina “sensorial”, onde o público tinha que descobrir o que era uma determinada coisa pelo cheiro.

2 pedágios, 1 Vaca, 4 almoços e 1 defunto

por Raíze Souza e Rodrigo Caetano



Um jovem repórter , ao contrário do que muita gente deve achar, passa por diversas dificuldades. Às vezes a pauta fura outras não, mas sempre pra conseguir realizá-las precisamos de muita determinação.

A história que vamos contar é sobre uma das matérias que estamos preparando para a Web TV. O entrevistado era o Presidente da Câmara de Vereadores de Mesquita, André Taffarel. Taffarel é um cara que “tá ligado” na baixada e na juventude e foi escolhido porque, além de render uma boa entrevista, poderia dar umas dicas de como fazer a Web TV, já que acumula as funções de vereador e apresentador do programa “Tá Ligado TV”.  

O caminho até o estúdio de gravação era grande (Nova Iguaçu- Barra da Tijuca), e pra variar saímos atrasados. Raize, a repórter, estava um pouco nervosa já que foi pega de surpresa, avisada na hora que seria a sua primeira entrevista em formato de vídeo e não mais uma matéria escrita para o blog Cultura NI. Já Rodrigo, o câmera, estava preocupado tentando achar uma fita que ainda tivesse espaço para gravar a matéria de hoje e com o microfone da câmera que havia sumido. Mais duas pessoas estavam nos acompanhando nessa matéria, o secretário de cultura de Nova Iguaçu, Anderson Ávila, mais conhecido como Batata e o Coordenador do Projeto Agencia da Juventude Comunicaê, Rafael Soares, mais conhecido como Nike. 

Enfim, saímos com fita, sem microfone e o nervosismo, que foi se quebrando no carro enquanto conversávamos. No automóvel, Batata tentava confirmar a entrevista com Taffarel, mas sem sucesso. Então a solução foi voltar – estávamos em Mesquita - para o espaço cultural, afinal não queríamos dar viagem perdida.

Pop in Rio?

domingo, 28 de agosto de 2011

por Abrahão Andrade


É show de rock! Bom, pelo menos é assim que o espetaculoso Rock In Rio pretendia ser desde sua estréia em 1985, idealizado por Roberto Medina, numa sacada empresarial ousada pra época, mas bem coerente com o momento de transição que o Brasil vivia. 

Num breve resumo, via-se o país recém saído da ditadura e a abertura para a música barulhenta deixava de ser uma ideia para se tornar um fato. As guitarras distorcidas invadiam o país do carnaval, com uma receptividade de um público digno de clássicos no Maracanã.

Cheiro de lembranças

por Leandro Oliveira


Inclusão, respeito e novas experiências em nova Iguaçu marcaram o dia 22 de agosto no Espaço Cultural Silvio Monteiro. A jornada iniciou com sucesso a Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla e de forma inovadora realizou uma espécie de experiência com os sentidos com a prazerosa colaboração de todo presentes. “Gostei muito. É bom poder fazer coisas novas”, conta Gabriel Santos Ribeiro, que possui síndrome de down

Numa sala do primeiro andar da Casa de Cultura, criou-se uma roda, que visava justamente mostrar aos participantes o quanto estamos acostumados a trabalhar apenas com a visão e audição, atrofiando o olfato que é capaz de nos mostrar incríveis novos horizontes.

Teste de ansiedade

por Warllen Ferreira


Na noite do dia 24 de Agosto, o Espaço Cultural Sylvio Monteiro abriu as portas para jovens e adultos de todas as idades para o teste de seleção para as novas turmas do grupo teatral da casa.
Tendo o início atrasado e começando por volta das 18h, uma enorme fila se formava aguardando com muita expectativa uma das peças fundamentais para a seleção: a julgadora Juliana Santos. Eis que é chegada a hora: aparece quem faltava para começar o primeiro passo do sonho de alguns presentes.
“A Neuza não presta... as cores lá fora me disseram pra continuar” – músicas e passagens de texto a todo momento. Novas amizades se formavam a cada suspiro de apreensão. Os “próximos” começam a serem chamados. Fones de ouvido dão a última ajuda antes da sua vez.
O coração batia mais forte e a emoção gritava forte. Ao entrar e subir no palco, os que demonstravam menos tensão ficavam sem um pingo de tranqüilidade.
Ao se encontrar na frente dos jurados, perguntas eram feitas de formas tão intimidadoras que o texto ia embora. A garganta secava e a voz desafinava. A mão suava, parecia até que estava derretendo. “Próximo!” – E lá se ia mais um atrás de realizar um desejo, fazer um bom teste e conseguir sua vaga no curso de teatro do Sylvio.
“Nossa! Deu um branco total. Não lembrava nem um pouco do texto. Na hora, inventei uma tal de Cleide e no meu texto, que criei no momento, a Neuza era amiga. Ainda cantei “Parabéns pra você”. O olhar dos auditores era de amedrontar“. Assim foram os comentários de cada um que saía da sala.
E dessa forma se seguiu até pouco mais de meia noite, quando teve fim a audição de seleção para o grupo. Muitas expectativas, amizades de fila, músicas que tomavam conta do corredor e um incontrolável nervosismo que dominava o Espaço.
E por fim, cada participante só poderá saber o resultado na sexta-feira pela manhã ligando para o espaço, a partir das 9h. Até lá, um pouco mais de ansiedade não fará tão mal assim. Afinal, depois de seis horas com esse sentimento que havia em cada candidato, esperar um pouquinho mais não seria tão doloroso.

De parar a Baixada

sábado, 27 de agosto de 2011

por Jefferson Loyola




As paradas gay acontecem no mundo todo como forma de denunciar o preconceito que ocorre cotidianamente com a comunidade homossexual, haja vista que vivemos em país que cada dia duas pessoas são assassinadas devido sua orientação sexual. Com isso, antes mesmo de pensar em organizar paradas LGBT, a AGANIM - Associação de Gays e Amigos de Nova Iguaçu e Mesquita - vinha atuando nos municípios de Nova Iguaçu e Mesquita para promover a melhoria na qualidade de vida de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), além de promover os direitos humanos deste público.

Porém, a fase atual do movimento LGBT no Brasil é a consquista da visibidade pública através das paradas que acontecem em diversas cidades de todos os estados. Dentro dessa dinâmica, AGANIM chega a sua terceira edição da parada GLBT em Mesquita, que ocorre neste próximo domingo, dia 28 de agosto. "Não é só de plumas e purpurina embaladas por música 'bate-estaca' e vinho barato se faz uma parada gay. Bom saber que a escolha do último domingo de junho para celebrar a diversidade, a tolerância e o orgulho gay não é obra do acaso", disse Neno Ferreira, Presidente da AGANIM, relembrando a Revolta de Stonewall (Como surgiu o movimento contra a homofobia a partir das manifestações).

O jovem frente à cultura bipolar carioca

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

por Vitória Tavares










Ao sair na rua você se liga que isso tudo é a América do Sul: os bares, a guerra civil e o calor. É aí que você entende que o sentimento é mais forte que qualquer barato.
É complicado se encontrar como pensante nas questões sociais que envolvem viver no Rio. Vai além de sentir diariamente a miséria na pele – apesar de isso já ser mais que o bastante. É quase ter que escolher um lado: a polícia ou a guerrilha para militar, que já se tornou fatalmente ideológica. É um questionamento que envolve o jovem de uma maneira única. O funk, as drogas, a cultura marginal em suma... e aí?
Em uma rápida troca de ideias com alguns jovens, percebe-se que as opiniões sobre a marginalia X maquiagem social carioca revelam um fator em comum: a cultura da violência. 
“O mundo das comunidades envolve de fato as drogas e a glamorização do crime. O cara da classe média pode se sentir tão atraído quanto um cara da favela pela marginalidade. A cultura da violência existe e está presente no nosso dia-a-dia; o cara pode se virar e tirar o proveito saudável da dela, por meio de expressão cultural e etc...Mas o que mais acontece é polarizar a cultura da violência: ou se tornar Policial Militar ou ir pro morro e conquistar seu breve espaço.” - expõe Igor de Assis, 26 anos, músico.
Quanto a glamorização do tráfico, Dannis Heringer, 20 anos, agitadora cultural, pensa que tudo está muito próximo para não se entender: “Acho que os jovens deixam se envolver com questões que tem um poder emblemático muito forte. É muito difícil se soltar da realidade, porque a nossa realidade é a mesclagem. Aqui na baixada você vê uma casa legal, de rico mesmo, com uma boca de fumo na esquina. É tudo muito próximo, as questões sociais de sub desenvolvimento batem de frente a cada instante. É muito complicado para o ser humano viver com a desigualdade. Mas essa é só mais uma razão da situação conflitante que vivemos”
E sobre a polícia do Rio, Rodrigo Cope, 27 anos, professor de física e músico, dá sua opinião: “A polícia é formada nos preceitos do mata- mata. Não há o que negar. É muita arma, muita loucura. É claro que existem os PMs que são corretos, mas vamos lá: são poucos. O BOPE é o estandarte da glamorização da violência governamental.”  
É possível se encontrar e obter fundamento na sua descoberta? É possível julgar a polícia mal paga e chama-los de fascistas se eles são tão miseráveis de estímulos intelectuais quanto o fogueteiro que atua lá no alto do “morro carioca”? Diferente da violência que é geral e polar de raiz, a culpa disso tudo não é polar. A culpa é da colonização, da escravidão, da repressão religiosa e cultural. Brancos da alva cúpula do poder: com suas perucas e mangas de panos conseguiram criar sua própria arapuca!
E a dita classe média sofre com a dificuldade de denominar o bandido e o mocinho. E mais uma vez assiste em que vai apostar o seu capital: no leão ou no gladiador? Só que agora o coliseu tem ladeira e moto-táxi.

Mãos que falam e olhos que ouvem

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

por Carolina Alcantara

Caro leitor, você já imaginou se te colocassem dentro de um avião e te jogassem num país totalmente diferente do seu, com um idioma que você não conhece e uma cultura e costume totalmente distante da sua realidade? Se não imaginou, imagine por um momento.

Você esta nesse lugar querendo se comunicar e não consegue, pois as pessoas não falam o mesmo idioma que o seu e quando elas olham na sua direção parece que você é de outro planeta. O que você sentiria se estivesse vivendo tal situação?  É provável que se sentiria mal e rejeitado. Essa é uma situação que ninguém gostaria de viver, pois nenhum ser humano gosta de se sentir abandonado, ao contrario as pessoas precisam sentir-se amadas e aceitas pelo que são.

Ouvidos atentos

por Jéssica Oliveira

Na manhã dessa segunda-feira, 22 de agosto, o Espaço Cultural Sylvio Monteiro inicia a Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. Com a presença do secretário de cultura e turismo, Anderson Ávila, e estudantes de escolas municipais e estaduais do município, a Biblioteca Municipal Professor Cial Britto apresentou a Audioteca, projeto de inclusão que visa atender deficientes visuais.

Às 10h30, no pátio do Espaço, Malena Cabral Xavier e Roberta Miranda, funcionárias da biblioteca que abriga o projeto, fizeram a primeira demonstração do dia. "A Audioteca é um projeto que conta com livros gravados em CDs destinados à pessoas que têm algum tipo de deficiência", incia Malena.

Enquanto esta apresentava a ideia do projeto, Roberta auxiliava Douglas Juan Mendes Camarinho, estudante de 12 anos que possui deficiência visual, a utilizar o equipamento da Audioteca. Douglas cursa o quarto ano do ensino fundamental na Escola Julio Rabello, no Marco II e aprova o projeto: "Eu gostei muito. Estava ouvindo 'O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa'", conta.

Para dona Dilani Mendes Ferreira, mãe de Douglas, a Audioteca é uma ótima oportunidade para  que seu filho tenha contato com a literatura e livros ditáticos: "Acho ótimo. Pretendo trazê-lo sempre e cadastrá-lo no Secograma".

Livro delivery
Como explicou Roberta Miranda em sua fala, o Secograma caracteriza-se no cadastro do deficiente que se encontra impossibilitado de frequentar a biblioteca no Centro de Nova Iguaçu. Este receberá em seu domícilio os livros que desejar. "

A pessoa liga e pede uma postila de português, geografia, ou o que for. Eu coloco os CDs desejados num pacote com duas etiquetas: uma por fora do envelope e outra por dentro. Envio pelo Correio para a casa do cadastrado e quando ele for devolver, é só refazer o pacote e colar a etiqueta que eu mandei por dentro. O envio é gratuito", explica, afirmando que com esta etiqueta o usuário não terá custo algum com o Correio.

Para cadastrar-se são necessários apenas nome, endereço e o tipo de deficiência do usuário atendido. "Não apenas a Audioteca, mas o sistema do Secograma, são importantes para os usuários que não possuem mobilidade mas que se interessem pela leitura", encerra Roberta.

Mundo de metal

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

por warllen Ferreira

Meio de transporte de milhões de trabalhadores, estudantes, e outras pessoas. O nosso famoso “lata de sardinha” tem se transformado em um verdadeiro “país sobre trilhos”. Etnias, educação, formação, cultura, tudo isso é carregado nos vagões dos nossos trens diariamente, em uma grande variação. 

Alguns com ar-condicionado e outros que são a cara do descaso total. “ Picolé da moleca… Pra você que pratica esportes… Pode me ajudar por favor, com qualquer quantia… “. Negócios para uns, meio de transporte para outros. Assim diariamente os nossos vagões lotam todos os dias, de minutos em minutos. Um atrás do outro. Quer variedades? O “Brasil de metal” oferece. Lá você encontra tudo o que você precisa, para seu benefício e para o benefício dos outros. 

Gosta de uma aposta? Que tal se misturar no cantinho da Purrinha? Lá você ainda pode sair com o dinheiro da passagem do dia seguinte. Mas que tal gastar esse dinheiro? Lá você também consegue fazer isso. Tudo para o seu lar e para a sua utilização diaria você encontra aqui, nos vagões do “Shopping de metal”. Mas se você prefere adorar a Deus na ida do seu trabalho, não seja por isso: vamos lá receber enquanto não chegamos no serviço.  

E para quem não gosta de fazer muita coisa no seu percurso, o cantinho da porta está logo ali te esperando para você encostar, ler seu livro ou até mesmo tirar um cochilo. Cochilo é o que não falta nos bancos. 

Assim é o dia-a-dia do brasileiro que precisa enfrentar os trens todos os dias. Um resumo de tudo aquilo que talvez outra pessoa precise de um dia para ver. Nas composições do “Brasil de metal” você consegue ver em uma hora e trinta de viajem.

E ao sair, observe atenciosamente o espaço entre a plataforma e o vagão. Obrigado !

Produzindo sonhos

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

por Dannis Heringer


Quem nunca se imaginou sendo o Andy Warhol? Ou talvez o Teddy Parker? Ou mais, o George Martin? Pois, bem eu já me imaginei sendo tudo isso, consciente que para tanto eu precise trabalhar completamente em cima dos meu objetivos, o que envolve apenas uma palavra: música. 

Sei que essa profissão requer cuidado e muito sacrifício da minha parte pois, para chegar onde eu quero preciso ser reconhecida pelas coisas que fiz. Um produtor não é reconhecido em dois anos, para ser dessa profissão requer paciência e isto é algo que ocupa o primeiro lugar da minha lista. No Brasil este tipo de profissão está quase que acabada, existe apenas uma faculdade para isso e em suma, cursos.

Meu nome é Dannis Heringer e eu sou Produtora Musical. Ou pelo menos tento ser. Minha história nesse meio artístico começou graças a um convite para produzir um evento. Na época eu nem sabia o que era isso, pois via meu futuro de outra maneira: sentada em uma cadeira e análisando autos.

O Dia dos Pais das "Filhas de chocadeira"

por Raize Souza



O dia dos pais, assim como outras comemorações, provavelmente foi inventado para movimentar o comércio. Mas essa tradição mexe com os sentimentos ao ponto de querermos transformar momentos que deveriam ser normais em especiais, demonstrando nosso afeto.
Por esse motivo você certamente passou o dia dos pais com seu pai, sua mãe e seus irmãos. Sua mãe, provavelmente, deve ter feito um almoço especial, ou vocês simplesmente saíram para almoçar em um dia com muitos abraços e presentes, ou não.  Mas em certa casa do bairro Vila Kosmos, na cidade do Rio de Janeiro, habitada por sete mulheres e, às vezes, dois homens, o dia dos pais é diferente, ele é sem pai.
A primeira mulher é mais conhecida como Tia Marí é a dona da casa. Trabalha como secretária de uma empresa de assessoria de engenharia e é mãe, e muitas vezes pai, tanto dos filhos biológicos quanto das cinco meninas “adotadas”. “Mesmo que a data seja para comemorar um ‘homem’, eu me sinto orgulhosa em tentar fazer esse papel. Na vida têm mães que são pais e mães, eu também tento fazer isso em benefício de vocês”, comenta a Tia.
Seus filhos biológicos são Pedro Lopes, de 17 anos, e Thaísa Lopes, 24 anos, e a história das “adoções” de Marí começaram há oito anos com Eliane Guerreiro em Crateús CE. Depois veio Nanamaina Viana, carioca que hoje faz intercâmbio nos Estados Unidos, às vezes fica na casa da Tia e outras na casa do pai, que também é do Rio de Janeiro. Há um ano Marcella Rocha chegou à família, vindo diretamente de Recife PE. Em dezembro de 2010 a Tia “adotou” Iara Eloane, de Crateús CE e para fechar a casa das sete mulheres, em março de 2011 chegou Raize Souza, pernambucana arretada, também conhecida como aquela que vos escreve.

Inimigos nacionais

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

por Lucas Xavier Cavalcante


“Odeio o sotaque, odeio samba, odeio funk, odeio calor e odeio praia... Ou seja, odeio tudo que lembre o Rio de Janeiro”. Essa é a opinião de Rodrigo Alt, paulista avesso ao Rio.  Rodrigo nasceu e cresceu em Campinas, no interior de SP, e tem pavor do mínimo semblante do Pão de Açúcar. 

O caso de Rodrigo não é único. A rivalidade entre Rio de Janeiro e São Paulo é antiga, mas vem se confirmando cada vez mais na internet.  “Conheço muitos paulistas, são todos uns lerdões”, diz o carioca João Paulo. “Eis a verdade absoluta entre Rio e São Paulo: carioca manda, paulista obedece. Como já diria o velho samba: malandro é malandro, mané é mané. ”

Inverno 40º

por Joyce Pessanha









O festival de Inverno está fazendo Queimados pegar fogo. Com peças teatrais gratuitas a atividade esquenta o cenário cultural da cidade da Baixada. O evento, que teve seu início em 2009, dá a oportunidade ao público de assistir a espetáculos teatrais de graça.
A edição deste ano contará com a participação do ator global Rodrigo Sant’ana, que trabalha no programa “Zorra Total”, no seu stand-up comedy “Comício Gargalhada”. O festival já virou tradição na cidade vai ter espetáculos até o dia 28 de agosto. Bianca Diniz está animadíssima para assistir as peças, “prometo ir a todos”, diz a moradora da cidade.
Os espetáculos vão acontecer no teatro Marlice Margarida Ferreira da Cunha (Avenida Marinho Hemetério de Oliveira, s/nº - Vila Pacaembu) em horários variados. O evento está sendo realizado pelas Secretarias de Cultura e de Educação com grupos teatrais da Baixada Fluminense. Os ingressos deverão ser retirados diretamente nas Secretarias Municipais de Cultura e Educação. Informações pelos telefones (21) 2665-1532 ou 3698-6695/6699.

Confira a Programação:
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17/08 (quarta-feira)
9h e 15h – “Comida viva” / Ópera Prima Teatral

18/08 (quinta-feira)
9h e 15h – “O Livro Mágico da Emília” / Cochicho na Coxia 

19/08 (sexta-feira)20h – “Sansão no século XXI” / Cia. de Artes Dom Real

20/08 (sábado)
20h – “Dois perdidos numa noite suja” / Grupo teatral "Nós, Por Exemplo"

21/08 (domingo)
11h e 19h – “O Inspetor Geral” / Cia. de teatro Queimados EncenaLocal: Praça dos Eucaliptos 

19h – “O Homem com flor na boca” / Grupo Centro Experimental de Teatro e Artes (Ceta)Local: Teatro Marlice Margarida Ferreira da Cunha  

De 23 a 28/08 (terça-feira a domingo) 
23/08 (terça-feira)9h e 15h – “Aladin e a lâmpada maravilhosa” / Grupo Fanfarras Produções Artísticas

24/08 (quarta-feira)14h30 – “Apart hotel” / Grupo Encenart 
 19h30 – “Essa noite eu sonhei com Drummond” / Cia. Tudo Vira Cena

25/08 (quinta-feira)20h – “Kiriê de Griots” / Grupo teatral Rio de Muane

26/08 (sexta-feira)20h – “Chiquinho – A vida de São Francisco de Assis” / Cenáculo Cia Teatral

27/08 (sábado)
20h – “Comício gargalhada” / Rodrigo Sant´AnnaLocal: Ginásio Municipal Metodista  (Avenida Marinho Hemetério de Oliveira, s/nº - Vila Pacaembu)

28/08 (domingo)
20h – “Cabaré Filosófico”

Na contramão

por Leandro Oliveira


Espalhados por qualquer canto da cidade estão aqueles que possuem uma verdadeira aversão à tecnologia. E não adianta argumentar, por que eles não lhe darão ouvidos. O horror que sentem ao se aproximar dos objetos tornou-se sua filosofia de vida.

Talvez estejam bem perto de você, basta olhar seus nichos ecológicos como antiquários ou sebos. É caso do advogado aposentado Ernesto Fausto frequentador assíduo de lugares nostálgicos. “Odeio qualquer coisa que tenha um chip”, conta, reiterando em tom apocalíptico o dia em que a maquina governará o homem. “Perdemos o calor humano. Agora quando quero resolver um problema ligo para o atendimento ao consumidor e só escuto uma voz eletrônica me dizendo que no momento não pode me atender”.

A opinião de Ernesto nos remete ao clássico filme “Metropolis”, de Fritz Lang. A obra apostava em um futuro tenebroso para séc. XXI em que os trabalhadores seriam escravizados pelas máquinas. Hoje em dia outras pessoas também fazem a mesma reflexão sobre a mecanização da vida industrial nos grandes centros urbanos que supostamente diminuiria a importância do ser humano no processo.

Criando criadores

terça-feira, 16 de agosto de 2011

por Joaquim Tavares

Artigo


Um projeto escolar tem como maior objetivo oferecer oportunidades para os alunos conhecerem novas realidades, novos caminhos que, talvez, num futuro próximo, possam ser percorridos e feitos por eles próprios.
Ao se trabalhar com crianças, deve se ter a noção do ‘novo mundo’ que está sendo apresentado para elas e, principalmente, de como ele deve ser apresentado. É na execução ruim dessa apresentação que muitos ‘traumas’ nascem e são ouvidas frases como “Eu odeio matemática!”.
Com tantas outras mil coisas para se fazer, por que a criança iria querer estudar algo além do que já é obrigada a estudar? Não é uma tarefa fácil trabalhar um projeto em sala de aula com alunos. A todo o momento, deve-se ‘ganhar’ o aluno, de modo contrário ele estará ali apenas ‘de corpo presente’. Sua mente vai ‘passear’ por diversos lugares ou ele irá se entreter em atrapalhar o que você está tentando fazer.

Loucuras em série

por Dandara Guerra


Nos finais de semana 13 e 14, 20 e 21 de agosto, o Espaço cultural Sylvio Monteiro estará em cartaz com o espetáculo “Um casal a beira da loucura” de Adamaster Cavalcante. E o que se pode esperar de um casal a beira da loucura? Traições, brigas, ilusões?  Apesar das inúmeras situações da vida a dois, a peça apresenta um novo olhar dessas circunstâncias e mostra que, apesar da crise dos vinte anos de casamento, um relacionamento pode sim dar a volta por cima e se estabilizar.
O espetáculo tem por característica estar em formato de revista, ou seja, um recorte de assuntos do cotidiano, em prol de aproximação com a platéia. “Foi tudo maravilhoso apesar de todos muito nervosos”, conta Junior Peixoto, o “Froide” ou o pênis na comédia. O ator tem cinco anos na área artística e completa seis meses na companhia “Fanfarra Produções Artísticas”. “Conheci o Luiz Valentim graças ao Everton Mesquita – ator e um dos produtores do ENCONTRARTE”, comenta Junior.
A companhia "Fanfarras Produções Artísticas" iniciou suas atividades no ano de 1992, por intermédio do ator e diretor Luiz Valentim, que há 33 anos desenvolve atividades artísticas, culturais e sociais em todo o Brasil, e tem na direção é formada por Cris Moresi. As expectativas sobre o espetáculo sempre são de dúvida. “O nervosismo nos acompanha sempre. Mas acredito que tudo que é bom pode ser melhorado sempre”, diz Jefferson Abreu, o “Geraldo”, há cinco anos na companhia teatral.

Estranhos na selva

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

por Dannis Heringer e Dandara Guerra



Algumas bandas de rock estão surgindo no cenário musical da Baixada Fluminense, mas nem todas têm uma chance de assinar contrato com uma grande gravadora. Marcelo Peregrino e Rodrigo Batata, assim resolveram juntos criar um selo e serem produtores musicais dessa grande massa. A primeira experiência como Produtores Musicais dessa dupla se consolidou graças ao convite que os mesmo fizeram a banda “Gente Estranha no Jardim”, uma banda que vem tirando o fôlego de seus fãs e levando a galera ao delírio. Essa experiência vai resultar no primeiro cujo lançamento está previsto para o final de outubro.

O produtor da banda, Marcelo Peregrino garante que o que não falta na banda é talento, " Quero ver esses caras tocando em tudo o que é lugar", afirma Peregrino. A banda tem um “Q”, o que deixam todos muito animados, já que o público está sempre correspondendo com o emocional, "Eles pedem músicas, cantam junto, estão em qualquer lugar que a banda esteja - Espaço do Rock, Cineclube Buraco do Getúlio e o Putz Grila - onde os músicos tem tocado bastante."

A ideia de gravar um CD da banda nasceu do sonho de trazer um conhecimento maior para as pessoas sobre essa banda talentosa e esse som tropicalista. A gravação começou agora no mês de Agosto e termina em meados de Outubro. Nesse momento a banda entra em "recesso" e não fecha nenhum show nesses meses. Peregrino acredita também que sua maior expectativa é que "friozinho" e "Roberto" sejam as músicas de estouro.

A expectativa dos estranhos em relação ao seu primeiro CD é que seja algo muito bom, pois a banda acredita no que faz. "Nós estamos saindo de um patamar de amadores para entrarmos em outra fase, isso tudo contando com o apoio do Peregrino e do Batata", afirma Jonathan Vieira - Baixista.

Devaneios, surpresas e saudades

domingo, 14 de agosto de 2011

por Vinicius Vieira


Nada como colo de vó. Aquele cheirinho de comidinha caseira, aquele ombro, aquele abraço e até mesmo aquele sermão. Ainda lembro de meus onze anos, morando com aquela velhinha doce e às vezes amarga que eu chamava de “Véia”. 

Lembro-me das inúmeras vezes que ela ligava de seu trabalho e dizia “tenho surpresas pra você” e eu enchia o saco da minha mãe dizendo pra ela contar o que era. Apesar de ter se tornado previsível que ela traria sempre um saquinho de pipoca e alguns bombons, a emoção de ver que a Véia se lembrou mais uma vez das “surpresinhas” pra mim, era enorme. Ela chegava e dizia: “Ó, trouxe pipoca e bombom, mas come escondido do seu pai porque ele vai brigar comigo”. Eu adorava aquele espírito aventureiro de ficar no quarto da vozinha e comer tudo antes do meu pai chegar do trabalho.

“Dona Lionir, a senhora tá estragando esse menino com todo esse mimo”, dizia sempre meu pai, depois de eu levar uma boa surra por ter quebrado alguma coisa dentro de casa e ia chorar no colo da Véia Lionir. Ela, tomando minha dor como sua, chorava junto comigo, dizendo que tudo aquilo era pra me educar e que não precisava chorar. “Mas vó, a senhora tá chorando também”, respondia. Ela ria e aquilo se tornava um momento de descontração.

A receita do guia

por Jéssica Oliveira


Para escrever não existe uma receita. Não é algo que se aprenda com um manual, obedecendo religiosamente às instruções da mesma maneira que se aprende a fazer um bolo enquanto a Ana Maria Braga cita os ingredientes e o modo de preparo. 

Entretanto, é possível dizer que escrever assemelha-se a arte de cozinhar. Não se nasce sabendo, mas a prática ajuda. Obviamente algumas pessoas possuem facilidade maior ao escolher, picar, temperar e criar deliciosos pratos, maravilhando aqueles que provarão do mesmo e oferecendo o inigualável prazer da culinária.

Particularmente, sou péssima na cozinha. Nunca consigo acertar todos os importantes passos e ter a devida atenção e sagacidade quando o assunto é fogão. Sou um desastre até mesmo no preparo de um simples e rápido macarrão instantâneo. Na cozinha, só entro para lavar a louça, ajudar minha mãe descascando legumes - com extremo cuidado para não me cortar - e, é claro, comer. No entanto, sei que poderia ser melhor se me esforçasse e dedicasse algumas horas do meu dia a esta prática, mas o que posso fazer se não me sinto nenhum pouco atraída pelas panelas? Pelo menos não da mesma forma que me sinto atraída por um lápis e uma página em branco.

Web Semântica na era 3.0

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

por Raize Souza e Samara Braga

Artigo


Você já se imaginou vivendo como os personagens da série “Os Jetsons”? Ou ainda como no longa-metragem “A.I- Inteligência Artificial” em que o Dr. Know, que representa a inteligência artificial, é questionado pelo humano sobre a existência de Deus e responde “Agora sim”. Ou, quem sabe, em uma biblioteca com um robô chamado Torem que filtra todos os livros e entrega somente a informação que você necessita?

Desde 1927 o homem produz longas metragens sobre a interação do homem com a máquina, mas já faz um tempo que a ficção das telonas está se transformando em realidade. A web 1.0, 2.0, 3.0. A cibercultura - cultura no meio virtual - no compasso da inteligência artificial é o que vem nos proporcionar essa interação.

Vamos começar a explicação com a web 1.0, considerada o começo da internet, que teve início na década de 90. Composta pelo navegador Mosaic, com poucos links, conteúdo estático, limitado e com poucos emissores de informação, afinal, só os especialistas em computação tinham a técnica necessária para publicar algo na rede.

Evoluindo no assunto e nas fases da rede está à web 2.0. Que começou em 2003 e inspira a elaboração de conteúdos mais dinâmicos e simples de serem manuseados, dispensando em muitos casos os especialistas e expandindo assim a possibilidade de diálogo, a ampliação dos níveis de interatividade e sites de caráter colaborativo, como por exemplo, a Wikipédia onde todo mundo pode produzir informação, há oito anos.

Raízes da Cidade do Amor

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

por Rodrigo Caetano


Nesse mês de agosto a Baixada Fluminense está recebendo o “Cinearte Sarau”. O evento é super interessante e simples. Como evento cultural itinerante ele leva local escolhido duas apresentações musicais - sendo uma regional - e encerra o dia com a exibição do filme “Lixo Extraordinário”, que conta as aventuras do artista plástico Vik Muniz com um grupo de catadores de lixo de Jardim Gramacho, em Caxias.
No dia 09 de agosto foi à vez de Belford Roxo receber as atrações do evento, que nessa edição contou com o grupo “Tambolelê” que veio de Belo Horizonte. A festa se iniciou com o grupo “Afoxé Raízes Africanas” de Belford Roxo. O grupo é comandado por Isabel de Oya, uma senhora de 61 anos de vida e luta pela cultura afro-brasileira. “Nós temos muito orgulho das nossas raízes e temos a obrigação de divulgar isso para os jovens de hoje”, conta Isabel antes da apresentação.
Como o Cinearte Sarau acontece pelas ruas e praças, na “cidade do amor” não seria diferente.  O evento marcado para começar as 16:30hs teve uns atrasos devido as condições climáticas, pois ventava muito e a estrutura do telão poderia cair, começando assim as 19hs. O telão era feito de um material inflável de aproximadamente 10 metros de altura, e ficou bem no meio da famosa rua da feira de Areia Branca.

De Dolan à Dolan Trados

por Vinicius Vieira

Xavier Dolan-Tadros. Ao ler ou ouvir esse nome você com certeza se pergunta, quem é essa pessoa? Mas acalme-se, eu vou te apresentar esse jovem cineasta canadense, de 22 anos.
Não pense que é um problema seu, até por que isso não caracteriza um problema. Reparei que toda vez que perguntava a alguém se o conhecia eu sempre ouvia um “nunca ouvi falar”, então decidi escrever esse simples, porém informativo, artigo. Isso se dá por que muitas vezes não conhecemos grandes obras ou diretores que estão distantes do Oscar. Então vamos lá...
Nosso mais novo amigo Dolan, escreveu seu primeiro roteiro aos 16 anos. Dois anos após esse primeiro roteiro e surgiria o filme “J’ai Tué Ma Mère” (Eu Matei a Minha Mãe, em português), que é, até então, o seu filme mais famoso. Além de fama Dolan ganhou também um novo sobrenome, respondendo agora como Dolan Tradros e não mais como Xavier Dolan-Tadros, uma pequena mais significativa mudança. Com estreia em 2009, o filme que aborda temas como desentendimentos familiares, homossexualismo e preconceito, ganhou o Festival de Cannes do mesmo ano. “Eu Matei a Minha Mãe é semi-autobiográfico”, afirma o próprio.
Diretor com ar vanguardista, Dolan escreveu e dirigiu mais dois filmes pra sua bagagem cinematográfica, “Les Amours Imaginaires”, que estreou em 2010 e “Laurence Anyways”, que chegará a nossas telas no próximo ano. A paixão pela arte vai além da direção. Dolan, que também é ator, já atuou em filmes e séries de televisam, onze no total. De 94 até 2010 ele esteve nas telonas e telinhas de todo o mundo, atuando inclusive em seus filmes.

No clima do amor

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

por Saulo Martins

"É só um ensaio", disse o Sr. Chow para a Sr.a Chan enquanto ela chorava debruçada em seu ombro com uma trilha sonora com uma música latina de fundo: esse é um dos momentos mais marcantes de Amor à flor da pele (2000), do diretor Wong Kar-Wai. Com uma atmosfera intimista de cores e palavras significativas e com atuações invejáveis, o filme conquista o espectador sem nenhuma cena de beijo, apesar de discursar sobre o amor.

O cinema oriental sofre preconceito de nós ocidentais, isso é notório. Eu mesmo, assumo, relutei muito antes de assistir esta obra. As poucas cópias asiáticas que chegam a nós nos passam as atuações caricatas e a frieza de um povo que parece mecânico. Nunca poderia imaginar que um filme feito na China pudesse criar um ambiente tão propício para o amor como Amor à flor da pele fez.
O roteiro conta a história de dois casais vizinhos: Os Chan e os Chow (o que pode causar muita confusão no início). A Sr. Chan é uma secretária e seu marido é um homem que viaja muito para o Japão. O Sr. Chow é um jornalista e a sua esposa é uma mulher que sempre faz hora extra e quase nunca encontra o marido acordado. A escolha de Wong Kar-Wai de não mostrar o rosto do Sr. Chan e da Sra. Chow é de prima importância para que o espectador se sinta distante deles assim como os seus cônjuges se sentem. A secretária e o jornalista se aproximam como busca pelo conforto da solidão, e acabam achando um no outro um lugar pra chorar quando descobrem que a Sra. Chow e o Sr. Chan estão vivendo um romance.

Pregação X Proibição

por Leandro Oliveira


“Em razão da ação proposta pelo ministério publico, a 12°câmera civil proibiu qualquer manifestação religiosa nos trens”. O seguinte aviso nas estações e nos trens orientando os usuários da rede de transporte deixou muita gente de queixo caído. Afinal por muito tempo durante o dia ou noite, sol ou chuva lá estavam os irmãos com disposição e a fé que chegava até a dar certa amolecida no coração dos mais descrentes. “Ando de trem desde que me entendo por gente. Os religiosos, os camelos, o jogo e o samba já ficaram incorporados à cultura do trem. Não consigo entender o porquê da proibição”, diz Antônio Duarte, atendente de uma rede de fast-food.

Em qualquer vagão ficamos cara a cara com a caótica situação socioeconômica brasileira Andar de trem é sentir de forma ácida, nua e crua o que aulas acadêmicas não teriam capacidade. Dividindo o espaço está um número incontável de seres humanos que ficam a se digladiar por cada palmo do vagão. E para o bem ou para o mal, a lei varreu dos trilhos o famoso bordão “sangue de Jesus tem poder”.
A proibição deixa, realmente, muitas questões em aberto o que gera inúmeras polêmicas. Há os que defendem que todo direito tem limite quando o direito alheio começa. “Imagine se cada um dos cristãos no Brasil resolver exercitar o direito de pregar?”, diz o universitário Matheus Fernandes, “Até alguns anos atrás eu tinha que competir na leitura com os gritos apaixonados dos pregadores. Aliás, Deus não é surdo! Para que ficam gritando?”, completa o rapaz que é assumidamente ateu e se sente no direito de não ouvir o culto.

Eu te amo!, e você nem sabe...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

por Joyce Pessanha






Quando Aurora tinha 15 anos ela sonhou com um príncipe alto, educado e muito bonito. Logo ao acordar ela compôs junto aos animais do campo uma música sobre o seu sonho. E qual foi sua surpresa quando, como num passe de mágica, o Príncipe Felipe ouve sua doce voz e divide a música em um dueto apaixonante. A história da adolescente Bela Adormecida parece se tornar rotina para todos da mesma faixa etária. Toda menina - e os meninos também! - sonha com seu príncipe encantado e quando ela o reconhece - no seu professor, no amigo do pai, no gatinho que mora em sua rua, no cara mais popular do colégio - encontra a encarnação de seus suspiros mais profundos de amor.

O problema é que geralmente o alvo de seu afeto é um cara mais velho ou extremamente inalcançável para a realidade da adolescente. E pra geração dos exagerados, que nunca mais vão respirar se o seu amor não a notar, o que sobra? Advinhou quem pensou em músicas. E quando a indústria fonográfica notou esse fato inundou o mercado com bandas melodiosas e letras depressivas e expressivas. E se você andar em algum transporte no horário em que essa garotada está indo/voltando da escola vai experimentar o doce momento de dor de cotovelo dos apaixonados que julgam nunca conseguir realizar seus desejos mais profundos de amor.

O escritor como guia

por Hosana Souza


Por mais prazeroso que seja experimentar e descobrir sozinho, ter alguém que lhe aponte uma determinada direção é, por diversas vezes, tudo o que mais precisamos. Pelo dicionário guia é um manual que contém informações, instruções e conselhos de diversas naturezas ou uma pessoa que conduz, que dirige, que mostra o caminho. Durante minha trajetória, que passa longe do termo autodidata, sempre tive quem me “desse uma mão” e para os amantes da escrita, que também precisam de certo apoio, o SESC e a Shahid Produções Culturais estão preparando o ciclo “O escritor como guia”.

Notas sobre ser fã

por Diogo Jovi




Gritos, faixas declarando amor eterno, emoções a flor da pele, choro, desmaio. Esses são efeitos comumente observados na proximidade artista e fã. E para estreitar essa proximidade algumas pessoas cometem loucuras dignas de sua paixão avassaladora. Como esperar na chuva durante horas, mandar cartas quilométricas com palavras carinhosas, declarar-se o fã número um.

À la Dida

por Amanda Granja


Severino Rosa do Nascimento, nascido no Piam, bairro de Belford Roxo, município da Baixada Fluminense. Artista plástico formado pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage e fundador do Centro Cultural Donana também no Bairro de Piam, Belford Roxo. Cantor, compositor, baterista e guitarrista. Ou simplesmente: Dida Nascimento. Um artista da Baixada e importantíssimo para a cena do Reggae do Rio de Janeiro. Homem, pai, dotado de um carisma que torna sua descrição muito mais densa do que um resumo à la Wikipédia.
Na última quarta-feira, 03 de agosto, foram lançados quatro clipes do cantor via Facebook, que até então não tinha nenhum registro audiovisual de sua carreira solo. Dida investiu na carreira solo em 2010, com o projeto “Nação Hibrida”, mas já atua no cenário desde os anos 80 com a banda KMD5, que depois se chamou Negril e teve como padrinho artístico o músico Hebert Vianna.
“Tivemos a ideia de registrar ele num estúdio, e pela pesquisa chegamos no ‘Toca do Bandido’, um dos melhores estúdios do Rio e que já recebeu muita gente maravilhosa”, explica Rodrigo Caetano, produtor do Coletivo de Criatividade Pública Alternativa, que apresenta o trabalho de Dida Nascimento, “Gravamos em dezembro do ano passado e contamos com a participação do Lauro Farias, baixista do ‘O Rappa’. Foi um dia muito bacana! Todos aqueles sorrisos nos vídeos e fotos foram sinceros”, completa. “A ideia inicial era de lançar em um formato físico, em DVD. Mas, como sabemos o mundo hoje é o Facebook e o Twitter, logo as redes sociais são mais que importantes para essa divulgação. Além do lançamento como evento via Facebook ainda temos mais materiais. Fizemos um documentário e um Making Off e disso tudo que será lançado em breve”, encerra Rodrigo.

Cultura marginal

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Por Vitória Tavares




Cinco dias alucinantes de cultura marginal: e assim é possível resumir o Espaço do Rock. Em meio à energia iluminada do público - que não foi pouco-, as bandas da Baixada Fluminense e de outros cantos do Brasil provaram que o rock brasileiro está bem longe de acabar. Guitarras frenéticas e tropicalismo chocaram com a inovação e a boa qualidade de som, música  bem feita e marginalizada.

A representação nostalgica e deslumbrante  do blues tupiniquim da banda “Gente Estranha no Jardim” atestaram que a brasilidade está presente no no sangue juvenil. A banda Cretina com o seu noise (ruído) aliado ao rock n' roll dos Rolling Stones fez a turma dançar o “ié ié ié” sem parar e, no último dia, os “Beach Combers” trouxeram diretamente da Lapa o som refinado de um surf music eletrizante e fizeram todos os casais da noite dançarem abraçados o som do Tremendão, de Erasmo Carlos.

  Pra quem compareceu a esse marco na história da cena musical independente na baixada, que rolou do último dia 27 julho ao último dia 1 de agosto no Espaço Cultural  Sylvio Monteiro, teve a percepção que esses cinco dias de cultura e rock foram incríveis. "Eu me senti no Cabaré. A energia da galera é comparável as festas que rolavam" - conta Cristine Duarte. 

As festas Cabaré foram provavelmente o ápice da cultura delirante que está acontecendo por agora na Baixada e no Grande Rio. Muitas das bandas que hoje arrebentam no cenário under já tocaram nas festas e inclusive foram lançadas nessas festas.
O sentimento que fica transcende a questão musical e embarca na exploração cultural do individuo. Durante o festival teve uma galera que agitou e capturou os registros dessa woodstock iguaçuana. Os aspirantes a fotógrafos com futuro prometido e seus cliques incessantes resultaram em poses experimentais extraordinariamente malandreadas.

E é claro, há os que fizeram isso há dez anos atrás e trouxeram suas fotos para exposição do Festival, que contou com fotos nostalgicas do Bar da Sônia e filipetas de shows de rock do pedaço.

"Eu trouxe uma foto inacreditável da banda “Sofia Pop”  há uns anos atrás, não fui quem tirou, mas é uma recordação quase surreal" - revela Jimmy Lage, estudante de Belas Artes.

Com ar de  quarta-feira de cinzas,  domingo dia 1º  encerrou-se a edição desse grande evento. Mas sobra a certeza de que essa geração que se auto proclama todos os dias e faz se aparecer independentemente de apoio ou não está sendo o que toda geração merece ser: jovem e iluminada.

Arte - pelos olhos de um mero espectador

por Vitória Tavares




Falar sobre arte pode aparentar uma certa soberba ou um total desconhecimento do assunto por parte de quem escreve se ele for um leigo no assusto. Entretanto, a arte, cada vez mais, é algo impalpável, sem determinações. Esquecendo as velhas barreiras entre o espectro artístico e o espectador, é possível encontrar o que liga o individuo a esse mar de ideias inicialmente tão distante da vida normal de um simples cidadão.


BREVE HISTÓRICO ARTISTICO POR QUEM POUCO ENTENDE DO ASSUNTO: A arte surgiu desde sempre. Nas pinturas rupestres, no quadro do Da Vinci, na novela que vê sua tia-avó e no trabalho de escola do seu irmão menor. A arte está incutida ao ser humano tal qual a respiração. É a vontade de se expressar, de se reunir a si mesmo ou se espalhar pelo mundo (com ressalvas até o suposto fim do mundo em 2012, aí sim, quem sabe, será dito o fim das artes como um todo). FIM DO BREVE HISTÓRICO

Pra começar, vivemos num mundo em que a informação é cada vez mais rápida e a troca de quadros de imagens é tão veloz que nem sentimos 
vide a sua caixa televisiva ligada todos os dias pontualmente as 21 horas e 15 minutos quando começa a novela das nove - , ( podemos ver 20 quadros da Glória Pires pintados em pixel em menos de 1 segundo!) e isso de fato atrai e, por ironia do português, distrai a massa: a velocidade, a mobilidade, o movimento em si. E o que, pensa a bancada vanguardista, pode se fazer para que alguém sinta o gosto das tintas e adquira o apreço pela arte? “Movimente-a”, respondeu Andy Warhol e toda a galera realmente modernista.
Uma arte sem que seja preciso “fingir que entendeu”, com imagens claras, altamente subversivas e marginais é bem mais interessante do que um quadro renascentista. Não menosprezando os degustadores de arte renascentista, que é de fato algo muito importante (talvez para a história, mas pra mim passa batido). Uma arte que seja integralista, popular e incrível é o panorama artístico real dos dias de hoje. E o mais interessante é que ela está pelas ruas, movimentada no grafite, expressiva nas intervenções e já se tornou parte do cenário urbano. 
Na Presidente Vargas, por exemplo, no centro do rio, na altura do hotel Guanabara Windsor, é possível ver, pelo menos estava lá até o dia 5 de agosto, uma intervenção (que essa que vos escreve achou feia, mal feita e muito boa): se tratava de um galão de gasolina furado com um furo bem redondo e amarrado neste tinha um pedaço de cabo de vassoura; no galão estava escrito em letra grande: “Pra quem quer pau, pau. Pra quem quer buraco, buraco.” Pode você entender isto, caro leitor?
Contando com o seu óbvio entendimento, continuo esse texto talvez-artístico-sem-nenhuma-pré-determinação da seguinte forma:
 vá a mais exposições de arte e ande mais pela rua. Aconselho duas exposições que me deixaram bem mais feliz, o melhor é que estão localizadas no Centro Cultural Banco do Brasil, e o estupendo é que ambas são de graça  
No térreo e no primeiro piso do Centro Cultural do Banco do Brasil, é possível deleitar-se com a exposição “Queremos Miles”, uma mostra internacional multimeios (vê o que é isto? Integração por meio do áudio, do visual e do audiovisual) que narra a saga do inacreditável e indescritível músico Miles Davis.
Os salões imponentes do CCBB abrigam toda a versatilidade genial de Miles por meio de 300 itens que passaram pelo sopro desse ícone do bebop que atestou toda a sua marginalidade nos clubes de jazz dos Estados Unidos e da França. É tudo muito visual e interativo, sendo a cenografia elaborada, como diz no panfleto da mostra: “especialmente com tecnologia acústica, para permitir a fruição das gravações de referência do artista, com alto padrão de áudio”. E é tudo isso mesmo. A mostra foi concebida pela Cité de La Musique de Paris e está em cartaz até o dia 28 de setembro de 2011.
Subindo as escadas do Centro Cultural a mostra "I am a cliché - Ecos da estética punk" reúne 150 obras entre fotografias, fotocolagens e instalações sobre as várias fases do movimento punk. Um salão fascinante revestido de um papel prateado e chão manchado de tinta abriga um breve histórico da obra de Andy Warhol como empresário e criador da atmosfera que acercava a iluminada banda Velvet Underground; colagens muito-legais da artísta plástica Linder e fotos coloridas e vibrantes do Johnny Rotten e do Sid Vicious.
Há algo melhor do que enriquecer-se culturalmente sem que haja um falso entendimento artístico?


Quando eu crescer...

domingo, 7 de agosto de 2011

por Joaquim Tavares



“O que você quer ser quando crescer?”, é, sem dúvida nenhuma, uma das perguntas mais repetidas pelos pais aos seus filhos quando ainda bem pequenos. Por mais inocente que possa parecer, essa pergunta gera uma resposta que dão indícios sobre muitos aspectos importantes da vida da criança. De tão clichê, já virou piada e a resposta debochada é “Quero ser grande!”. No entanto, no sentido de ser bem sucedido, quão ‘grande’ quer ser uma criança?
Um fato inquestionável surge dessa história: o que a criança quer ser, quase sempre, não é o que ela se torna quando ‘grande’. Por que isso? Será só coincidência? Há de se levar em conta os questionamentos feitos sobre o entendimento de mundo que a criança tem e que esses não lhe proporcionam uma escolha efetiva da sua atividade ao longo da vida. A influência dos pais também gera uma opção que, muitas vezes, não condiz com o real interesse dos seus filhos e que, mais tarde, vem a se modificar.
A mudança de opinião nessas situações até então apresentadas, soa como uma evolução, algo positivo. “Meu sonho era ser médica, mas não levei à frente. O mundo foi me mostrando outra realidade e me interessei em ser professora. Fiz o ensino normal e, hoje, sou formada em Geografia”, diz Sueni Marques da Silva, geógrafa de 48 anos, minha mãe.

Sonoridade diferente

por Vinicius Vieira


Ontem rolou mais um Cineclube Buraco do Getúlio, com sua já tradicional exibição de filmes ou curtas seguidos de uma boa festa no primeiro sábado de cada mês. O Espaço Sylvio Monteiro estava lotado com o fiel público do Buraco, que comemora a proximidade da 90ª edição. O filme da noite abordava o universo das pessoas com necessidades especiais e emocionou a muitos. "Estava incrível. A história de um menino cego que se apaixona por seu novo amigo de classe é fabulosa. Me emocionou muito, principalmente porque é um curta que mostra que o amor realmente é cego", diz Leonardo Rezende, 19 anos.
Mas não foram só os curtas que constituíram o evento, houve também a intervenção teatral com a Trupe Cretinos Iluminados. A festa seguiu com o DJ residente Zeh Alsanne, que pôs a galera para ouvir muito Rock. Ele também homenageou Amy Winehouse tocando seus sucessos para animar os que esperavam pelo show da Banda Mazé. Às 21 horas em ponto a banda Mazé iniciou sua apresentação cantando composições próprias e alguns sucessos como "Maluco Beleza" do consagrado Raul Seixas.

É tudo improviso!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

por Dandara Guerra




A galera do Cochicho na Coxia promete agitar o domingo e reanimar até aqueles que mal curtem o fim de semana. Os meninos entrarão em cartaz no Espaço Cultural Sylvio Monteiro no próximo domingo, sete de agosto, com o espetáculo “Improchicho”. Com ingressos a R$15,00 inteira e R$7,50 a meia-entrada, contará com direção de Thaissa Vasconcellos e Renato Penco, a base da performance é  o improviso e contará com a gravação de um ilustre DVD. “Da apresentação do domingo espero o pior, até porque, o melhor já é o certo”, diz Hugo Lobo, integrante da companhia, “O grupo em si é ótimo, todos são bastante qualificados na área artística”, continua em tom de brincadeira, ele que é um dos mais engraçados.

O elenco é formado por Brian Amorim, Hugo Lobo, Lenildo Luna e Marcos Rossi. A ideia de criação do espetáculo partiu da admiração de Hugo e Marcos pela arte do improviso. Após assistir o espetáculo “Z.É. ZENAS EMPROVISADAS” convidaram o direto Penco para produzir as suas apresentações e em 2009 exibiram a primeira performance a “Gripe do Riso”. “Contamos, principalmente, com a participação da plateia. Apresentamos oito jogos, entre eles: o jogo do não, o jogo das frases e o meu favorito os desafinados, onde os atores brincam com as notas musicas. Por exemplo, ‘Si, si vira ou Mi, mi acompanha’”, explica Lenildo Luna, que além e integrante do grupo é, também, violinista.


 
 
 
 
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