Pamonha & Panaca

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

por Jefferson Loyola

Poucas pessoas acabam se deslocando da Baixada Fluminense para ir à zona sul do Rio de Janeiro, pois procuram encontrar cultura de boa qualidade. Poucas, devido ao custo que isso gera para todos, e as outras muitas não tem condições de todo final de semana ir ao Teatro Villa Lobos – Copacabana – por exemplo, para assistir a um espetáculo que custa em média 120 reais. Porém foi-se o tempo das cidades periféricas não ter uma estrutura boa para abrigar uma temporada teatral de um espetáculo bem trabalhado. Mesmo que isso ainda seja difícil e encontram-se somente coisas oferecidas pelos produtores culturais da região, a qualidade das produções locais se iguala, ou até mesmo ultrapassa, o nível das que se localizam no centro da cidade. Vide como exemplo a peça “De Iguassú Velha à Nova Iguaçu”, da Cia. Teatral Fios da Roca.

Nesta ultima quinta-feira, 27 de janeiro, ocorreu no espaço de cultura Sylvio Monteiro a pré-estreia nacional do espetáculo teatral “Pamonha & Panaca”, apresentado pela dupla: Ricardo Blat e Cristina Perreira. Nomes conhecidos na televisão, cinema e principalmente, no teatro. Antes de falar sobre este momento importante na cidade, queria parabenizar os atores que escolheram o município de Nova Iguaçu para presenciar um espetáculo inédito. Aliás, poucos atores famosos não têm o pensamento retrogrado de manter um espetáculo apenas na zona sul, ou numa via Rio/São Paulo. “Nova Iguaçu é um Pólo Cultural importante no estado do Rio de Janeiro”, disse Cristina. Enfim, voltemos a falar do espetáculo.

Espelho

por Fernando Fonseca




          Família Fonseca. Comendador Soares, Nova Iguaçu. Verão de 1980.

          O cérebro dava sinal de vida, sentia o ar invadir meus pulmões. O sorriso se mostrava antes que minhas pálpebras. Olhava para o teto, depois para a janela. O sol invadia as frestas como um animal selvagem enjaulado sedento de liberdade... Liberdade a qual, também, me dominava. Levantei, senti meus pés tocarem o gélido chão do quarto, um cômodo simples e aconchegante. Pássaros, galos, latidos, passos... A rua me chamava.
         Eu nunca entendi direito o porquê nós simplesmente deixamos de sermos crianças. É magnífico! Desde a hora em que acordamos até a hora de dormir. Mágico! Pena que uma década de vida não dura para sempre...

 
 
 
 
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