Cinema de guerrilha

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

por Josy Antunes e Yasmin Thayná
Uma foto de infância seria capaz de entregar o futuro profissional de uma pessoa? Numa velha fotografia, com pai, mãe, irmão e seus oito anos de idade, o iguaçuano Miguel Nagle sorri diante dos estúdios Universal, nos Estados Unidos. Hoje, aos 27 anos e com uma bagagem de mais de 30 curta-metragens, Miguel revela o comentário que não o deixa esquecer de sua própria "promessa": "Eu tinha uma explicadora que dizia que já novinho eu falava que ia fazer cinema".

O cineasta responsável pelo filme que abriu o II Iguacine - o documentário "Um dia de Laura" - não assumiu de primeira o desejo pela sétima arte. Motivado pelo ramo de trabalho de seu pai, que possui uma empresa na área de informática, Miguel optou pelo curso de Ciência da Computação na hora de escolher "o que ser quando crescer". "Fazer cinema é uma realidade muito longe, ainda mais pra quem mora em Nova Iguaçu", justifica ele, que até hoje recebe expressões espantadas ao dizer que é um diretor cinematográfico.

Colegas de trabalho

por Felipe Branco

Quem passa pelo calçadão de Nova Iguaçu sempre se defronta com o barulho, o caos e a desordem. É praticamente impossível se concentrar em algo ou em alguém devido à algazarra. E no meio de toda essa bagunça, destacam-se os locutores, que usam os microfones para chamar a atenção de quem está ali. Os mais famosos trabalham na esquina da Amaral Peixoto com a Nilo Peçanha, que, embora trabalhem em modalidades de comércio, ficam se provocando como se estivessem disputando o mesmo tipo de cliente.

No coração da cidade

por Vitória Tavares

O calçadão de Nova Iguaçu é a principal área comercial e de serviços da cidade e uma das principais do Rio de Janeiro, atraindo pessoas de diversos municípios da Baixada Fluminense e interior do estado. Está localizado no coração da cidade, na área central do município. Em seus aproximadamente 1000 metros de extensão passam todo tipo de gente, cada um com seu propósito e missão individual.

Mas passear pelo calçadão de Nova Iguaçu tira muitas dessas pessoas do sério. Os cheiros e sons que se misturam e se confundem tornam se difíceis de lidar para muitos dos passantes que transitam por esse espaço de consumo voraz e de interação constante. Se para os que estão somente de passagem a situação já é desconfortável, para os moradores que moram na área comercial de Nova Iguaçu ela se torna ainda pior.

Imperdível

por Jéssica de Oliveira

A Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema e o Centro de Integração Social Amigos de Nova Era promovem, nos próximos dias 4, 5 e 6 de fevereiro (sexta a domingo), um conjunto de ações arte-educativas de cunho cineclubista na cidade de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro.

O projeto de intercâmbio cultural visa a troca de olhares e experiências na fruição crítica de obras cinematográficas através de duas atividades: um minicurso de teoria e história do cinema no quão serão abordados três temas-chave do percurso cinematográfico, e a Mostra APJCC de cinema paraense, na qual diversas produções amazônidas serão exibidas e debatidas.

Além de viabilizar o acesso democrático a parte importante do audiovisual artístico, nacional e internacional, as atividades permitem o aprofundamento crítico e reflexivo sobre questões estéticas e políticas da prática cineclubista. O movimento cineclubista brasileiro é um dos mais expressivos dentro do contexto internacional, seja através das políticas públicas de incentivo ou da histórica militância da crítica alternativa. Entretanto, o problema de comunicação e integração destas práticas é patente, espelho de uma política cultural centralizada, que desconhece a dimensão das práticas no próprio território nacional. O intercâmbio firmado pela APJCC e a CISANE mostra que a possibilidade de trocas de vivências é simples e imprescindível para o fortalecimento deste movimento.

Volta por cima

por Warllen Ferreira

Mães batalhadoras, donas-de-casa, que buscam um futuro melhor. Mães que por amor a seus filhos são capazes de lutar até o fim. Acima de tudo mulheres que batalham para vencer. Algumas tentam e não conseguem, algumas dão a volta por cima.

Cristiane Ferreira, 31, coordenadora do PJA – Projovem Adolescente - , teve seu primeiro filho ainda na adolescência. A gravidez não planejada a obrigou a interromper os estudos. Só os retomou depois de se separar do seu primeiro marido. Não aprendeu com o exemplo, no entanto. "Aconteceu a mesma coisa com meu segundo e terceiro filhos, que hoje têm 11 e seis anos", conta ela.

Pipoca com macarronada

por Leandro Oliveira


De sexta para sábado (28/29 de janeiro), o Espaço Cultural Donana, em Belford Roxo, promoveu a primeira virada cinematográfica de sua história com a exibição da trilogia de O poderoso chefão, de Francis Ford Coppola. Nos intervalos, o público descansava a cabeça com o músico Vagner Vieira e uma macarronada muito bem bolada, apropriadíssima para uma noite de calor intenso como aquela e para quem estava se entretendo com filmes em torno dos Corleones, uma família da máfia siciliana. A partir de março, haverá um viradão por mês.

 
 
 
 
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