Barro na avenida

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

por Luiz Gabriel

Foi dada a largada para o carnaval 2011. Tem a turma que aproveita o feriadão para viajar, mas é cada vez maior o número de foliões que passa os quatro dias correndo atrás de blocos como o Bola Preta e o Suvaco do Cristo, no Rio de Janeiro. Quem vai ficar na Baixada Fluminense pode gastar sola de sapato atrás da Tradição Bairrerense, que há dez anos vem garantindo a alegria dos moradores de Mesquita.

Fundado no dia 27 de dezembro de 2000, na associação de moradores do Morro do Alto Uruguai, no centro de Mesquita, vê-se o irreverente espírito do carnaval carioca até mesmo no nome do bloco. "Antes só tinha barro no bairro da gente", cona Creuza da Silva, uma senhora de 69 anos nascida no Andaraí, na Zona Norte do Rio, que se tornou uma "mesquitense de coração". "Tudo começou depois de um torneio de futebol organizado pelo técnico José Carlos", lembra dona Creuza, uma das fundadoras e atual diretora de harmonia do bloco, cuja sede foi transferida para o pé do Viaduto de Mesquita, na Estrada Feliciano Sodré.

Dinheiro inesquecível

por Michele Ribeiro

Não é de hoje que os brasileiros aproveitam a folia para ganhar dinheiro. Não é diferente no carnaval, quando muita gente aproveita os bailes de carnaval, desfiles de blocos e shows organizados na maioria das grandes cidades brasileiras para aumentar a renda.

Um exemplo disso é o Altamiro Ferreira, 41 anos, eletricista de Nova Iguaçu que resolveu vender churrasco e refrigerante nas festas de carnaval realizadas na Praça Elizabeth Paixão, em Mesquita. Depois de garantir sua vaga através do sorteio promovido pela Prefeitura, Seu Altamiro conta as horas para reunir a família em torno de sua barraca, com a qual tem um faturamento médio de R$ 200 por noite. "Além de ganhar um dinheirinho, posso ver o desfile dos blocos", comemora o ambulante.

Um dos destaques do carnaval de Mesquita é a Praça do S, no bairro de Santo Elias, onde se reúnem aproximadamente 900 foliões todas as noites. Seu Casimiro, mais conhecido como Pingo, é outro ambulante que aproveita as noites de folia para montar sua barraquinha de cachorro-quente e faturar cerca R$ 300. "Todo ano eu venho para cá", diz ele. "Nos intervalos dos blocos, os foliões sempre aproveitam para fazer uma 'boquinha'”.

Trabalhando ou se divertindo todos dão um jeito de fazer dessa data um momento inesquecível.

A Baixada no Cinerock

por Saulo Martins

"Difundir, fomentar e promover reflexão, a produção artística e o intercâmbio entre artistas e público." É isso que promete o Cinerock, mostra cultural que acontece no próximo dia 26/02. Com a intenção de reunir bandas, exibições de filmes e exposições de fotografia e artes plásticas num só lugar, o evento, que já está na sua terceira edição, é o encontro de talentos de vários lugares, inclusive da Baixada e até de outros estados.

Louise Teixeira, 21 anos, vai exibir fotografias da manifestação de estudantes pelo Rio Card e do projeto "O Palco Vai Sair - A História de Theógono", que conta a história de um senhor de 80 anos de Mesquita que tinha o sonho de construir um palco que rodasse por todo o Brasil. "Quem olhar pode não ver nada demais naqueles palhaços, não entender aquela luz ou o porquê dela estar numa exposição mesmo com tanto ruído... Mas eu sei o valor dela...", conta a jovem.

 
 
 
 
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