Saideira

quarta-feira, 16 de março de 2011

por Abrahão Andrade


Olhos mareados, músculos fatigados e estômago revirado ao ponto de não aguentar mais uma gota de nada. Depois disso tudo, andar quarteirões com os amigos da rua para pegar o ônibus que percorrerá metade da cidade até chegar em casa. É assim o regresso dos baladeiros que moram longe, e tem de enfrentar uma odisseia angustiante para conseguir colocar a cabeça no travesseiro. A vontade de curtir uma noite diferente e mais diversificada faz com que essa galera enfrente todo o tipo de perrengue na ida, e especialmente na vinda. Medo de assalto,vontade de ir ao banheiro ou grana curta não desanimam a moçada noturna.

Como de costume, antes da balada, tem o famoso “esquenta”. O pessoal se concentra na casa de alguém, e depois de um certo grau alcoólico partem para boemia. Vão cantando e rindo a viagem toda, e muitas vezes pegam até mais de uma condução para chegar ao destino. ”Quando eu tô com os meus amigos, o tempo passa mais rápido, e uma viagem chata e longa acaba se tornando o começo da farra”, diz Diego, que enfrente um longo trajeto da sua casa em Madureira para chegar até a Lapa. ”Vamos pra Lapa porque é o lugar mais badalado do Rio, só vou pra lá pela certeza da curtição, não gosto do que tem perto da minha casa”, acrescenta.

 
 
 
 
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