A deconstrução da conselheira

sexta-feira, 20 de maio de 2011

por Dannis Heringer


“A eleição da Mayara Freire é uma consolidação do trabalho que estamos fazendo há três anos, todo ele feito no sentido de empoderar a juventude”, disse o escritor e jornalista Julio Ludemir, coordenador do projeto Jovem Repórter. Foi desse projeto que a jornalista e estilista Mayara Freire, uma moradora de Cabuçu de 23 anos, saiu para se tornar uma das cinco representantes da cultura no Conselho Municipal de Cultura de Nova Iguaçu.

A jornalista e estilista tem uma opinião semelhante à de seu ex-chefe. “Acho que minha eleição foi histórica”, afirma ela, que depois de se formar no ano passado está fazendo um curso técnico de computação gráfica. “Ver a juventude tendo voz me devolveu a minha crença na democracia”, diz ela, que nunca se viu como uma ativista cultural, mas sempre discutiu com seus amigos de geração, figuras obrigatórias nos eventos promovidos no Espaço de Cultura Sylvio Monteiro, principalmente as badaladas exibições do Cine-clube Buraco do Getúlio.

De volta ao trem

por Hosana Souza

22h15m – Central do Brasil. Composição com destino ao terminal Japeri. Trem parador, tempo estimado de viagem: uma hora e quarenta minutos.

“Vem que tem, vem que tem. Economia é com o gordo do trem”, grita com chocolates a um real e sorrisos gratuitos Pedro Bezerra. Engana-se profundamente quem supõe que o trem é um simples transporte público. A sagaz e exploradora Supervia avisou: “O Rio passa por aqui”. O trem, principalmente nos horários de rush, é simplesmente o maior pedaço de vida da cidade.

Primeiro vagão

“Esse é o vagão que não paga a conta de luz”, brinca a diarista Luciana Lima com o fato de que raramente as luzes desse vagão estão acesas. O que não é de modo algum um incômodo. Para os dorminhocos de plantão, o balanço do trem é melhor que qualquer música calma e um quarto de dormir. “O trem é um berço pra mim”, diz o jornalista Vinicius Tomas.

 
 
 
 
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