Integração Sociodigital

quarta-feira, 13 de julho de 2011

por Vitória Tavares



               

É fato que o nosso país vem crescendo socialmente. Os projetos educacionais  estão avançando, entretanto, o Brasil enfrenta um grande desafio: a questão do analfabetismo funcional. Um analfabeto funcional sabe ler, mas não dispõe do entendimento necessário para  ler um livro e divagar sobre ele, por exemplo. As informações surgem desconexas para pessoas que não foram estimuladas a compreender além do b+a=ba. 

Mas, um ponto que propõe um debate sobre essa questão são as famosas redes sociais. O Facebook, o Twitter, o Orkut e várias outras redes têm sido o estandarte da inclusão digital. O tempo que as pessoas dedicam ao lazer tem sido dividido com a internet, e com isso, forma-se um novo entendimento para com o analfabetismo funcional. Com a necessidade de se integrar, as pessoas que tem essa falha em sua formação intelectual, desenvolvem outra maneira que não a formal para se comunicar com o mundo; o que é incrível. Descobrindo se outro viés de comunicação, é desenvolvida a compreensão externa do ser humano com o mundo e, desta maneira, estimula-se a superação da falha intelectual do indivíduo envolvendo comunicação e escrita. As pessoas leem mais, escrevem mais e desenvolvem maneiras de se expressar pela internet.


 A aceitação de novos meios de linguagem e expressão é extremamente importante para a aproximação dos indivíduos com o mundo da palavra. Se para que um menino de Vila de Cava, ou qualquer outra periferia, tenha interesse em ler  e escrever   seja preciso o uso do Facebook inicialmente, é preciso apostar nesse fator.


 Não obstante, é indispensável à atenção para o lado que não é positivo dessa história toda. A internet não é  um mar de rosas e  oferece  perigos reais para a juventude. É sabido que existem quadrilhas virtuais de aproveitamento, tais como redes internacionais de pedofilia e golpistas. Mas isso pode ser controlado com  uma melhor vigilância da área de crimes virtuais e, com a integração da internet no ensino (fator que vem crescendo a cada dia) há de se desenvolver um direcionamento para o melhor uso de ferramentas digitais.


 Com toda a certeza, existem os que vão contra a inclusão social e intelectual por meio das redes sociais e internet, por acreditarem na norma culta de linguagem e nos meios quase aristocráticos de ensino. Mas de que vale um ensino que aposta em obras obsoletas e escritores mortos se a maior parte da população não entende nem o letreiro do ônibus? É preciso integrar, reunir, juntar, igualar: tornar real.  E nada mais real que a relação humana escrita exercida no dia-a-dia das tuitadas e do feed de notícias.

Com a Corda Toda

por Juliana Portella




Na tarde de  hoje, 13 de julho,  o Espaço Cultural Sylvio Monteiro foi tomado  por um grande burburinho artístico.  A  abertura do  Festival  Cordel com a Corda Toda reuniu  um  público de peso para  celebrar  e discutir  Cultura Popular, tendo a Literatura de Cordel como referência.

Os  destaques desse primeiro momento da maratona que é esse festival,  foram as apresentações de esquetes  teatrais  de muitos dos 340 alunos da rede pública de ensino que, diariamente, frequentam as oficinas de Literatura Cordel nos  Pontinho de Cultura em Nova Iguaçu,  coordenadas  por Marcos Covask.  "Pensamos em resgatar a cultura popular através da linguagem do teatro. Com esses novos adventos tecnológicos, é preciso preparar uma  juventude para além do Orkut, do cibernético.  A  literatura de cordel é importante nesse sentido, resgata valores, trabalha literatura."  Exclama Covask.

O resultado positivo das oficinas realizadas com as crianças é  notório. Fazer arte para além da sala de aula estimula a prática da leitura e aprimora o desejo pelo ensino.  "O teatro  me ensinou  as diferenças entre o que verso, poema e  prosa. Meu comportamento mudou, até as minhas notas subiram na escola. Sou menos tímida e acho que descobri um talento "  Conta a pequena Tayná Pereira, de 13 anos, estudante do 6º ano da Escola Estadual Machado de Assis, localizada no bairro da Prata, em Nova Iguaçu.

De acordo com Priscila Seixas, gestora de projetos da Burburinho Cultural, as oficinas que tiveram início em março deste ano na escolas são realizadas 2 vezes na semana em horário complementar as aulas regulares.


Missão da Cultura 



O novo  Secretário de Cultura, Anderson   Batata,   participou da abertura do festival  e não economizou palavras em sua intervenção. Parabenizando os agitadores do "Cordel com a Corda Toda", Batata defendeu  a bandeira de que cultura também  é  feita para além da sala de aula. E no que depender dele, a Cultura será  destaque na Cidade daqui pra frente. 

São muitas as expectativas  nessa nova gestão. Percebe-se que fôlego é o que não lhe falta.  " É preciso fazer a cultura que se produz aqui, circular Nova Iguaçu afora.   A missão da secretaria é  valorizar o que é daqui e levar isso para todos os cantos da Cidade. "   Afirma o Secretário. 

 
 
 
 
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